Remédio para emagrecer: mocinho ou vilão da saúde?

Uso abusivo pode causar danos ao coração e ao cérebro

Eles não são os mocinhos, tampouco os vilões. Tudo depende da forma como você os utiliza. Mas, para aqueles que acham que na briga contra a balança vale lançar mão de qualquer artifício, o alerta é máximo: o uso abusivo de medicamentos para emagrecer pode trazer graves consequências para a saúde, provocando danos tanto no coração, quanto no sistema nervoso central.

Se você se encaixa no grupo de pessoas que costumam trocar receitas entre si, usar emagrecedores indicados por amigos ou acreditar na promessa dos milagrosos produtos que surgem na internet, sua saúde pode estar em risco. Devido aos seus inúmeros efeitos colaterais, os medicamentos que auxiliam na perda de peso são alvo de constantes polêmicas.

A mais recente delas ocorreu em junho deste ano, quando a Câmara Federal aprovou um projeto de lei que autoriza a produção, venda e consumo, sob prescrição médica, de remédios que contenham sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol. As substâncias haviam sido proibidas em 2011 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sob o argumento de que seu consumo pode causar problemas cardíacos. Um decreto legislativo de 2014, no entanto, suspendeu a proibição, mas desde então a agência reforçou os mecanismos de controle.

De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia – Regional Espírito Santo, Mariana Guerra, apesar de serem defendidos pelos especialistas por sua utilidade em tratamentos específicos, tais medicamentos são mais antigos e muito agressivos. Anfepramona, femproporex e mazindol são anfetaminas conhecidas como anorexígenos por atuarem diretamente no sistema nervoso central, inibindo a fome.

“Eles causam mais dependência química, além de aumento de pressão, insônia e agitação. Devem ser evitados por quem já tem histórico de problemas cardíacos e psicológicos.

Já a popular sibutramina pertence à classe dos antidepressivos, embora também provoque a sensação de saciedade. Ao agir no sistema nervoso, ela aumenta a concentração dos hormônios serotonina e noradrenalina.

Por isso, quanto maior o excesso de seu consumo, mais exposto o organismo fica aos picos de pressão arterial, que levam ao infarto e ao acidente vascular cerebral. A possibilidade de dependência também existe, assim como a de alterações no sono. “Ela também precisa ser evitada por quem têm refluxo”, lembra Mariana.

Na categoria dos inibidores de absorção de gordura, o Orlistate está entre os mais conhecidos. A proposta desse tipo de medicamento anti-obesidade é que parte da gordura ingerida seja eliminadas nas fezes.

No entanto, diarreias contantes levam à perda de vitaminas A, D e K, explica o nutrólogo Marcos André Dantas. “As consequências disso podem ser cegueira noturna, alterações na visão e nos ossos”, elenca.

Além disso, os danos do uso indiscriminado podem chegar ao cérebro, segundo o neurocirurgião José Augusto Lemos. “O intestino produz neurotransmissores importantes, como a serotonina. Então, quando usados de forma inadequada, os remédios podem provocar um desequilíbrio”, ressalta.

Ansiolíticos

Na luta contra a perda de peso, um dos obstáculos a serem vencidos é a ansiedade, que atinge grande parte dos pacientes obesos. Por isso, os ansiolíticos são uma opção no tratamento, mas exigem indicação e acompanhamento rigorosos. Caso contrário, os malefícios tornam-se maiores que os benefícios.

“Eles são calmantes e atuam sob o neurotransmissor gaba, que age nos hormônios. Por isso, podem causar dependência, letargia, sensação de sedação, cansaço – porque a pessoa acaba dormindo mal -, falhas na memória e depressão”, elenca Lemos. Da mesma forma, o neurocirurgião pontua que antiepiléticos – que tem como efeito secundário o emagrecimento – também são são inofensivos. “Nesse caso, os efeitos podem ser agitação, dor de cabeça e pré-disposição a cálculos renais”.

