Farmácia Comunitária: objetivo é a dispensação de forma humanizada de produtos

Profissional pode aconselhar os pacientes, interagir e discutir suas necessidades

Por: Lara Aguiar

A Farmácia Comunitária é um meio importante e abrangente quando se fala na ação do profissional farmacêutico no seu campo de trabalho. Com o intuito de ressaltar a relevância do trabalho farmacêutico, batemos um papo, nesta semana, com a presidente do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), Rosa Mariz. Confira a entrevista:

REVISTA DA CIDADE – Qual é a função da farmácia comunitária e qual é a sua importância?

ROSA MARIZ – A farmácia é considerada um estabelecimento de saúde (Lei 13021 de 2014) e de interesse público com o dever de assegurar a continuidade dos cuidados prestados ao paciente. De fácil acesso à população, é um espaço que se caracteriza pela prestação de cuidados de saúde de elevada diferenciação técnico-científica, que tenta servir a comunidade sempre, com a maior qualidade. Na farmácia comunitária, realizam-se atividades dirigidas para o medicamento e atividades dirigidas para o paciente. O principal objetivo é a dispensação de forma humanizada de produtos (medicamentos, cosméticos, correlatos) em condições que possam minimizar os riscos do uso dos medicamentos e que permitam a avaliação dos resultados clínicos, podendo assim, reduzir os riscos associados aos mesmos.

Além da dispensação, atualmente, o conceito de Cuidados Farmacêuticos engloba um conjunto de processos clínicos tais como a dispensação, a indicação, a revisão da terapêutica, a educação para a saúde, a farmacovigilância, o segmento farmacoterapêutico e, no âmbito geral, o conceito designado como o uso racional do medicamento. Dessa forma, as farmácias comunitárias funcionam como um posto avançado de cuidados à saúde e fogem da realidade de meros estabelecimentos comerciais geradores de lucros. O paciente é o centro das atividades do farmacêutico.

RC – Como está o atual contexto da Farmácia Comunitária em Sergipe?

RM – As farmácias sergipanas movimentaram uma parte da economia no nosso estado e é um mercado promissor com uma rentabilidade elevada. Nos últimos dois anos, tem havido um aumento muito significativo de redes de farmácia, que devem, no mínimo, garantir a segurança da saúde dos seus “clientes”.

As Farmácias Comunitárias em Sergipe contam com a assistência plena do farmacêutico em todo o seu horário de funcionamento. Sendo assim, os profissionais farmacêuticos que atuam no nosso estado estão diante do desafio de agregar conhecimento à sua atividade, como forma de se estabelecer no mercado, seja como empregado, seja como proprietário de sua farmácia.

RC – Como o trabalho do farmacêutico comunitário pode ser desenvolvido ou melhorado no âmbito do estado?

RM – A farmácia tem a obrigação de dar condições físicas adequadas, de acordo com as normas técnicas, prescritas na legislação sanitária para que o farmacêutico possa ter condições de realizar o seu trabalho junto ao paciente. O Conselho Regional e Federal de Farmácia vem promovendo cursos e palestras para a constante educação continuada desses profissionais.

Os farmacêuticos nas farmácias comunitárias, através de medidas educativas, vêm abordando vários temas ligados à saúde, aumentando o conhecimento dos pacientes sobre sua enfermidade e melhorando a adesão ao tratamento, promovendo assim de forma estratégica o uso racional dos medicamentos.

RC – Qual a responsabilidade do farmacêutico em relação ao paciente quando a Farmácia Comunitária pode ser a porta de entrada ao sistema de saúde?

RM – As farmácias são importantes locais para busca de atendimento e possível porta de entrada de pacientes no sistema de saúde. Os farmacêuticos são os profissionais de saúde mais disponíveis para a população em geral. Assim, os serviços farmacêuticos são tão importantes para o cuidado ao paciente quanto os serviços fornecidos por outros profissionais de saúde. Isto proporciona aos farmacêuticos comunitários a oportunidade de prover aconselhamento aos pacientes, interagir e discutir suas necessidades, fornecer informação sobre medicamentos e sobre o cuidado de doenças, incluindo a busca de outros profissionais. Portanto, suas ações apoiam o sistema de saúde e adquirem confiança pública.

