400 kg de remédios vencidos serão incinerados em Itu
25/10/17 | Equipe Online – online@jcruzeiro.com.br
O vereador Reginaldo Carlota (PTB), da cidade de Itu, informou ontem que na segunda-feira flagrou funcionários da Prefeitura embalando aproximadamente 400 quilos de medicamentos para serem destinados à incineração. Segundo ele, o "flagrante" aconteceu numa "batida surpresa" que fez ao almoxarifado municipal. Nos seus cálculos, havia mais de 10 caixas de remédios "paracetamol" e "dipirona", que somavam mais de três mil frasquinhos. A unidade pode ser encontrada a R$ 5,00 cada na farmácia. Em nota, a Prefeitura negou eventual prejuízo aos moradores nem aos cofres públicos.
Reginaldo distribuiu a informação à imprensa por e-mail, com fotos dos medicamentos. Ele escreveu que os remédios tinham validade até setembro de 2017. E lamentou: "Mais de 400 quilos de medicamentos, numa cidade que está vivendo um colapso na saúde pública, indo pra incineração. Por que não foram distribuídos para a população?"
Também acrescentou que vai protocolar pedido de investigação ao Ministério Público. Disse que não vai pedir explicações à Prefeitura com requerimento via Câmara porque, como vereador de oposição, acredita que o pedido seria rejeitado.
Ele escreveu que suas perguntas incluem quem é o fornecedor dos medicamentos, por que não foram distribuídos à população, quanto custou todo o material, desde quando esse tipo de situação acontece em Itu e por que a população continua a reclamar de falta de remédios em postos de saúde se a Prefeitura joga fora "centenas de quilos de remédios". E quer saber qual é a autoridade municipal responsável pelo descarte dos remédios nessa situação.
O paracetamol é usado no tratamento de dores diversas (cabeça, dente, muscular, costas, cólicas etc.) e dipirona é para o combate a dores e febre normalmente provocadas por gripes e resfriados.
Prefeitura nega prejuízo
Em nota, por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que "os medicamentos apontados pelo vereador de oposição são recebidos pelo município de maneira espontânea e gratuita pela Furp – Fundação do Remédio Popular, laboratório farmacêutico oficial do Estado de São Paulo responsável pelo Programa Dose Certa".
A nota continua: "Ambos os medicamentos apontados (dipirona e paracetamol) não possuem custo para o município que, muitas vezes, já os recebe próximo da data de validade. Inexiste, portanto, prejuízo ao munícipe e tampouco aos cofres do município."
Segundo a Prefeitura de Itu, "para evitar o descarte há troca de medicamentos entre municípios, porém, dipirona e paracetamol, encontram-se com estoque alto em todas as cidades da região por não serem essenciais e de baixo custo." A nota concluiu: "Não há falta de nenhum tipo de medicamentos na rede municipal."
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