Relatório mostra crescimento do setor de farmácias em Americana
Dados apresentados pela Federação do Comércio do Estado nesta quarta-feira apontam melhora do setor nos últimos dez anos
Depois de um período preocupante de crise, o mercado varejista mostra estabilidade e já faz projeções de crescimento na região de Americana. Um relatório da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) apresentado nesta quarta-feira, que analisou a evolução de estabelecimentos entre 2007 e 2016, destaca, por exemplo, o setor de farmácias e perfumaria, que cresceu 21% no período.
Outro destaque foi setor supermercadista, que se mantém como o maior empregador do varejo, oferecendo 66% das vagas de trabalho disponíveis no segmento no mesmo período. O relatório apresentado ontem a empresários foi elaborado com dados fornecidos pelo Sincomércio regional, que representa empreendedores de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara.
De acordo com o economista da Fecomércio, Jaime Vasconcellos, a retomada efetiva do crescimento econômico talvez demore três a cinco anos. Mas é fato, para ele, que o País “parou de cair”.
Os números atuais, diz Vasconcellos, são positivos, apesar de tímidos. E representam o primeiro passo para a recuperação plena. “A inflação controlada e a retomada da estabilidade econômica são essenciais para mantermos essa reação”, comentou.
O relatório da Fecomércio mostrou um saldo de fechamentos, desde 2007, em Americana, de 349 empresas. Cenário que, para o economista, não vai se repetir.
Para Vasconcellos, as farmácias são o exemplo de como os empreendimentos precisam renovar. O setor, explicou, diversificou o portfólio de artigos comercializados. Além disso, recorreu aos clubes de desconto, e levou vantagem ao oferecer serviços à população que envelhece e precisa das mercadorias. No fim de 2016, o setor tinha 272 estabelecimentos abertos. Em 2007, eram 225 em Americana.
Para o empresário Edílson Fabri, há 26 anos no setor farmacêutico, os números revelados pela Fecomércio mostram que os estabelecimentos se desdobraram para manter as portas abertas. Mas ele acha que os empresários não devem se iludir, e considerar que a crise acabou.
Na opinião dele, o setor se “estabilizou, por baixo”. No entendimento do proprietário, o consumidor perdeu poder de compra, e os empresários hoje trabalham com estrutura enxuta, inclusive demitindo funcionários.
‘ATACAREJOS’
O desempenho dos grandes supermercados na oferta de empregos em 2016 (eram 2.505 vagas de trabalho), citado na pesquisa da Fecomércio, comprova um fato curioso. Este foi, na década, o segmento que mais teve estabelecimentos extintos. Eram 895 em 2007. Só 702 resistiam em 2016.
Mas se mantiveram o faturamento e o número médio de empregos oferecidos. Aconteceu, segundo Vasconcellos, um fenômeno de mercado. O desempenho das grandes redes, aliados à chegada dos “atacarejos” transformaram o perfil do consumo, com a ampliação das ofertas. Perderam no processo os pequenos empresários, que não resistiram à concorrência dos gigantes.
O relatório técnico também mostra bom desempenho das lojas de materiais de construção e de móveis e decoração. Ao mesmo tempo, caiu o número de estabelecimentos que vendem eletrodomésticos e eletrônicos.
Para o economista, na crise o consumidor deixa de investir em artigos caros, e opta pelo que é imprescindível.
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