Drogarias cobram 30% a mais sobre clientes do Farmácia Popular

20 Novembro 2017 09:51:00

Levantamento indicou que Ministério da Saúde paga além do preço de mercado

O Ministério da Saúde tem negociado com a indústria farmacêutica e o setor de drogarias para ampliar o acesso aos medicamentos do Farmácia Popular. A pasta observou que, em média, os valores pagos pelos produtos de asma, hipertensão e diabetes estão 30% acima dos praticados pelo mercado.

O custo da insulina NPH, por exemplo, com a transferência de tecnologia, os impostos e a logística, sai por R$ 10. No programa, o desembolso é de R$ 27,50, um recurso suficiente para mais que dobrar a oferta de insulinas. O objetivo é sensibilizar os parceiros para diminuir essa diferença de custo, ou seja, aplicar os valores de mercado somado a uma margem de lucro de 40%.

Os preços praticados atualmente na venda de produtos do Farmácia Popular para o Ministério da Saúde obedecem as regras da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a qual regula o mercado, e estabelece critérios para a definição e o ajuste de preços de medicamentos. A entidade estabelece um valor teto para a venda, mas os laboratórios e drogarias podem praticar preços menores para o consumidor.

Em uma pesquisa feita pela pasta, foi observado que os descontos estavam sendo realizados para os clientes individuais, porém, não, para o Ministério da Saúde. Além de comprar em maior escala, o programa Farmácia Popular atrai 10 milhões de consumidores para dentro dos estabelecimentos comerciais.

Com base no levantamento, a estimativa é que a rede de drogarias credenciadas e a indústria praticam preços 30% mais caros para os clientes do Farmácia Popular do que para aquelas pessoas que compram individualmente seus produtos. Quando os valores forem adequados, seriam economizados R$ 750 milhões. Assim, o custo do programa passaria de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,85 bilhão atendendo o mesmo número de brasileiros.

Os recursos obtidos serão utilizados para ampliar o acesso a medicamentos e a serviços da rede pública. Não há qualquer restrição de oferta para os pacientes que utilizam o programa. É importante ressaltar que atualmente 1.102 municípios não contam com o programa e distribuem regularmente os medicamentos nas unidades básicas de saúde e nas farmácias públicas.

A oferta dos medicamentos está mantida no programa. O objetivo da negociação é dar maior eficiência a utilização dos recursos públicos e garantir que não haja ônus para o SUS, além de buscar ampliar a oferta de produto e serviços da rede de saúde. A decisão será tomada conjuntamente com o setor para a garantia da continuidade do Farmácia Popular em todo o país.

Com lojas fechadas, Farmácia Popular pode mudar custo de medicamentos

Programa custeia até 90% dos preços de medicamentos

Joaquim Padilha

O Programa Farmácia Popular, do governo Federal, que encerrou suas atividades nas farmácias próprias do Ministério da Saúde em quase 30 pontos em Mato Grosso do Sul em abril, pode estar comprometido também na rede privada.

Na rede privada, as farmácias que vendem medicamentos com reembolso do governo Federal aderem ao “Aqui Tem Farmácia Popular”. Toda vez que vendem um medicamento com até 90% de desconto pelo programa, essas lojas recebem um reembolso a preço fixo pelo governo.

Agora o governo quer reduzir esse preço fixo. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, alega que há a necessidade de diminuir gastos, tidos como mais altos do que no caso da compra centralizada de remédios do SUS (Sistema Único de Saúde).

Atualmente, o preço pago pelo governo às farmácias é calculado com base no atacado, mais uma margem não fixa de até 40% para compensar os gastos com a compra e distribuição do produto, da fábrica até a loja.

O governo quer padronizar essa margem. "Vamos atualizar os preços para esse momento de mercado", disse o ministro Barros à Folha de S. Paulo. "Se fizemos essa margem [fixa], economizaremos R$ 600 milhões ao ano".

O custo do programa, criado há 13 anos no governo Lula, é de R$ 2,7 bilhões ao ano. Barros afirma que, caso não haja negociação da proposta com as farmácias, o programa pode ser extinto e os medicamentos podem voltar a serem só distribuídos pelo SUS.

