Atraso de pagamentos deve durar 45 dias e comprometer comida e remédios nos hospitais do Rio

por Daniel Brunet
23/08/2017 17:18

O Movimento Nenhum Serviço a Menos, de funcionários da rede pública de Saúde do Rio, publicou, hoje, carta-protesto alertando que a decisão de prefeitura do Rio de adiar pagamentos às OS da Saúde vai comprometer o abastecimento de remédios e até de comida para pacientes. Na sexta passada, a secretária municipal de Fazenda do Rio Maria Eduarda Gouvêa Berto publicou resolução empurrando as datas de repasse de verbas para 15 de setembro. Acontece que alguns funcionários da rede municipal de saúde ainda não receberam o salário de julho. Hoje, teve protesto no Hospital Evandro Freire e no CER Ilha do Governador.

O movimento diz que a "manobra da Prefeitura" vai atrasar os pagamentos em 45 dias. O atraso de pagamento já causa reflexo em algumas unidades municipais de saúde. É que tem funcionário deixando de ir trabalhar.

O Movimento Nenhum Serviço a Menos, em sua carta, afirma que a "manobra da prefeitura" vai comprometer o abastecimento de alimentos e remédios.

Veja a carta na íntegra:

Manobra da Prefeitura atrasa salários em 45 dias e compromete abastecimento de medicamentos e alimentos para pacientes

A Prefeitura do Rio de Janeiro, através de decreto publicado no último dia 18, adiou a data dos repasses financeiros de contratos com as OS's responsáveis pela administração de unidades de saúde e de serviços de outras secretarias. Na prática, os salários referentes ao mês de julho de milhares de trabalhadores estão previstos para serem pagos somente a partir de 15 de setembro, totalizando 45 dias de atraso. E os salários referentes a agosto, de todos os funcionários que recebem via OS's e ONG's, sofrerão atrasos, sendo pagos no fim de setembro. Somando-se a isso, o abastecimento de alimentos e remédios ficará comprometido já nos próximos dias por conta do adiamento de repasses.

Sob a justificativa de "otimizar a gestão fiscal", segundo disse a Secretária de Fazenda do governo Crivella, à rádio CBN, opera-se uma manobra para adiar parte do rombo orçamentário da prefeitura de 2017 para 2018. Nos próximos dias, hospitais inteiros, clnicas da famlia, serviços de saúde mental estarão com funcionamento comprometido. Como os pacientes internados serão alimentados? Como a população ficará sem acesso aos medicamentos que não podem deixar de tomar? Como os trabalhadores sobreviverão sem seus salários?

Nós, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro, convidamos a toda a população à sair em defesa da saúde pública e dos demais serviços públicos da cidade. Que a prefeitura pague a conta da crise cortando de suas propagandas, dos privilégios de políticos e das isenções fiscais a grandes empresas. Jamais cortando verba da saúde, educação, cultura e desenvolvimento social!!!

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