Biscoito ou bolacha? Alimento presente em quase todos os lares também sente a crise

No dia do biscoito, conheça curiosidades do produto. Famílias têm trocado recheados por rosquinhas para não deixar de consumir

por Lucianne Carneiro

20/07/2017 8:48 / Atualizado 20/07/2017 9:12

RIO – Biscoito ou bolacha? Polêmicas e regionalismos à parte, o produto, que tem até um dia para chamar de seu, 20 de julho, está presente em quase todos os lares do Brasil — 99,7%, segundo pesquisa encomendada por fabricantes — e é um mercado de peso. O volume de vendas foi de 1,685 milhão de toneladas em 2016 — uma queda de 2,8% do volume frente a 2015. Isso significa que, apesar da popularidade, o biscoito também sentiu os efeitos da crise econômica, que fez disparar o desemprego e reduzir a renda das famílias.

O caminho encontrado pelo brasileiro foi se adequar: trocou o recheado pela rosquinha e reduziu quantidades. Tudo para não deixar de fora da mesa um item tão querido.

— Para um mercado de 1,7 milhão de toneladas, essa queda de 2016 foi praticamente uma estabilidade. Todo mundo come biscoito e ele está em todo lugar, mas com a crise o consumidor correu para produtos mais em conta. Produtos de maior valor agregado, como cookie, wafer e palitos de chocolate, ficaram para trás e a preferência foi o pacote de 500 gramas de rosquinha, que rende mais. As porções menores também foram mais procuradas — afirma o presidente-executivo da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados), Claudio Zanão.

Para 2017, a expectativa é de estabilidade nas vendas. A despeito da recuperação que começa a ocorrer, Zanão afirma que não se deve ter grandes expectativas:

— O maior consumo vem das famílias com mais gente, principalmente nas classes C, D e E. A crise ainda existe no nosso país, o desemprego está alto e isso não vai acabar esse ano. Não adianta ter grandes expectativas. Estou animado com o retorno da economia, mas moderado.

MAIS DE TRÊS MIL PRODUTOS DIFERENTES

Terceiro maior mercado consumidor de biscoitos no mundo, o Brasil tem mais de 1.500 variações, entre formatos, sabor e peso da embalagem. Quando se considera as cerca de 80 diferentes marcas existentes, no entanto, o número de embalagens pode passar de três mil, segundo a Abimapi. Eles são classificados em diferentes grupos.

Os secos/doces são os tipos comuns, simples, sem recheio nem cobertura. Já os maria/maisena são chamados de laminados simples e levam o nome em sua superfície. Os recheados podem ser doces ou salgados: a única exigência é o recheio. Os wafers são recheados: a categoria inclui ainda os tubinhos/rolinhos de wafer, sejam eles recheados ou cobertos.

— A diversidade de biscoitos presentes nas gôndolas é enorme. É um mercado enorme — destaca Claudio Zanão.

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