"Se não quiserem fazer nessa margem que estamos propondo, vamos centralizar a compra e fazer [a entrega] na nossa rede, que já está paga". Representantes do setor farmacêutico e das indústrias afirmam que a medida pode por em risco o acesso dos medicamentos à população.

Ministério estabelece margem de 40% de lucro para credenciadas do Farmácia Popular

20 de novembro de 201720 de novembro de 2017 Ray Santos

Os valores pagos atualmente pelos produtos de asma, hipertensão e diabetes estão acima dos praticados pelo mercado. Insulina é 175% mais cara do que a adquirida pelo SUS

O Ministério da Saúde tem negociado com a indústria farmacêutica e o setor de drogarias para ampliar o acesso aos medicamentos do Farmácia Popular. A pasta observou que, em média, os valores pagos pela pasta pelos produtos de asma, hipertensão e diabetes estão 30% acima dos praticados pelo mercado. O custo da insulina NPH, por exemplo, com a transferência de tecnologia, os impostos e a logística, sai por R$ 10.  No programa, o desembolso é de R$ 27,50, um recurso suficiente para mais que dobrar a oferta de insulinas. O objetivo é sensibilizar os parceiros para diminuir essa diferença de custo, ou seja, aplicar os valores de mercado somado a uma margem de lucro de 40%.

Os preços praticados atualmente na venda de produtos do Farmácia Popular para o Ministério da Saúde obedecem as regras da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a qual regula o mercado, e estabelece critérios para a definição e o ajuste de preços de medicamentos. A entidade estabelece um valor teto para a venda, mas os laboratórios e drogarias podem praticar preços menores para o consumidor. Em uma pesquisa feita pela pasta, foi observado que os descontos estavam sendo realizados para os clientes individuais, porém, não, para o Ministério da Saúde.  Além de comprar em maior escala, o programa Farmácia Popular atrai 10 milhões de consumidores para dentro dos estabelecimentos comerciais.

Com base no levantamento, a estimativa é que a rede de drogarias credenciadas e a indústria praticam preços 30% mais caros para os clientes do Farmácia Popular do que para aquelas pessoas que compram individualmente seus produtos. Quando os valores forem adequados, seriam economizados R$ 750 milhões. Assim, o custo do programa passaria de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,85 bilhão atendendo o mesmo número de brasileiros. Os recursos obtidos serão utilizados para ampliar o acesso a medicamentos e a serviços da rede pública. Não há qualquer restrição de oferta para os pacientes que utilizam o programa. É importante ressaltar que atualmente 1.102 municípios não contam com o programa e distribuem regularmente os medicamentos nas unidades básicas de saúde e nas farmácias públicas.

A oferta dos medicamentos está mantida no programa. O objetivo da negociação é dar maior eficiência a utilização dos recursos públicos e garantir que não haja ônus para o SUS, além de buscar ampliar a oferta de produto e serviços da rede de saúde. A decisão será tomada conjuntamente com o setor para a garantia da continuidade do Farmácia Popular em todo o país.

Fn | Ministério da Saúde

Walgreens, uma das maiores redes de farmácia dos EUA, vai fechar 500 lojas

Segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O co-CEO da Walgreens – uma das principais redes de farmácias dos EUA -, Alex Gourlay, confirmou que mesmo com crescimento fechará lojas em diversas regiões do país. A maioria das lojas a serem fechadas é da bandeia Rite Aid, principalmente aquelas que se localizam próximas de uma Walgreens (ou Duane Reade).

A lista com quais lojas serão fechadas ainda será revelado pela companhia. A Walgreens vem superando as expectativas de Wall Street ao fechar o seu ano fiscal com um crescimento de 3,1% em suas vendas totais – mais do que o esperado.

Em seu comunicado a empresa mostrou o mapa abaixo com os locais atuais por banner para as duas empresas e afirmou “com as atualizações diárias de nossas bases de dados de farmácias e locais, os clientes e clientes da Chain Store Guide estarão entre os primeiros a receber informações quantificáveis à medida que se tornem através da pesquisa CSG e relatórios da empresa”.

