Associação da indústria critica proposta de aumentar impostos de refrigerantes
Ministério da Saúde propôs elevação de tributos sobre bebidas açucaradas para elevar os preços e reduzir o consumo, como forma de prevenção e combate à obesidade; para fabricantes, ideia 'compromete toda uma cadeia produtiva e de investimentos'
Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo
14 Setembro 2017 | 20h49
BRASÍLIA – A Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) criticou a proposta de elevar a taxação de bebidas açucaradas, apresentada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros. O ministro encarregou sua equipe para preparar um projeto, que será levado aos colegas de governo assim que for concluído. O objetivo é elevar os preços e reduzir o consumo das bebidas como forma de prevenção e combate à obesidade.
"O México adotou o artifício e não houve redução de consumo nem queda nas taxas de obesidade. Houve impacto, isso sim, nos investimentos e nas taxas de emprego na indústria local de bebidas não alcoólicas", reagiu a associação. Na nota, a entidade argumentou ainda que a Dinamarca suspendeu medida semelhante, pouco tempo depois de ser instituída, por considerá-la ineficaz.
A associação assegurou ainda que 70% do açúcar consumido pelo brasileiro é o chamado "açúcar de mesa" – que ele próprio acrescenta a bebidas e alimentos.
"É razoável crer que a sobretaxação de refrigerantes e sucos, comprometendo toda uma cadeia produtiva e de investimentos, será eficaz para reduzir a obesidade no Brasil?", questionou a associação.
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