Postos de saúde municipais voltam a ficar sem remédios

Regiane Soares e Aline Mazzo
do Agora

Os postos de saúde da capital voltaram a ficar sem alguns dos remédios mais distribuídos na rede pública municipal, da gestão do prefeito João Doria (PSDB).

Levantamento feito pela reportagem no aplicativo "Aqui tem Remédio" mostrou que ao menos 16 medicamentos estão em falta.

A gestão Doria diz haver "problemas de abastecimento" de 22 de 186 remédios.

Entre os verificados pelo Agora, há medicamentos para anemia, pressão alta e depressão.

Seis deles, como o analgésico ibuprofeno 300 mg, não são encontrados em nenhuma unidade de saúde.

O aplicativo indica que eles estão sendo comprados.

Resposta

O coordenador do programa Remédio Rápido, Joel Formiga, da gestão João Doria (PSDB), admitiu a "falta pontual" de alguns medicamentos por motivos que, segundo ele, "fogem ao controle da administração".

Ele disse que o tiamina, por exemplo, deixou de ser fabricado por falta de matéria-prima.

Segundo Formiga, 22 remédios dos 186 distribuídos pela rede municipal estão "com problemas de abastecimento".

A previsão é que metade dos que estão em falta esteja disponível nos postos em duas semanas.

Formiga não soube dizer se os remédios que estão faltando fazem parte dos que foram doados.

Ele disse ainda que até junho a prefeitura comprou R$ 131,4 milhões em remédios.

Outros R$ 16 milhões estão em processo de compra.

Aplicativo para ajudar a localizar remédio chega a Santos

App GoPharma auxilia o usuário a encontrar farmácias e drogarias
De A Tribuna On-line @atribunasantos
20/07/2017 – 11:25 – Atualizado em 20/07/2017 – 12:20

Aplicativo está disponível para download gratuito
Semelhante a outros aplicativos de transporte e comida, o app GoPharma já chegou a Santos e ajuda a localizar drogarias e medicamentos. 

No campo Farmácias, o usuário pode filtrar por critérios como “funcionamento 24 horas”, “cartão aposentado”, entre outros. 

Em outras abas, é possível pesquisar medicamentos específicos e programas de descontos. 

O app possui um sistema de busca por geolocalização que indica quais as farmácias mais próximas, além de fornecer informações como telefone e horário de funcionamento. São mais de 30 mil estabelecimentos cadastrados em todo o país.

O aplicativo GoPharma está disponível para download gratuito aos usuários de dispositivos com sistemas iOS e Android.

A via-sacra por um remédio

Mesmo acordando cedo e enfrentando filas, centenas de pacientes ficam diariamente sem receber o medicamento de alto custo que deveria ser fornecido pelo governo. Secretaria anuncia nova farmácia, mas não garante fim dos problemas

» Marlla Sabino
Especial para o Correio
» Yasmin Cruz*

Publicação: 21/07/2017 04:00

"Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio." Rubens Negrão, músico

"A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro." Maria de Jesus da Silva, aposentada

Quem passa pela estação de metrô da 102 Sul vê as longas filas que se formam em frente à Farmácia de Alto Custo. Além da falta de remédios, pacientes reclamam, constantemente, do tempo de espera para a retirada de medicamentos, como é o caso da diarista Lucilene Ferreira Lima, 46 anos. Ela chegou ontem à unidade às 6h40 e conseguiu pegar uma senha para retirada dos remédios às 10h30. E a diarista não tinha ideia do horário que conseguiria pegar o que precisava. “O jeito é sentar e esperar”, desabafou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, desde 1º de junho há um novo modelo de recadastramento, no qual o paciente deixa a documentação que comprova a necessidade do uso do medicamento e a quantidade para que a renovação seja feita, 30 dias antes de ter a validade de seu cadastro expirado. Não é mais necessário o atendimento ser feito com a presença do paciente. Segundo dados da pasta, na unidade da estação da 102 Sul, são realizados, em média, 500 atendimentos diários para dispensação de medicamentos. Já na unidade de Ceilândia, outros 400 usuários são atendidos por dia.