Diversas redes estão fechando centenas de lojas para se tornar mais rentáveis, já que o e-commerce está comendo uma fatia relevante das receitas das lojas físicas. Contudo, há formas de elevar a rentabilidade de seu negócio físico ou fortalecer suas operações pela internet: existem diversas startups que estão revolucionando o varejo. E que podem te ajudar a aumentar suas receitas ou a reduzir seus custos.

Fonte: StartSe

Panvel participa de campanha que estimula doação de sangue

Nova parceria entre as empresas e instituição celebra o Dia Nacional do Doador de Sangue
On 17 novembro, 2017

Para promover a doação de sangue no mês do Dia Nacional do Doador de Sangue, a Panvel se uniu novamente com a Cabify e o Hemocentro em um projeto do bem. De 20 a 24 de novembro, os participantes farão fazer viagens gratuitas até o Hemocentro de Porto Alegre. A Panvel irá oferecer snacks saudáveis e brindes àqueles que aderiram à ação, e a Cabify enviará códigos de corridas gratuitas para os voluntários que se inscreveram na página especial da ação.

Entre os pré-requisitos, é necessário estar em boas condições de saúde, não apresentar nenhum sintoma de gripe ou resfriado, pesar no mínimo 50 kg e ter entre 16 e 69 anos. Para os menores de idade, é necessária autorização por escrito. É preciso evitar alimentos gordurosos quatro horas antes da doação e apresentar algum documento com foto na chegada ao Hemocentro.

Atualmente, o Hemocentro atende 40 hospitais de Porto Alegre, Região Metropolitana e Litoral Norte do Estado. Diariamente, o local recebe entre 40 e 50 bolsas, número abaixo da expectativa, que é de pelo menos 100 bolsas diárias. Cada doação de 450ml de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Pílula anticoncepcional causa depressão: Mito ou verdade?

Nossa colunista mergulha em um dos assuntos mais polêmicos envolvendo os métodos contraceptivos, veja seu veredicto.
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O suposto fato comprovado cientificamente de que a pílula anticoncepcional leva à depressão foi motivo de alarde e controvérsia na mídia global, gerando manchetes como:

“Estudo histórico liga a pílula à depressão”

“A pílula pode causar depressão, e os médicos não podem mais ignorar esse fato”

“Meninas, cuidado: a pílula pode causar depressão”

“Não é coisa da sua cabeça, seu anticoncepcional pode ser a causa da sua depressão”

Todas as reportagens citam um estudo publicado em um dos periódicos da Associação Médica Americana, o JAMA Psychiatry. Ele é descrito como um trabalho inovador e revelador, que coloca métodos anticoncepcionais hormonais como responsáveis por uma doença séria, a depressão.

Algumas matérias a respeito, veja só, foram até escritas em primeira pessoa. Foi o caso do jornal inglês The Guardian, que trouxe um texto com uma intensidade tão passional que deixava evidente que a autora foi uma usuária descontente da pílula.

No entanto, cabe esclarecer que o estudo nada tem de histórico, e os autores não concluem que a pílula causa depressão. E nem poderiam, uma vez que a pesquisa não foi desenhada para estabelecer uma relação de causa e efeito.

Pois bem, como já falamos por aqui, nem toda correlação pressupõe uma causa. Especialmente na área da saúde. O trabalho que liga os anticoncepcionais hormonais à depressão apenas observa, na realidade, dois fenômenos que parecem ocorrer simultaneamente. Além disso, contém falhas metodológicas que prejudicam até mesmo o estabelecimento dessa correlação. A interpretação passional dos jornalistas ao divulgá-lo também não foi correta.

Vamos entender melhor os motivos.
Pílula no tribunal da ciência

O estudo acompanhou 1 milhão de mulheres na Dinamarca, incluindo aquelas de 15 a 35 anos, no período de 1995 até 2013. Para isso, utilizou um cadastro de pessoas físicas, como o nosso CPF. A diferença é que, na Dinamarca, todas as prescrições médicas e internações ficam registradas junto a esse CPF.

