Supermercados pedem audiência com BC por falta de moedas

Sumiço dos trocados é atribuído ao costume de guardar dinheiro em cofres, e acaba prejudicando o trabalho do comércio

Tentando enfrentar o problema do baixo número de moedas em circulação, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) solicitou uma audiência com o Banco Central para cobrar uma ação mais efetiva sobre o assunto. O “sumiço” dos trocados é atribuído ao costume de guardar dinheiro em cofres, por exemplo.

Desde o dia 30 de agosto, o Banco Central iniciou campanha para despertar na população a importância de se retirar moedas de cofrinhos, gavetas e cinzeiros, e aumentar a oferta do numerário, a fim de facilitar o troco e, principalmente, reduzir o gasto público. A Apas publicamente apoia essa campanha, mas cobra ações mais práticas do banco.

O objetivo da entidade é discutir iniciativas que favoreçam uma solução definitiva. Uma das ações que a Apas cobra do Banco Central é a reposição das moedas que saem de circulação por meio da produção de novas moedas, além de divulgações mais contundentes da campanha, para que estimule o consumidor a colocar em circulação as moedas que estão em seu poder.

Segundo estimativa do Banco Central, o número de moedas fora de circulação subiu nos últimos dois anos, saindo de 7,4 bilhões para 8 bilhões – quase um terço do total de moedas fabricadas no País. Com mais moedas nos cofres, o comércio acaba sofrendo para formar os trocos. Lojas com placas pedindo moedas ou estimulando os clientes a pagarem com dinheiro trocado estão se tornando comuns.

A Apas, entretanto, considera que a criação de campanhas que estimulem o uso de moedas é saudável, mas vê com preocupação os casos onde há uma contrapartida estabelecida, pois apesar desse tipo de ação gerar um primeiro impacto positivo, pode ter um efeito contrário no futuro e inibir ainda mais a utilização das moedas pelos consumidores, estimulando o “entesouramento”.

Para o diretor do Departamento de Supermercados da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Marcos Cavicchiolli, a postura da Apas de cobrar o Banco Central é correta. “Temos uma oferta menor do que a procura, porque o brasileiro não valoriza a moeda, então ela faz falta não só nos supermercados, mas no varejo como um todo. O Banco Central teria que despejar moeda no mercado, mas é algo que tem custo, então é necessária alguma ação”, afirmou o empresário.

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