Frimesa projeta faturamento de R$ 2,9 bilhões

A cooperativa central paranaense ampliará a capacidade de abate progressivamente até 2030 com a inauguração de uma nova unidade; crescimento neste ano deve atingir 12% sobre 2016

A aposta da Frimesa no aumento da atuação no mercado paulista e na ampliação da sua capacidade produtiva já vem dando resultados. A cooperativa paranaense de carne suína e laticínios deve encerrar 2017 com alta de 12% e faturamento de R$ 2,9 bilhões.

O incremento é superior aos 10% projetados no começo deste ano pelo diretor-presidente da cooperativa, Valter Vanzella. Em 2016, as vendas somaram R$ 2,5 bilhões. "Conseguimos sustentar um resultado positivo e dentro do esperado com o aumento da nossa participação no mercado paulista", afirma.

Os produtos da cooperativa já eram vendidos em alguns pontos do Estado há algum tempo, mas a Frimesa ainda não havia desenvolvido uma estratégia para consolidar a participação nas gôndolas dos supermercados paulistas. Ao longo de 2017, porém, reforçou o time de vendas e investiu pesado em publicidade para atrair o consumidor da região Sudoeste. A partir disso, 18% da produção da cooperativa passou a ser destinada a São Paulo. A fatia equivale a quase metade do Paraná, que absorve 32% da produção e é o principal mercado da Frimesa, que também vende para outros Estados.

Vanzella estima que 385 mil toneladas de produtos sejam comercializados na soma de 2017, com 2,1 milhões de suínos abatidos, alta de 11%. "Mesmo diante de um mercado retraído, conseguimos manter os volumes negociados", salienta. Do total, os laticínios respondem por 27% das vendas e as carnes representam 67%. A comercialização tem foco o pequeno e médio varejo no mercado interno, que absorve 85% da produção. O restante é exportado.

Continuidade

No próximo ano, a cooperativa dará início aos investimentos na nova unidade de abate de suínos em Assis Chateaubriand, no oeste paraense.

A planta terá condições de abate e processamento inicial de 3,7 mil cabeças por dia em 2021, potencial que deve ser ampliado progressivamente até 2030, enquanto os produtores deverão ampliar as unidades de leitões.

A inauguração da pedra fundamental da unidade estava prevista para a semana passada, mas foi adiada em função das fortes chuvas que atingiram a região. Uma nova data ainda será definida.

Com isso, a capacidade total da Frimesa passará dos atuais 6,9 mil animais por dia para 22 mil cabeças em 2030. "O aumento dessa escala de produção permitirá uma maior penetração e investimentos em comunicação", estima.

O projeto tem orçamento de R$ 950 milhões, sendo R$ 400 milhões a serem aplicados na primeira etapa do projeto.

Ao longo de 2017, a cooperativa investiu R$ 70 milhões em melhorias nos processos industriais. Para 2018, não há planos de investimentos além daqueles necessários para a nova unidade. "Vamos continuar com o foco em vender produtos de maior valor agregado", informa Vanzella.

A perspectiva é de um crescimento de 10% nas vendas para o próximo ano. A projeção está em linha com o plano estratégico da cooperativa, que prevê um crescimento anual de 12% nos próximos anos. "Nosso desafio é atingir essa meta de forma sustentável", destaca. "Queremos chegar em 2030 entre as quatro principais empresas de alimentos do Brasil", projeta o diretor-presidente da cooperativa. Hoje, a Frimesa é a quarta maior no abate de suínos – a maior no Paraná – e está entre as 15 maiores do setor lácteo.

Parte desta estratégia de crescimento também passa por agregar valor aos serviços e aprimorar o relacionamento com o varejo. "O desafio é aumentar a distribuição e manter a constante qualidade. Por isso, vamos investir em três centros de distribuição", destaca.

A Frimesa é uma central que recebe matéria-prima (suínos e leite) para processamento de 4,5 mil produtores integrados de cinco cooperativas filiadas e está há 40 anos no mercado.

São seis unidades, sendo duas de abate e quatro de processamento de leite – com capacidade para 850 mil litros por dia, sendo uma delas no Estado de Santa Catarina.

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