Sem medidas

Na busca por uma saída rápida para alcançar o peso ideal, não são raros os casos de abuso de medicamentos que chegam até os consultórios. “Há casos de pessoas que usam remédios para hipotireoidismo sem ter problemas na tireoide. Isso é absurdo. As pessoas possuem organismos diferentes e por isso cada um tem um tipo de reação. Somente o médico pode indicar o que é melhor e por quanto tempo os remédios devem ser usados”, destaca Mariana Guerra.

“Há pacientes que só aceita usar o fármaco que já usaram. Isso é a dependência”, alerta Marcos André Dantas. Ele destaca que os riscos de se tomar remédios aumentam quando combinados ao consumo de álcool.

Pela legislação, os fármacos só podem ser prescritos quando o paciente já está obeso ou quando ainda não chegou à obesidade, mas já possui doenças associadas ao peso. Ainda assim, Dantas pondera que eles não devem ser a primeira opção no tratamento e que o uso deve ser feito apenas até o alcance do peso almejado. Segundo ele, ao mexer na regulação dos hormônios até mesmo a libido pode ser afetada.

“As pessoas devem entender que emagrecer não é um processo rápido. Em certos casos, leva anos. Nenhum paciente deveria usar medicação, sempre tentamos primeiro trabalhar com a dieta e a prática de exercícios físicos. Se ainda assim a pessoa tiver dificuldades, incluímos o medicamento”, esclarece.

Foi justamente isso o que aconteceu com a técnica de enfermagem Raceli Antonia Venturini, 41. Há um ano e meio ela iniciou o acompanhamento com endocrinologistas após ser diagnosticada com gordura no fígado. Porém, entrar na academia e fazer dieta não resolveu o problema. A saída foi buscar auxílio na medicação. “Tomo Saxenda há três meses e passei de 92 para 72 quilos”, conta ela.

Apesar disso, Raceli sabe que a ajuda não irá durar para sempre. “O remédio tem me ajudado, mas sei que estou quase chegando ao meu objetivo e tenho que parar. Tere ique seguir só com a boa alimentação e exercícios”.

Efeito sanfona

Manter hábitos de vida saudáveis após a retirada dos remédios é justamente o que definirá o sucesso da mudança, segundo a endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Maria Fernanda Barca. De acordo com a médica, o efeito sanfona (de emagrecer e voltar a ganhar peso) é uma realidade para muitos que abandonam a disciplina.

“Quando se emagrece, as células de gordura não morrem, elas murcham. Dependendo da quantidade de peso, elas levam 30,40 anos para serem eliminadas. Durante esse tempo, se a pessoa não se prevenir, ela vai voltar a engordar.

Para Maria Fernanda, um dos pontos negativos dos medicamentos é falsa ilusão de facilidade que eles geram. “As pessoas tomam o remédio e vêem que não é preciso fazer quase nada para emagrecer. Com isso, elas não mudam seus hábitos e quando param com a medicação, volta tudo de novo”.

Depoimento

“Sempre me faziam mal”

Christiane Oliari, 31 anos, administradora

“Dos meus 20 até os 27 anos eu tomei diferentes medicamentos para emagrecer, sempre com a supervisão de especialistas. Mas todos sempre me fizeram muito mal. Eles aceleram o coração, provocam tremedeira e deixam a boca seca. O último que testei foi a sibutramina, que para mim foi o pior.

Como eu passava mal, eu sempre parava de tomar os remédios e o peso acabava voltando, às vezes até mais do que antes, vivenciei muito o efeito sanfona. Parece que quando você para o remédio a fome não acaba, eu tinha muita dificuldade para me controlar.

Depois da sibutramina eu decidi parar com os remédios. Aos 30 anos, eu decidi contratar um personal trainer e iniciar um planejamento alimentar com uma nutricionista. Isso aconteceu há seis meses e desde então eu já perdi 20 quilos, de 77 para 57. Passei do manequim 44 para o 36.

Descobri que vida saudável é o que há de melhor. Vale super a pena mudar os hábitos. Eu perco a vontade de comer errado porque sei que não vale a pena. Hoje me alimento muito bem, pois o saudável passou a ser gostoso para mim.