A aposentada Maria de Jesus Silva, 56 anos, vai à unidade da Asa Sul a cada 15 dias, na esperança de conseguir os medicamentos que controlam as dores crônicas pelo corpo e evitam convulsões. “A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Mesmo assim, hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro”, contou.

Cada caixa do medicamento de Maria de Jesus custa R$ 198, com 30 unidades. Por mês, ela consome quatro caixas, pois toma dois comprimidos pela manhã e dois pela noite. “Comprei as últimas caixas no cartão de crédito, em três parcelas, ainda estou devendo”, lamentou. Ela conta com a ajuda dos filhos, pois o dinheiro da aposentadoria é insuficiente.

Sem senha

Na unidade da 102 Sul, não é o horário de funcionamento que determina quem será atendido. Apesar de a Farmácia de Alto Custo funcionar até as 17h, os pacientes que chegam pela tarde não conseguem uma senha, como aconteceu com o músico Rubens Negrão, 35 anos, que chegou por volta das 16h de ontem em busca do remédio que usa há três anos. “Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio”, reclamou. Como os telefones das unidades não funcionam, por falta de pagamento do serviço, até para informações básicas é necessário o paciente ir à unidade.

Há mais de 20 dias, o remédio do aposentado Austregésilo de Melo, 57 anos, está em falta na Farmácia de Alto Custo. Ele é transplantado do fígado e depende da medicação, o micofenelato de sódio. A caixa com 120 comprimidos custa mais de R$ 2,5 mil. Para não ficar sem o tratamento, o aposentado procurou o médico que o acompanha, que receitou um remédio alternativo. Ele custa mais de R$ 1 mil. “Não faz sentido o governo gastar tanto dinheiro com a cirurgia dos transplantados e depois não conseguir manter o tratamento. Não entendo as razões da falta”, reclamou.

A Secretaria de Saúde diz que uma nova unidade da farmácia será inaugurada no Gama, até setembro. No entanto, não informou quantas pessoas serão atendidas e se ela acabará com o problema das filas e da falta de medicamentos.

*Estagiária sob supervisão de Renato Alves

22 tipos de remédios estão em falta nos postos de saúde em Ribeirão Preto

São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para infecções graves
20/7/2017 11:14 ACidadeON/Ribeirao Wesley Alcântara

A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto admite que 22 tipos de remédios estão em falta nos postinhos e não poderão, por enquanto, ser retirados de graça pelos pacientes. São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para tratamento de infecções graves.

Na terça-feira (18), o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou em uma CEE (Comissão Especial de Estudos) na Câmara que 25 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. No entanto, o fornecimento de três remédios teriam sido normalizados.

Mesmo diante da situação grave, a administração municipal ainda faz um pedido inusitado: “paciência à população”.

Questionada pelo A Cidade sobre qual seria a orientação para o paciente que depende dos medicamentos em falta, a Secretaria da Saúde não respondeu.

Para o defensor público, Victor Hugo Albenaz Junior, a população pode até ter paciência, mas a doença não. “Os pacientes que estão em tratamento não podem ficar sem a medicação”, afirmou.

Segundo ele, um dos mecanismos para conseguir o remédio é ajuizar uma ação com pedido de liminar. “É uma forma de, por meio do Judiciário, forçar a administração municipal a fornecer”, disse.

Saúde explica motivos para falta de remédios

Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que, ontem, apenas 22 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. “Onze com problemas na licitação. Outros 10 empenhados (pagamentos feitos) e que serão entregues nos próximos dias. Uma empresa foi notificada por problemas na entrega”, esclareceu a secretaria.

Segundo a secretaria, no início do mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) 350 medicamentos estavam em falta. “Faltam 22 itens, o que representa 6,1%. Com a entrega dos empenhados, cai para 3%”.
Sobre as licitações desertas (que não surgiram laboratórios em fornecer os remédios para a prefeitura), o governo municipal explica que elas precisam de soluções e, por isso, demoram mais. “Quando necessário, são feitas compras emergencias”, explicou ao A Cidade.

