Farmácia Comunitária: objetivo é a dispensação de forma humanizada de produtos
Profissional pode aconselhar os pacientes, interagir e discutir suas necessidades
Por: Lara Aguiar
A Farmácia Comunitária é um meio importante e abrangente quando se fala na ação do profissional farmacêutico no seu campo de trabalho. Com o intuito de ressaltar a relevância do trabalho farmacêutico, batemos um papo, nesta semana, com a presidente do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), Rosa Mariz. Confira a entrevista:
REVISTA DA CIDADE – Qual é a função da farmácia comunitária e qual é a sua importância?
ROSA MARIZ – A farmácia é considerada um estabelecimento de saúde (Lei 13021 de 2014) e de interesse público com o dever de assegurar a continuidade dos cuidados prestados ao paciente. De fácil acesso à população, é um espaço que se caracteriza pela prestação de cuidados de saúde de elevada diferenciação técnico-científica, que tenta servir a comunidade sempre, com a maior qualidade. Na farmácia comunitária, realizam-se atividades dirigidas para o medicamento e atividades dirigidas para o paciente. O principal objetivo é a dispensação de forma humanizada de produtos (medicamentos, cosméticos, correlatos) em condições que possam minimizar os riscos do uso dos medicamentos e que permitam a avaliação dos resultados clínicos, podendo assim, reduzir os riscos associados aos mesmos.
Além da dispensação, atualmente, o conceito de Cuidados Farmacêuticos engloba um conjunto de processos clínicos tais como a dispensação, a indicação, a revisão da terapêutica, a educação para a saúde, a farmacovigilância, o segmento farmacoterapêutico e, no âmbito geral, o conceito designado como o uso racional do medicamento. Dessa forma, as farmácias comunitárias funcionam como um posto avançado de cuidados à saúde e fogem da realidade de meros estabelecimentos comerciais geradores de lucros. O paciente é o centro das atividades do farmacêutico.
RC – Como está o atual contexto da Farmácia Comunitária em Sergipe?
RM – As farmácias sergipanas movimentaram uma parte da economia no nosso estado e é um mercado promissor com uma rentabilidade elevada. Nos últimos dois anos, tem havido um aumento muito significativo de redes de farmácia, que devem, no mínimo, garantir a segurança da saúde dos seus “clientes”.
As Farmácias Comunitárias em Sergipe contam com a assistência plena do farmacêutico em todo o seu horário de funcionamento. Sendo assim, os profissionais farmacêuticos que atuam no nosso estado estão diante do desafio de agregar conhecimento à sua atividade, como forma de se estabelecer no mercado, seja como empregado, seja como proprietário de sua farmácia.
RC – Como o trabalho do farmacêutico comunitário pode ser desenvolvido ou melhorado no âmbito do estado?
RM – A farmácia tem a obrigação de dar condições físicas adequadas, de acordo com as normas técnicas, prescritas na legislação sanitária para que o farmacêutico possa ter condições de realizar o seu trabalho junto ao paciente. O Conselho Regional e Federal de Farmácia vem promovendo cursos e palestras para a constante educação continuada desses profissionais.
Os farmacêuticos nas farmácias comunitárias, através de medidas educativas, vêm abordando vários temas ligados à saúde, aumentando o conhecimento dos pacientes sobre sua enfermidade e melhorando a adesão ao tratamento, promovendo assim de forma estratégica o uso racional dos medicamentos.
RC – Qual a responsabilidade do farmacêutico em relação ao paciente quando a Farmácia Comunitária pode ser a porta de entrada ao sistema de saúde?
RM – As farmácias são importantes locais para busca de atendimento e possível porta de entrada de pacientes no sistema de saúde. Os farmacêuticos são os profissionais de saúde mais disponíveis para a população em geral. Assim, os serviços farmacêuticos são tão importantes para o cuidado ao paciente quanto os serviços fornecidos por outros profissionais de saúde. Isto proporciona aos farmacêuticos comunitários a oportunidade de prover aconselhamento aos pacientes, interagir e discutir suas necessidades, fornecer informação sobre medicamentos e sobre o cuidado de doenças, incluindo a busca de outros profissionais. Portanto, suas ações apoiam o sistema de saúde e adquirem confiança pública.
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