Eu tinha alguns problemas de circulação, retenção de líquidos, sentia dores nas pernas. Não conseguia usar sapatos por muito tempo. Hoje tudo melhorou.”

Projeto poderá permitir a aplicação de vacinas em farmácias

Da Redação

Projeto poderá permitir a aplicação de vacinas em farmácias
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa foi favorável a uma proposta que permite às farmácias e drogarias aplicarem vacinas e oferecerem serviços e procedimentos farmacêuticos, como a realização de exames rápidos. O projeto está tramitando em regime de urgência e depende de votação em plenário para ser aprovado.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) vê com cautela a nova legislação. Segundo uma nota oficial emitida essa semana pelo órgão, a medida pode trazer grandes riscos para a saúde da população. "As vacinas necessitam de armazenamento específico, com aparelhos de alta sensibilidade e refrigeração contínua, como determinado pelo Manual do Ministério da Saúde para garantir a eficácia do produto. A ausência destes procedimentos representa grande risco de inviabilizar os estoques de centenas ou milhares de vacinas", informa a nota.

O Projeto de Lei 27/2017 é de autoria da deputada Maria Lúcia Amary (PSDB). Para ela a proposta deve auxiliar na detecção precoce de problemas de saúde e no acompanhamento do tratamento dos pacientes. "Não é para substituir em nenhuma hipótese a consulta com o médico. A ideia é que a legislação contribua com o trabalho dele e os resultados de saúde do paciente", diz.

A deputada lembra que os estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina já regulamentaram estes serviços, apesar da falta de regulamentação pela Anvisa. "O objetivo é ampliar o acesso da população a esses medicamentos", diz.

Redes de farmácias fazem mutirão para estimular o autocuidado

Em 24 de julho, drogarias de todo o País vão motivar clientes sobre o uso racional de medicamentos isentos de prescrição

No dia 24 de julho, as 27 redes afiliadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) realizam a sexta edição das Campanhas de Saúde – 2017, desta vez alertando para a importância do autocuidado na prevenção, tratamento e manutenção da saúde. Um dos focos da ação é o uso racional de medicamentos isentos de prescrição.

O autocuidado é capacidade e o direito que uma pessoa tem de assumir de forma voluntária o zelo e a manutenção de saúde, por meio de conhecimentos e práticas que lhes permitem viver de forma ativa e saudável. “A iniciativa ocorre mundialmente nesta data e reforça a importância de se cuidar 24 horas por dia, sete dias da semana”, ressalta Sergio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma.

A campanha é educativa e tem o propósito de motivar a população quanto ao autocuidado – desde o manejo de sinais e sintomas até a prevenção de doenças, colocando o farmacêutico como um profissional à disposição e acessível para orientar e tirar dúvidas relativas a tratamentos. “Isso resulta em um custo menor para o sistema de saúde, tanto público como privado”, acrescenta Barreto.

Nas farmácias dos principais centros urbanos, os pacientes receberão conselhos dos farmacêuticos sobre como cuidar sozinho de males e sintomas menores já diagnosticados ou conhecidos; organizar medicamentos para problemas como dor, febre, alergias ou resfriados; seguir corretamente o uso dos remédios, incluindo a dose, quantas vezes por dia e por quantos dias o tratamento deve durar; entre outras dicas.

As próximas ações da Abrafarma nas redes de farmácias irão orientar a população sobre os riscos do colesterol, diabetes e problemas cardiovasculares, além de informar sobre a atenção ao idoso.

Sobre a Abrafarma

Fundada em 1991, a Abrafarma reúne as 27 maiores redes de farmácias do País, que contam com mais de 6.900 lojas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. As redes associadas representam 44% das vendas de medicamentos no país, tendo realizado mais de 830 milhões de atendimentos em 2016, com vendas totais de R$ 39,4 bilhões. A associação tem como objetivo o aprimoramento das empresas filiadas, a preservação da imagem institucional, o relacionamento com entidades públicas, governo e fornecedores, além de apoio jurídico e pesquisa de mercado para o aperfeiçoamento das atividades.

Acesse www.abrafarma.com.br.