SEM REMÉDIOS NOS POSTOS DE SAÚDE

22 medicamentos que faltam nos postinhos de saúde de Ribeirão Preto, com distribuição gratuita. A lista com os remédios foi atualizado ontem (19) as 17h.

Ácido Valpróico 500 mg lib pro
(medicamento destinado a tratamento de crises epilépticas)

Acetonido Fluocinolona + Polimixina B
(destinado para tratamento de otite externa, infecção no canal auditivo)

Amoxicilina + Clavulanato suspensão
(indicado para tratamento das infecções bacterianas)

Ciprofloxacino 200 mg injetável
(antibiótico indicado para tratamento de infecções complicadas)

Eritromicina 500 mg comprimido
(antibiótico destinado para combater bactérias no organismo)

Hidróxido de Alumínio 6,2% susp
(medicação antiácida indicado para tratamento de ázia)

Isossorbida dinitrato 5mg cápsula Sublingual
(indicado para prevenção da dor isquêmica cardíaca)

Metildopa 500 mg
(destinado ao tratamento de hipertensão leve, moderada ou grave)

Metronidazol geleia vaginal
(tratamento de infecção vaginal)

Naltrexona 50 mg
(indicado como parte do tratamento do alcoolismo)

Nistatina creme vaginal
(indicado para tratamento de candidíase vaginal)

Nortriptilina 25 mg
(medicamento contra depressão)

Omeprazol 20 mg
(indicado no tratamento de úlceras benignas, gástricas ou duodenais)

Periciazina 1% gotas – pediátrico
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Periciazina 4% gostas – adulto
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Piridoxina 400 mg Vitamina B6
(vitamina destinada ao equilíbrio metabólico do sangue)

Pirimetamina 25 mg
(remédio destinado a infecção urinária)

Progesterona 200 mg
(indicado para tratamento do distúrbio da ovulação)

Salbutamol gotas
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema).

Salbutamol spray
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema)

Tiamazol 5 mg
(indicado no tratamento do hipertiroidismo)

Vitamina do complexo B
(para complementar a ausência da
vitamina no organismo)

Startup moderniza mercado de farmácias de manipulação

Esporte e Fitness / O Brasil tem hoje mais de 7 mil farmácias de manipulação. O setor que movimenta 5 bilhões de reais por ano gera 90 mil empregos diretos. E para o consumidor são várias as vantagens dos medicamentos manipulados: custam até 40% menos que os industrializados, a formulação pode ser adaptada individualmente a cada paciente e a compra pode ser fracionada, evitando assim desperdícios. No entanto, o setor carece de modernização e mais facilidade quando se trata de atendimento ao consumidor. Encontrar uma farmácia de manipulação, fazer a pesquisa de preços e escolher onde comprar era uma tarefa muitas vezes difícil e demorada. O Manipulaê surgiu para modernizar o setor magistral e solucionar os problemas dos consumidores.

O administrador de empresa Thiago Colósio e o engenheiro Rafael Diego de Angelo aliaram a necessidade de modernização do setor a um modelo de negócio que tem resistido à crise econômica: as startups. Criaram uma plataforma online que reúne em um único lugar as farmácias de manipulação do Brasil e possibilita que consumidores façam cotações gratuitamente e comprem os produtos manipulados. A plataforma Manipulaê ajuda os proprietários de farmácia a expor seus produtos e serviços em um novo canal de venda e soluciona os maiores problemas dos consumidores deste mercado. "As farmácias de manipulação têm uma importância muito grande para o consumidor e para a economia. O setor precisava ser modernizado. Nós criamos a plataforma para isso, para tornar o processo de compra mais simples, seguro e mais rápido", afirma Rafael de Angelo.