Assim, era uma boa maneira de ter acesso aos dados médicos sem ter que fazer um acompanhamento próximo. Ou seja, não houve qualquer tipo de contato entre os autores do estudo e os grupos estudados. As mulheres não foram voluntárias e, muito importante, não se usaram critérios tradicionalmente empregados nos trabalhos clínicos, como a divisão aleatória dos participantes em grupos, o não conhecimento dos envolvidos (incluindo os cientistas) a respeito do grupo em que caíram e a comparação entre a intervenção de verdade e uma falsa, o placebo.

O trabalho dinamarquês foi somente um levantamento de dados com uma análise estatística. As mulheres foram divididas entre aquelas que usavam qualquer tipo de anticoncepcional hormonal (pílula combinada, mini-pílula, adesivos, implantes e DIU hormonal) e outras que não usavam nada, o grupo controle. Só que a escolha desse grupo controle foi equivocada.

Teria sido mais acertado comparar o grupo que usava controle hormonal com um grupo que fazia um controle não hormonal, como o DIU de cobre. Dessa maneira, ao menos estaríamos comparando dois grupos sexualmente ativos, com acesso regular ao médico.

Por que isso faz diferença? Principalmente porque a incidência de depressão foi medida de acordo com o número de prescrições de antidepressivos e internações em clínicas psiquiátricas. Ou seja, os autores simplesmente tinham acesso ao “CPF” do grupo de mulheres escolhido, e sabiam se elas receberam prescrições de anticoncepcionais e antidepressivos.

Mas, quando você tem um grupo de mulheres que vai regularmente ao médico, comparado com outro grupo que não vai, não há como eliminar o viés de que as moças que vão ao médico encaram uma probabilidade muito maior de obter uma prescrição de outro remédio. Imagine que você (ou sua parceira) toma pílula e, portanto, faz acompanhamento com o ginecologista. Você começa a sentir sintomas de tristeza constante e apatia e comenta com ele. O profissional chega à conclusão que pode ser depressão e receita um medicamento.

Será que a situação seria a mesma para uma mulher que não frequenta o médico regularmente? Será que, mesmo com sintomas, não ia demorar mais para que ela pedisse uma prescrição? Será que uma mulher acostumada a tomar um medicamento diário como a pílula também não estaria mais propensa a aceitar um antidepressivo? Será que, por outro lado, uma mulher que optou por não utilizar nenhum método anticoncepcional por ser adepta de um modo de vida mais natural e sem intervenções médicas também não estaria menos inclinada a buscar fármacos para qualquer outra condição? Será que algum desses grupos faz mais exercício físico por ser mais ou menos preocupado com saúde em geral?

O viés está justamente nesses “será que”! Quando temos muitas maneiras de fazer essas perguntas, isso significa que existem inúmeras variáveis que não foram levadas em conta e podem comprometer o resultado da pesquisa.

Outro ponto importante é que antidepressivos e pílulas podem ser prescritos para diversas condições além daquelas para as quais foram inicialmente desenvolvidos. Há mulheres que tomam pílulas porque sofrem de TPM, endometriose, acne, enxaqueca, ciclos irregulares e ovários policísticos. E antidepressivos são receitados também para distúrbios de sono, ansiedade, enxaquecas e até para emagrecer.

Nenhuma dessas variáveis poderia ser contemplada com a metodologia utilizada no estudo, justamente porque nenhuma mulher foi entrevistada ou acompanhada. Sabemos muito pouco sobre a vida delas.
A imprensa também tem sua parcela de culpa

Os números também foram mal interpretados pela mídia, e os resultados acabaram ficando distorcidos e pouco informativos. Fez-se muito alarde, por exemplo, com um suposto aumento de 80% na probabilidade de usar antidepressivos entre as jovens de 15 a 19 anos que usavam pílulas combinadas de estrogênio e progesterona. Muitas reportagens mostraram esse número.

Mas a realidade é que esse percentual é um aumento relativo, e os números absolutos são bem baixos. O número de prescrições para adolescentes que não faziam uso de pílulas combinadas foi de 1,7%, e aumentou para 2,2% entre as jovens que usavam pílulas combinadas. A diferença no número de internações foi ainda menor, passando de 0,28% para 0,30%.

