Pacientes denunciam falta de medicamento em farmácia de alto custo do Alto Tietê

Transplantados não encontram remédios que impedem rejeição do órgão.

Por Diário TV

16/10/2017 13h47

Falta de medicamentos de alto custo prejudica pacientes do Alto Tietê

Os pacientes do Alto Tietê que precisam dos medicamentos de alto custo fornecidos pelo governo federal reclamam da falta de remédios. Esses pacientes dependem do tratamento contínuo e diário para o resto da vida. A farmácia que distribui esse produto na região informa que alguns medicamentos estão em falta.

Há 11 anos, a vendedora Aline Simonic enfrentou um transplante de rim. Desde então, ela ficou dependente de dois remédios que servem para que o corpo dela não rejeite o orgão transplantado. Os medicamentos custam, em média, R$ 2,7 mil no mercado convencional e duram um mês.

Por isso, a cada 30 dias ela vai de Poá, onde mora, até a farmácia de alto custo do governo do Estado, que fica em Mogi das Cruzes, para conseguir os remédios gratuitamente.

Aline conta que há um ano tem tido dificuldades para encontrar o medicamento tacrolimos. A última vez que conseguiu o medicamento foi o suficiente para dez dias.

“Nós precisamos dessa medicação que é de uso contínuo. É para uma qualidade de vida dos transplantados e chega aqui e não tem. A população de transplantados não é pequena. É grande. Peço atenção das autoritades que enxerguem os transplantados como um cidadão que precisa.”

A auxiliar de logística Rachel dos Santos Almeida Oliveira é de Ferraz de Vasconcelos. Ela também fez um transplante de rim há 14 anos. Rachel só conseguiu o tacrolimos para poucos dias e está desesperada. “Eles falam que não veio de São Paulo. E que a medicação vem de São Paulo e não chegou.”

O médico nefrologista Rui Alberto Gomes explica que o paciente transplantado não pode ficar muito tempo sem o tratamento, pois corre uma série de riscos. “Medicamento é de uso diário. O desejável é que não fique nenhum dia sem remédio, quanto mais tempo sem medicação mais aumenta o risco de rejeição do órgão. Não tem tempo exato e depende da imunidade do paciente e do orgão transplantado.”

Na farmácia de alto custo faltam também medicamentos para outros tipos de tratamentos. Pacientes com doenças graves e complicadas que não podem ficar muito tempo sem remédio. A aposentada Leonilda da Silva tem um filho de 17 anos que é autista. Ela está revoltada porque há um mês não consegue o medicamento quetiapina. Ela afirma que o filho já apresenta várias crises de ansiedade e agitação. “Eu falo: 'você sabe quando vai chegar?' e dizem que quando chegar vão me ligar.”

A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica do Estado informou que a compra e a distribuição dos medicamentos tacrolimos e quetiapina são de responsabilidade do Ministério da Saúde, mas que o Ministério não tem enviado de forma regular alguns medicamentos, como esses, desde o começo do ano.

Já o Ministério da Saúde informou que sobre o tacrolimos houve uma decisão judicial encerrando a parceria com a empresa que produzia o medicamento. Mas que já começou a regularizar os estoques do medicamento em todo o País.

Já sobre o quetiapina, a informação é de que o envio de uma nova remessa do medicamento deve ser feito na segunda quinzena deste mês para a Secretaria Estadual de Saúde.

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