Hoje, o Brasil tem 4.217 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups. Alguns setores têm conquistado mais destaque e devem ser tendência nos próximos anos. A área de saúde tem atualmente 82 startups e muito espaço para crescer. "As startups têm estrutura bem enxuta, então todos no time são muito alinhados com o objetivo. Só se gasta energia com o que é realmente relevante para gerar valor ao negócio. No Manipulaê, nós somos assim. Temos uma estrutura enxuta e eficiente e todos estamos 100% focados em entregar soluções simples e relevantes para o consumidor e para as farmácias de manipulação. É um modelo sustentável, que fomenta o que há de melhor neste mercado", afirma Thiago Colósio.

Como funciona o Manipulaê

Para utilizar este serviço, o consumidor acessa o site do Manipulaê Clique Aqui envia a imagem da receita médica ou indica o produto que precisa cotar, e preenche alguns dados como nome, e-mail e endereço para entrega. Esse processo pode ser feito pelo celular, tablet ou computador. O sistema envia automaticamente as informações para as melhores farmácias e o consumidor recebe cotações dos produtos em até 3 horas úteis. Todo processo desde a cotação até o pagamento é feito no site do Manipulaê. Além disso, o consumidor também pode encontrar na plataforma uma lista com mais detalhes sobre produtos manipulados e farmácias de manipulação do Brasil, no acervo online Manipulaê.
Website: https://goo.gl/FvnnYw

MPF-DF busca Justiça para suspender compra de remédio chinês usado no SUS

LeugiNase não tem 'evidência científica' que comprove eficácia no tratamento contra câncer, diz MPF. Órgão também cobra que Anvisa negue importação do produto.

Por Elielton Lopes, G1 DF

20/07/2017 11h19

O Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça Federal em Brasília um pedido liminar (urgente) na segunda-feira (17) para exigir que o Ministério da Saúde deixe comprar e distribuir novos lotes do LeugiNase – medicamento utilizado na rede pública para o tratamento da leucemia linfoide aguda.

Segundo o MPF, não há comprovação científica de que o medicamento seja seguro e eficaz no tratamento da doença. O G1 procurou o Ministério da Saúde, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

Para o MPF, o medicamento, que é usado principalmente no tratamento de crianças e adolescentes, apresenta diversas irregularidades. “Não tem comprovação científica de eficácia ou estudos clínicos aprovados por autoridades sanitárias do país de fabricação e não possui farmacopeia reconhecida no Brasil”, diz o órgão.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também é alvo da ação. No pedido de liminar, o MPF exige que a agência negue a importação do LeugiNase ou de qualquer outro produto “sem evidência científica” que tenha na fórmula a substância “L-Asparaginase”.

Para que seja aceito no país, o ministério determina que haja comprovação científica de eficácia, estudos clínicos aprovados por autoridades sanitárias do país de fabricação ou autorização prévia da Anvisa quando feitos no Brasil.

A Anvisa também foi procurada pelo G1, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.

A fórmula chinesa substituiu o Aginasa, produzido por um laboratório japonês e outro alemão. O remédio foi usado de 2013 até 2016, quando foi substituído pelo LeugiNase após uma decisão do Ministério da Saúde que permitiu a importação, em caráter emergencial, no início deste ano. Segundo o MPF, o medicamento que deixou de ser comprado tem índice de eficácia de 90%, comprovado por estudos clínicos.

O Ministério Público Federal também aponta que o índice de “proteínas contaminantes” no remédio chinês chega a 40%, enquanto que no Aginasa o número foi de 0,5%. Há evidência ainda de que medicamento japonês/alemão tem 99,5% do princípio ativo, e o LeugiNase possui apenas 60%.

Recomendação

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal recomendou que o Ministério da Saúde deixasse de comprar e recolhesse todos os lotes do medicamento. O MPF sugeria que o órgão voltasse a adquirir o Aginasa.

À época, a pasta afirmou que seguiu "todos os trâmites que permitem uma importação excepcional do medicamento, conforme parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de janeiro de 2017".

Este pedido de liminar foi enviado à Justiça porque o Ministério da Saúde não atendeu à recomendação do Ministério. “O Ministério da Saúde esclarece que a orientação para a compra da L-Asparaginase continua a mesma. Entre produtos com as mesmas qualificações será adquirido o de menor preço, exatamente como foi feito na oferta da Leuginase”, disse a pasta em nota do último dia 10 de julho.