Ou seja, podemos ter um aumento relativo de 100% de um valor absoluto para outro e ainda estarmos falando de valores bem baixos. Para efeito de comparação, saiba que o risco absoluto de qualquer mulher desenvolver depressão pós-parto é de 15% (este, sim, um valor realmente alto).

Quando uma reportagem mostra um risco relativo de 80%, isso pode levar muitas mulheres a interpretar que de 100 moças que tomam pílula, 80 correm o risco de desenvolver depressão! E essa interpretação pode levar mães conscienciosas a rever a decisão de aprovar o uso da pílula para sua filha adolescente que está iniciando a vida sexual, ou que precisa da pílula para controlar outros efeitos indesejáveis da puberdade, como cólicas, ciclos irregulares e intensos…

Mas, se essa mãe é corretamente informada de que a probabilidade de a filha ter depressão passa de 1,7% para 2,2%, a decisão tende a ser bem diferente. As mulheres têm direito a obter a informação real e correta sobre o custo-benefício de um medicamento. É isso que deve impactar suas escolhas – não informações distorcidas.

Outra questão que precisa ser levada em consideração é que a adolescência é um momento conturbado, especialmente para jovens iniciando a vida sexual. Isso costuma ser um fator de confusão e angústia, que, por sua vez, pode ser confundido com depressão. Esse equívoco, vale dizer, pede atenção a despeito da idade. Na pesquisa, não se sabia se as mulheres que usaram antidepressivos tinham realmente o diagnóstico de depressão.

Ainda em relação às adolescentes, pode-se argumentar que essa fase já suscita maior sensibilidade às mudanças hormonais naturais e, portanto, as jovens podem ser mais sensíveis a métodos hormonais. O mesmo estudo aponta que, após seis meses de uso, a diferença desaparece, e outros trabalhos já reportaram que a utilização de anticoncepcionais hormonais está inversamente relacionada à depressão. Ou seja, mulheres que usam métodos hormonais sofrem menos de depressão!

A única conclusão que se pode tirar do estudo do JAMA é que hormônios podem interferir no humor, e mulheres respondem de forma diferente a esses hormônios. E isso não é exatamente uma novidade ou um fato histórico.

Já sabemos há tempos que algumas mulheres são mais sensíveis a mudanças hormonais, induzidas pelo próprio organismo ou por medicações. Basta observar que nem todas as mulheres são acometidas por variações de humor durante o ciclo ou no pós-parto. E isso não quer dizer que aquelas que sofrem com isso não mereçam a devida atenção médica. Mas, definitivamente, não há motivo para tanto alarde por causa de um único estudo que estabelece uma possível correlação.

Falamos de um trabalho interessante mais pelo fato de chamar atenção de médicos e pacientes para eventuais sintomas associados ao uso da pílula. Mas não dá para recriminar ou demonizar métodos anticoncepcionais hormonais com base nele. Devemos lembrar (sempre) que nenhum medicamento é livre de efeitos colaterais. Daí porque se requer indicação e acompanhamento médico.

Se o método contraceptivo que você escolheu causa algum desconforto, converse com seu ginecologista. Há diversas opções no mercado. E se você está entre esse pequeno percentual de mulheres que não se adaptam de jeito nenhum aos métodos hormonais, saiba que existem alternativas não hormonais que o médico poderá indicar. E sempre há o bom e velho preservativo.

Aqui abordamos um caso clássico de muita conclusão para pouco estudo. E conclusões assim, quando veiculadas com tamanha paixão e pouca ciência, podem levar as pessoas a fazer escolhas erradas.

* Dra. Natalia Pasternak Taschner é bióloga, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, coordenadora dos projetos Cientistas Explicam e Pint of Science no Brasil e uma das idealizadoras e colaboradoras do blog Café na Bancada

Autor: Dra. Natalia Pasternak Taschner
Fonte: saude.abril.com.br

Automedicação pode provocar intoxicação e mascarar uma doença importante

On 17 novembro, 2017

Tomar remédios sem prescrição médica ou odontológica muitas vezes acaba levando a graves consequências e, até mesmo, à morte do paciente

Para muitos, a automedicação é vista como uma solução rápida, bastando a pessoa ir até uma farmácia e comprar um determinado remédio para se livrar do mal que a está afligindo. Mas o tiro pode sair pela culatra, pois esse tipo de tratamento tem causado problemas para muita gente em todo o mundo. Mas, afinal, o que é a automedicação? O clínico-geral e cardiologista Maurício Gonçalves Zanon esclarece que é o ato de o indivíduo ingerir algum medicamento sem prescrição de um profissional da saúde habilitado, no caso o médico ou o odontólogo, com o objetivo de tratar alguma doença e/ou aliviar algum sintoma que o acomete.

