Cargill deverá atrair R$ 1,2 bi em investimentos

A multinacional Cargill está avançando com os processos para materializar seu complexo industrial no município de Castro, na região dos Campos Gerais. Inaugurada no primeiro trimestre de 2014, a biorrefinaria, que faz o processamento de milho, foi projetada para abastecer outras empresas, que poderão se instalar no seu parque fabril. A Cargill investiu mais de R$ 500 milhões para a construção da unidade, a qual já abastece a Evonik, primeira empresa ‘satélite’ a se instalar no entorno, que aplicou mais de R$ 300 milhões para a produção de Biolys (fonte do aminoácido L-lisina). Contudo, a Cargill espera receber mais seis empresas, as quais poderão aplicar, somadas, cerca de R$ 1,2 bilhão para a construção de suas plantas, consolidando um complexo industrial de R$ 2 bilhões, empregando mais de 1,2 mil pessoas diretamente.

O processo de desenvolvimento desse parque fabril, que funcionará como uma espécie de ‘condomínio industrial’, atualmente está em fase de licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental já foi protocolado no Instituto Ambiental do Paraná e uma audiência pública já foi realizada em Castro, tudo para obter a Licença Prévia. O modelo seria semelhante a outros exemplos realizados pela Cargill em seu país-sede, os Estados Unidos, onde há complexos industriais nas cidades de Blair, Eddyville e Ft. Dodge. Conforme observado na América do Norte, esse modelo conhecido como ‘Over The Fence’ (ou Sobre a Cerca) é viável pela disponibilidade de matéria-prima e de terra, logística (custo zero de frete), assim como o compartilhamento de recursos, com menor custo.

Espaço não é problema. A Biorrefinaria da Cargill ocupa 34 hectares do terreno do complexo, que possui um total de 246 hectares. Já somando os 3,9 hectares da Estação de Tratamento de Efluentes e os 7,9 hectares ocupados pela Evonik, ainda restam mais 200 hectares disponíveis para que outras empresas parceiras se instalem. Conforme informações da própria Cargill, entre as indústrias que podem ser atraídas estão as do ramo de alimentos (enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, vitaminas, aromatizantes) e biotecnologia (bioplástico), já que as matérias-primas serão derivadas do beneficiamento de grãos de milho. Elas seriam instaladas ao lado de onde hoje está a Evonik, de modo que duas ficassem de frente para a rodovia e as quatro restantes atrás delas.

A Cargill opera atualmente com capacidade de moagem de milho de aproximadamente 1,2 mil toneladas por dia. Ao receber as empresas parceiras, esse volume iria quase triplicar, com a elevação para 3,2 mil toneladas por dia. O fornecimento de energia e vapor seria realizado pela própria Cargill, enquanto que a Compagas oferece infraestrutura suficiente para abastecer seis novas empresas no local com Gás Natural. A Estação de Tratamento de Efluentes será ampliada com o início da instalação de novas indústrias.

Empregos

Embora os parceiros ainda não estejam definidos, segundo estudos da Cargill a estimativa é que cada nova fábrica a se instalar no Complexo gere, em média, 150 empregos diretos. Com isso, as seis empresas poderão gerar, juntas 900 postos diretos. A Cargill e a Evonik, que já estão em operação, geram aproximadamente 300 vagas de emprego diretas, além de outras cerca de 230 indiretas. Somando os empregados diretamente, quando consolidado e em operação, o complexo será responsável por empregar 1,2 mil pessoas de forma direta.

Subprodutos

Um grão de milho, ao passar pelo processamento, resulta em quatro subprodutos. Em menor quantidade (4 a 5%) é o Glúten, seguido pelo Germe (7 a 8%). Desse germe pode ser extraído o óleo, em proporção de 3 a 4%. O segundo principal subproduto é a fibra, que corresponde de 18 a 22% do grão. Já o amido é o principal, correspondendo entre 70 e 75% do grão. Deste amido, é possível extrair outros quatro subprodutos: amido nativo e modificado, xarope de glucose, high maltose e dextrose.

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