Fonte: S c r i t t a
Autor: Denver Pelluchi
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

Unidade de Farmácia Popular em Itatiba suspende atendimento a partir de agosto

Venda de medicamentos por preço mais acessível ou a retirada de forma gratuita continuará sendo realizada nas farmácias conveniadas ao programa.

Por G1 Sorocaba e Jundiaí

22/07/2017 19h42

A unidade da Farmácia Popular na rua Barão de Itapema, em Itatiba (SP), vai deixar de atender a população a partir do dia 1º de agosto.

O Governo Federal encerrou a parceria, mas a venda de medicamentos por um preço mais acessível ou a retirada de forma gratuita continuará sendo realizada nas farmácias conveniadas ao programa.

Além disso, a farmácia do Ambulatório Central de Especialidades, em Itatiba, também continua funcionando normalmente e distribui cerca de 150 tipos de medicamentos gratuitamente com a apresentação da receita médica.

As farmácias da rede privada que são credenciadas estarão sinalizadas com o selo "Aqui tem Farmácia Popular."

Farmácia Popular de Vitória funcionará nas Unidades de Saúde

22 de julho de 2017

A partir do dia 29 de julho, todos os moradores de Vitória que buscam medicamentos na Farmácia Popular do município poderão se dirigir à unidade de saúde mais próxima de sua residência para orientações quanto a dispensação de medicamentos. Para aqueles que não residem na capital e utilizam a Farmácia Popular da cidade, a orientação é que procurem as unidades de seus municípios.

A medida é em função do anúncio do Ministério da Saúde (MS), sobre o fechamento de todas as unidades próprias do programa Farmácia Popular do Brasil, que distribui medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto no País.

A informação, vinda de Brasília (DF), chegou à Secretaria Municipal de Saúde (Semus) por meio de ofício no mês de abril. No documento, o MS afirma que irá finalizar o repasse de manutenção às unidades de rede própria do Programa Farmácia Popular do Brasil (FPB).

Funcionamento

O Programa Farmácia Popular do Brasil foi implantado pelo Ministério da Saúde em 2004, com o objetivo de disponibilizar para os cidadãos medicamentos gratuitos e/ou de baixo custo. Com essa decisão do MS, ocorrerá o fim da operacionalização das unidades pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ou seja, as Farmácias Populares do Brasil não receberão mais os remédios enviados pela Fiocruz para fornecimento à população. Outra opção para os usuários é procurar as farmácias privadas conveniadas que possuem o cartaz com os dizeres “Aqui Tem Farmácia Popular”.
Farmácia Cidadã

Diferente da Farmácia Popular, a Farmácia Cidadã em Vitória é de gestão do Governo do Estado Espírito Santo. Os moradores da capital recebem gratuitamente medicamentos considerados de alto custo e são beneficiados pela Farmácia Cidadã, inaugurada em fevereiro de 2014 e situada na avenida Princesa Isabel, no Centro, próximo do Mercado da Capixaba.

A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas, e fornece remédios para doenças crônicas de tratamento prolongado e de alto custo, como Mal de Alzheimer, hipertensão pulmonar, hepatites B e C, entre outras.

Com informações da Prefeitura de Vitória

OMS alerta para resistência do HIV a medicamentos

Apesar de o número de mortes em decorrência do vírus ter caído muito na última década, organização aponta obstáculo à meta de erradicar aids

Deutsche Welle

21/07/2017 11:52, atualizado em 21/07/2017 14:21

O número de mortes em consequência do vírus HIV caiu quase pela metade na última década, afirmou a Unaids, programa das Nações Unidas de combate à aids, nessa quinta-feira (20/07). No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que grande parte do progresso pode ser revertida com o aumento da resistência do vírus a medicamentos.

Em seis de 11 países analisados na África, Ásia e América Latina, mais de uma a cada dez pessoas que iniciaram o tratamento antirretroviral apresentaram uma cepa do vírus causador da aids que não respondeu a algumas das drogas mais utilizadas, divulgou a OMS.

Segundo a organização, os vírus podem se tornar resistentes às drogas quando os pacientes tomam doses incorretas da medicação prescrita. Cepas resistentes também podem ser contraídas diretamente de outras pessoas.