O médico explica que os principais riscos seriam a intoxicação medicamentosa e o mascaramento de uma doença importante, o que poderia ter consequências graves, como, por exemplo, até a morte do indivíduo. “O uso indiscriminado seria o indivíduo se automedicar por quaisquer sinais ou sintomas de doenças, até as mais corriqueiras, como um resfriado ou uma leve dor de cabeça. Ou até mesmo para efeito estético, ou seja, tomar medicamentos sem qualquer critério ou orientação médica, pois não tem o conhecimento necessário para reconhecer o diagnóstico e, portanto, a necessidade ou não de um tratamento medicamentoso.”

Maurício Zanon ressalta que, a rigor, nenhum medicamento deve ser tomado sem prescrição de um profissional habilitado – médico de preferência -, uma vez que, para um tratamento correto, é necessário, inicialmente, o adequado diagnóstico e, no caso, o médico é o único profissional com formação específica para isso. “De modo geral, porém, existem medicamentos com riscos maiores para a saúde e não devem ser tomados sem uma consulta médica prévia. Podemos citar os anti-hipertensivos, medicamentos para tratamento da asma brônquica, anti-inflamatórios, antidiabéticos, anticonvulsivantes, antibióticos, benzodiazepínicos (calmantes e soníferos) e antidepressivos. Esses cinco últimos necessitam de receita médica. Mas, infelizmente, em alguns casos são vendidos ilegalmente sem a receita ou mesmo cedidos por um amigo ou parente sem a devida orientação médica.”

O médico salienta que podem ocorrer várias reações, desde efeitos colaterais mais comuns, como uma cefaleia, náuseas, diarreia e vômitos, até reações alérgicas como prurido e erupções na pele, as urticárias, chegando, em alguns casos, ao temível edema da glote, que pode levar a uma insuficiência respiratória e até a uma parada cardíaca e morte. “É importante ressaltar que todos esses efeitos indesejáveis podem ocorrer com qualquer medicamento, inclusive com os prescritos por profissionais habilitados. Portanto, o mais sensato é pesar bem a indicação, ou seja, os riscos e os benefícios. O mais seguro, certamente, é sempre procurar o médico de confiança. Hoje, sabemos que a informação não é mais restrita e está disponível na internet, o que, se por um lado pode ser útil, por outro pode trazer problemas, como a confiabilidade e o diagnóstico errôneo. Mais uma vez, é muito mais seguro a opinião do médico.”

Efeitos Colaterias O especialista diz que remédios como os analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios, que são os mais usados na automedicação, podem trazer sérios perigos. “Isso porque são medicamentos de venda livre e a dor e a febre de diversas etiologias são sintomas extremamente frequentes. Os perigos geralmente decorrem dos efeitos colaterais e das possíveis reações alérgicas. Os analgésicos tipo dipirona podem causar queda da pressão arterial e reações alérgicas como efeitos colaterais mais comuns. O paracetamol pode causar náuseas e alterações hepáticas, de simples até as de maior gravidade; o AAS, problemas gastrointestinais tipo gastrite ou sangramentos digestivos, além de reações alérgicas; os anti-inflamatórios idem, além de problemas renais, levando até a quadros mais graves de insuficiência renal. É bom frisar que são efeitos possíveis, mas, felizmente, ocorrem em uma proporção pequena, mas não desprezível de pessoas. E aquelas que já tiveram reações alérgicas anteriormente devem evitar repetir o uso dos medicamentos que, sabidamente, lhes provocaram tais reações.”

