Frutas transgênicas se aproximam do mercado

Indústria tenta mudar imagem dos OGMs para consumidor final

Por: Agrolink -Leonardo Gottems

Publicado em 06/11/2017 às 11:42h.

A partir do mês de Novembro, mais de 400 locais do Meio-Oeste dos Estados Unidos disponibilizarão maçãs transgênicas pela primeira vez. As maçãs serão vendidas e levarão muito mais tempo para tomar a cor marrom.

Enquanto que commodities como soja ou milho já são muito conhecidas pela transgenia, muitos produtos massivos para alimentação humana direta, como frutas, ainda não chegaram ao grande público. “Ainda há poucos incentivos para desenvolver e comercializar frutas geneticamente modificadas em função de mudar as regras e talvez ter uma reação dos consumidores”, disse Kevin Folta, professor de Horticultura da Universidade da Flórida, em Gainesville. O mamão do Havaí é a única fruta geneticamente modificada para resistir a um vírus que está disponível nos supermercados.

A empresa canadense Okanagan Specialty Fruits aposta que a conveniência para o consumidor de ter maçãs que não adquirem a cor marrom vai tirar as preocupações do consumidor. A companhia do estado de British Columbia colheu 50 toneladas das chamadas maçãs árticas. “Nós temos produção suficiente para suprir os supermercados por dois meses. As frutas duradouras terão um apelo especial para pais com estilo de vida muito corridos e vamos buscar um premium com os preços,” disse o presidente da empresa, Neal Carter.

Alguns especialistas acreditam que foi um passo arriscado começar pelas maçãs, que tem uma imagem de alimento muito saudável pelo consumidor. “Os produtores da região Noroeste Pacífico, a mais importante produtora de maçãs dos Estados Unidos, estão sentindo o efeito dessa decisão sensível. Vai prejudicar a imagem positiva das maçãs”, afirmou Jim McFerson, presidente de horticultura da Universidade do Estado de Washington.

O consumo de maçãs está estagnado nos Estados Unidos nos últimos 20 anos. A produção de “maçãs árticas” se concentrará no Estado de Washington, nos Estados Unidos, e no estado de British Columbia, no Canadá, em uma área total de 113,3 hectares todos pela Okanagan. A projeção é incrementar a superfície para 400 hectares aproximadamente até 2020.

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