“A resistência aos medicamentos antimicrobianos é um desafio crescente para a saúde global e o desenvolvimento sustentável”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Precisamos abordar de forma proativa os níveis crescentes de resistência aos medicamentos contra o HIV, caso quisermos atingir o objetivo global de erradicar a aids até 2030.”

iStock
A OMS recomenda que quando a resistência aos medicamentos se torna muito alta, os países devem adotar para uma droga alternativa. Quando os medicamentos mais comuns não funcionam, os tipos mais caros, que podem ser mais difíceis de encontrar, devem ser testados.

A menos que algo seja feito, projeções matemáticas sugerem que as cepas do vírus resistentes a drogas podem infectar 105 mil pessoas e matar 135 mil nos próximos cinco anos, além de aumentar os custos de tratamento em 650 milhões de dólares, de acordo com a OMS.

Desde que a epidemia eclodiu na década de 1980, 76,1 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus do HIV. Cerca de 35 milhões morreram.

Menos mortes e infecções
Apesar do alerta sobre a resistência a medicamento, não apenas os números de novas infecções por HIV e de mortes diminuíram, mas nunca antes tantas pessoas soropositivas tiveram acesso a tratamentos antirretrovirais em 2016 – ultrapassando, pela primeira vez, a marca dos 50% dos infectados –, apontam estatísticas da ONU.

Segundo levantamento da Unaids, 19,5 milhões de um total de 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV em 2016 tiveram acesso a tratamentos antirretrovirais, que retardam o desenvolvimento do vírus do HIV, mas não o eliminam completamente.

As mortes relacionadas à aids caíram de 1,9 milhão, em 2005, para 1 milhão em 2016. O ano passado registrou 1,8 milhão de novas infecções, quase metade do número recorde de cerca de 3,5 milhões em 1997.

“Enquanto controlamos a epidemia, os resultados de saúde estão melhorando e os países estão ficando mais fortes”, disse o diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibe. “Estamos salvando vidas. Comunidades e famílias estão prosperando, já que a aids está sendo contida.”

Embora os números mostrem uma queda na quantidade de infecções e mortes, ainda não há uma vacina ou cura para o vírus do HIV, e as pessoas infectadas dependem de terapias antirretrovirais ao longo da vida para impedir a replicação do vírus. Sem tratamento, os pacientes continuam desenvolvendo a aids, uma síndrome que enfraquece o sistema imunológico e deixa o corpo exposto a infecções oportunistas, como a tuberculose, e alguns tipos de câncer.

Pílula pode atrapalhar a fertilidade no futuro? Tire essa e outras dúvidas sobre anticoncepcional

Os remédios que evitam gravidez podem, sim, causar efeitos colaterais, mas estes devem desaparecer em alguns meses

A pílula anticoncepcional tem muitos efeitos? Pode ser tomada antes da primeira relação sexual? E me trazer problemas com fertilidade no futuro?

A pílula anticoncepcional pode, sim, ter efeitos colaterais. Alguns dos sintomas que podem aparecer durante os primeiros meses de uso são: dor de cabeça, náusea, aumento dos seios, maior perda de sangue durante o ciclo menstrual etc.

Estes sintomas normalmente desaparecem com o tempo. Quando não cessarem, é indicado mudar a marca do medicamento. O importante é usar algum método contraceptivo – seja a pílula, o preservativo ou outro – toda vez que você tiver relações sexuais.

Para definir qual o comprimido anticoncepcional mais adequado ao seu organismo, consulte um ginecologista. O ideal é você e seu namorado irem juntos ao médico. Um especialista irá falar com vocês e discutir detalhes importantes sobre o uso do preservativo e da pílula, incluindo seus efeitos colaterais. Obter o método certo ajudará vocês a desfrutarem do sexo com mais segurança e prazer.

Sem prejuízos
Com relação a problemas futuros, o uso prolongado da pílula não causa prejuízo à fertilidade. Durante o tempo que uma mulher usa um contraceptivo hormonal, não costuma ocorrer ovulação, sendo este um dos principais mecanismos para evitar a gestação.