Outro aspecto importante é a questão das interações medicamentosas. Hoje em dia, é muito comum o paciente tomar vários medicamentos, principalmente idosos. Muitas vezes se desconhece o efeito desses medicamentos quando usados em conjunto. O paciente, os familiares e o próprio médico devem ficar atentos a esses possíveis efeitos adversos, inclusive consultar a internet, como o site americano drugs.com, pois uma das causas mais comuns de visitas aos consultórios geriátricos atualmente são intoxicações e efeitos adversos de medicamentos, muitas vezes causados pela associação de drogas, a chamada “polifarmácia”.

É importante enfatizar também que os medicamentos, quando bem indicados e usados, são uma ferramenta importante no tratamento das doenças que afligem o ser humano e, em uma infinidade de casos, vitais para a recuperação do individuo. Ninguém deve deixar de tomar o seu medicamento para pressão alta ou diabetes, por exemplo, sem orientação médica. Antes, porém, de iniciar o tratamento medicamentoso, o paciente deve sempre ser incentivado a adquirir hábitos saudáveis, como abdicar do uso do cigarro, evitar o álcool ou, no máximo, usá-lo moderadamente e não habitualmente, praticar exercícios físicos regularmente, de três a cinco vezes por semana, ter uma alimentação balanceada rica em proteína, verduras e frutas e com o mínimo de gordura e açúcar, manter o peso controlado, medidas essas que têm um impacto muito maior na qualidade e expectativa de vida das pessoas do que o uso indiscriminado de medicamentos.

Fonte: Logística Hospitalar e Saúde

Uma das principais redes de farmácia do mundo vai fechar mais de 500 lojas

Empresa teve resultados melhores que o esperado, mas está focando na rentabilidade ao fechar lojas que podem ser redundantes

On 16 novembro, 2017

O co-CEO da Walgreens – uma das principais redes de farmácias dos EUA -, Alex Gourlay, confirmou que mesmo com crescimento fechará lojas em diversas regiões do país. A maioria das lojas a serem fechadas é da bandeia Rite Aid, principalmente aquelas que se localizam próximas de uma Walgreens (or Duane Reade).

A lista com quais lojas serão fechadas ainda será revelado pela companhia. A Walgreens vem superando as expectativas de Wall Street ao fechar o seu ano fiscal com um crescimento de 3,1% em suas vendas totais – mais do que o esperado.

Em seu comunicado a empresa mostrou o mapa abaixo com os locais atuais por banner para as duas empresas e afirmou “com as atualizações diárias de nossas bases de dados de farmácias e locais, os clientes e clientes da Chain Store Guide estarão entre os primeiros a receber informações quantificáveis à medida que se tornem através da pesquisa CSG e relatórios da empresa”.

Diversas redes estão fechando centenas de lojas para se tornar mais rentáveis, já que o e-commerce está comendo uma fatia relevante das receitas das lojas físicas. Contudo, há formas de elevar a rentabilidade de seu negócio físico ou fortalecer suas operações pela internet: existem diversas startups que estão revolucionando o varejo. E que podem te ajudar a aumentar suas receitas ou a reduzir seus custos.

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Fonte: StartSe

Raia Drogasil quer acelerar em 20% a abertura de unidades

– A Raia Drogasil, maior rede de farmácias do Brasil, informou que vai aumentar o ritmo de aberturas de lojas a partir do ano que vem. Em comunicado enviado a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa disse que vai abrir 240 novas lojas em 2018 e 2019. O valor será 20% maior, em comparação com as 200 aberturas previstas para este ano, confirmadas no texto.

Segundo o comunicado, as projeções foram elaboradas à luz da experiência passada da companhia e consideram a expectativa acerca das operações, considerando aspectos como: capacidade financeira para suportar investimentos; capacidade de implantar novas lojas e a capacidade de encontrar pontos comerciais atraentes com expectativas adequadas de retorno. "Entendemos que temos controle sobre grande parte dessas variáveis", disse. A empresa ressaltou ainda que as projeções são estimativas e podem ser revistas. No terceiro trimestre deste ano, a Raia Drogasil abriu 54 lojas, período em que o lucro somou R$ 136,5 milhões, alta de 17% sobre um ano antes. / Da Redação