Ao cessar o uso da pílula, os ciclos voltam a ser ovulatórios em um período que é variável de mulher para mulher. Por outro lado, é importante salientar que, assim como a pílula não prejudica, ela também não preserva a fertilidade. Usando ou não os comprimidos, com o avançar da idade, a qualidade e a quantidade dos óvulos diminui.

Se você tem dúvidas ou sugestões de assunto, escreva para falandodesexo@diariogaucho.com.br

A via-sacra por um remédio

Mesmo acordando cedo e enfrentando filas, centenas de pacientes ficam diariamente sem receber o medicamento de alto custo que deveria ser fornecido pelo governo. Secretaria anuncia nova farmácia, mas não garante fim dos problemas

» Marlla Sabino
Especial para o Correio
» Yasmin Cruz*

Publicação: 21/07/2017 04:00

"Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio." Rubens Negrão, músico

"A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro." Maria de Jesus da Silva, aposentada

Quem passa pela estação de metrô da 102 Sul vê as longas filas que se formam em frente à Farmácia de Alto Custo. Além da falta de remédios, pacientes reclamam, constantemente, do tempo de espera para a retirada de medicamentos, como é o caso da diarista Lucilene Ferreira Lima, 46 anos. Ela chegou ontem à unidade às 6h40 e conseguiu pegar uma senha para retirada dos remédios às 10h30. E a diarista não tinha ideia do horário que conseguiria pegar o que precisava. “O jeito é sentar e esperar”, desabafou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, desde 1º de junho há um novo modelo de recadastramento, no qual o paciente deixa a documentação que comprova a necessidade do uso do medicamento e a quantidade para que a renovação seja feita, 30 dias antes de ter a validade de seu cadastro expirado. Não é mais necessário o atendimento ser feito com a presença do paciente. Segundo dados da pasta, na unidade da estação da 102 Sul, são realizados, em média, 500 atendimentos diários para dispensação de medicamentos. Já na unidade de Ceilândia, outros 400 usuários são atendidos por dia.

A aposentada Maria de Jesus Silva, 56 anos, vai à unidade da Asa Sul a cada 15 dias, na esperança de conseguir os medicamentos que controlam as dores crônicas pelo corpo e evitam convulsões. “A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Mesmo assim, hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro”, contou.

Cada caixa do medicamento de Maria de Jesus custa R$ 198, com 30 unidades. Por mês, ela consome quatro caixas, pois toma dois comprimidos pela manhã e dois pela noite. “Comprei as últimas caixas no cartão de crédito, em três parcelas, ainda estou devendo”, lamentou. Ela conta com a ajuda dos filhos, pois o dinheiro da aposentadoria é insuficiente.

Sem senha

Na unidade da 102 Sul, não é o horário de funcionamento que determina quem será atendido. Apesar de a Farmácia de Alto Custo funcionar até as 17h, os pacientes que chegam pela tarde não conseguem uma senha, como aconteceu com o músico Rubens Negrão, 35 anos, que chegou por volta das 16h de ontem em busca do remédio que usa há três anos. “Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio”, reclamou. Como os telefones das unidades não funcionam, por falta de pagamento do serviço, até para informações básicas é necessário o paciente ir à unidade.

Há mais de 20 dias, o remédio do aposentado Austregésilo de Melo, 57 anos, está em falta na Farmácia de Alto Custo. Ele é transplantado do fígado e depende da medicação, o micofenelato de sódio. A caixa com 120 comprimidos custa mais de R$ 2,5 mil. Para não ficar sem o tratamento, o aposentado procurou o médico que o acompanha, que receitou um remédio alternativo. Ele custa mais de R$ 1 mil. “Não faz sentido o governo gastar tanto dinheiro com a cirurgia dos transplantados e depois não conseguir manter o tratamento. Não entendo as razões da falta”, reclamou.

A Secretaria de Saúde diz que uma nova unidade da farmácia será inaugurada no Gama, até setembro. No entanto, não informou quantas pessoas serão atendidas e se ela acabará com o problema das filas e da falta de medicamentos.

*Estagiária sob supervisão de Renato Alves

22 tipos de remédios estão em falta nos postos de saúde em Ribeirão Preto

São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para infecções graves
20/7/2017 11:14 ACidadeON/Ribeirao Wesley Alcântara

A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto admite que 22 tipos de remédios estão em falta nos postinhos e não poderão, por enquanto, ser retirados de graça pelos pacientes. São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para tratamento de infecções graves.

Na terça-feira (18), o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou em uma CEE (Comissão Especial de Estudos) na Câmara que 25 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. No entanto, o fornecimento de três remédios teriam sido normalizados.

Mesmo diante da situação grave, a administração municipal ainda faz um pedido inusitado: “paciência à população”.

Questionada pelo A Cidade sobre qual seria a orientação para o paciente que depende dos medicamentos em falta, a Secretaria da Saúde não respondeu.

Para o defensor público, Victor Hugo Albenaz Junior, a população pode até ter paciência, mas a doença não. “Os pacientes que estão em tratamento não podem ficar sem a medicação”, afirmou.

Segundo ele, um dos mecanismos para conseguir o remédio é ajuizar uma ação com pedido de liminar. “É uma forma de, por meio do Judiciário, forçar a administração municipal a fornecer”, disse.

Saúde explica motivos para falta de remédios

Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que, ontem, apenas 22 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. “Onze com problemas na licitação. Outros 10 empenhados (pagamentos feitos) e que serão entregues nos próximos dias. Uma empresa foi notificada por problemas na entrega”, esclareceu a secretaria.

Segundo a secretaria, no início do mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) 350 medicamentos estavam em falta. “Faltam 22 itens, o que representa 6,1%. Com a entrega dos empenhados, cai para 3%”.
Sobre as licitações desertas (que não surgiram laboratórios em fornecer os remédios para a prefeitura), o governo municipal explica que elas precisam de soluções e, por isso, demoram mais. “Quando necessário, são feitas compras emergencias”, explicou ao A Cidade.

SEM REMÉDIOS NOS POSTOS DE SAÚDE

22 medicamentos que faltam nos postinhos de saúde de Ribeirão Preto, com distribuição gratuita. A lista com os remédios foi atualizado ontem (19) as 17h.

Ácido Valpróico 500 mg lib pro
(medicamento destinado a tratamento de crises epilépticas)

Acetonido Fluocinolona + Polimixina B
(destinado para tratamento de otite externa, infecção no canal auditivo)

Amoxicilina + Clavulanato suspensão
(indicado para tratamento das infecções bacterianas)

Ciprofloxacino 200 mg injetável
(antibiótico indicado para tratamento de infecções complicadas)

Eritromicina 500 mg comprimido
(antibiótico destinado para combater bactérias no organismo)

Hidróxido de Alumínio 6,2% susp
(medicação antiácida indicado para tratamento de ázia)

Isossorbida dinitrato 5mg cápsula Sublingual
(indicado para prevenção da dor isquêmica cardíaca)

Metildopa 500 mg
(destinado ao tratamento de hipertensão leve, moderada ou grave)

Metronidazol geleia vaginal
(tratamento de infecção vaginal)

Naltrexona 50 mg
(indicado como parte do tratamento do alcoolismo)

Nistatina creme vaginal
(indicado para tratamento de candidíase vaginal)

Nortriptilina 25 mg
(medicamento contra depressão)

Omeprazol 20 mg
(indicado no tratamento de úlceras benignas, gástricas ou duodenais)

Periciazina 1% gotas – pediátrico
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Periciazina 4% gostas – adulto
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Piridoxina 400 mg Vitamina B6
(vitamina destinada ao equilíbrio metabólico do sangue)

Pirimetamina 25 mg
(remédio destinado a infecção urinária)

Progesterona 200 mg
(indicado para tratamento do distúrbio da ovulação)

Salbutamol gotas
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema).

Salbutamol spray
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema)

Tiamazol 5 mg
(indicado no tratamento do hipertiroidismo)

Vitamina do complexo B
(para complementar a ausência da
vitamina no organismo)