O ministério também disse que o abastecimento do medicamento está regular em 21 estados e no Distrito Federal. O órgão também negou que foram encontrados “contaminantes bacterianos” nas fórmulas adquiridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Até o momento, não se observou efeito além do esperado”, continua nota. “O medicamento Leuginase contém o princípio ativo L -asparaginase com atividade enzimática comprovada por seis diferentes laboratórios”, continua a nota.

Processo de Compra

Na ação enviada à Justiça, o MPF aponta irregularidades no processo de compra do novo medicamento. Segundo o relatório, o Ministério da Saúde não se atentou à possível falta do Aginasa e que, por isso, precisou comprar de forma emergencial o remédio chinês.

O Ministério Público disse ainda que o único critério observado pelo ministério foi o preço (o Aginasa custava US$ 172 e o LeugiNase foi comprado a US$ 38). A ação destaca que todas as sugestões feitas pelo MPF não foram seguidas.

Ainda segundo o MPF, não há registro em banco de dados de estudos clínicos do medicamento em humanos, diferente do medicamento alemão/japonês. “Isso reforça o fato de que o medicamento nunca foi testado em humanos de acordo com as regras estabelecidas pela comunidade científica e por princípios da bioética, requisitos obrigatórios em pesquisas e estudos clínicos”.

Em defesa, o Ministério da Saúde argumentou que o Aginasa também não tinha registro na Anvisa e nem estudos clínicos na literatura científica. Os dois medicamentos estariam em “posição de igualdade”, de acordo com a pasta.

Caso de Ribeirão Preto

O Ministério Público Federal em Ribeirão Preto, em São Paulo, também ingressou com uma ação na Justiça Federal, no início deste mês, exigindo que o Ministério da Saúde recolha todos os lotes do LeugiNase no país. A ação, similar à do MPF-DF, também recomenda que o SUS volte a adquirir o Aginasa, que tem evidência científica comprovada.

A discussão sobre o uso do medicamento teve início em maio deste ano depois que o Insituto Boldrini, em Campinas, em São Paulo, ficou sem o Aginasa e decidiu não usar o LeugiNase, disponibilizado pelo Governo Federal, alegando falta de comprovação de eficácia. O insituto decidiu, então, importar a droga (Aginasa) por conta própria.

Anvisa autoriza Centro Infantil Boldrini a importar remédio alemão contra leucemia

Ministério Público entra com representação para manter contrato de hemoderivados

Estadão Conteúdo
20.07.17 – 11h22

O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União ingressou na última segunda-feira, 17, com uma representação, com pedido de liminar, para garantir a continuidade da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Fator VIII recombinante, hemoderivado essencial para pacientes com hemofilia. Semana passada, o Ministério da Saúde suspendeu o acordo, que havia sido feito com a farmacêutica Shire e a estatal do sangue Hemobrás, sob a justificativa de desrespeito às regras do contrato.

O procurador Marinus Marsico, autor da representação, argumenta que a suspensão coloca em risco o abastecimento de hemoderivados no País, desrespeita a lei e traz prejuízos aos cofres públicos.

Em entrevista à reportagem, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reagiu atacando todo o MP: “Para variar, o Ministério Público quer entender daquilo que não entende. Fica comprando versão de terceiros e sai atirando sem perguntar. Como vamos falar no processo, tudo ficar esclarecido e vai ficar sendo como dantes.”

O Ministério da Saúde alega que a transferência de tecnologia, em que a Shire “ensinaria” a Hemobrás a fabricar o hemoderivado, está atrasada. Pelo acordo, o prazo para o início da produção em solo brasileiro começaria ainda este ano, o que não ocorreu. “Eles não colocaram nem um tijolo”, disse o ministro, numa referência à fábrica da Hemobrás.

Marsico, por sua vez, argumenta que a culpa pelo atraso é do próprio Ministério da Saúde. “Ele não tomou as medidas necessárias para que a Hemobrás pudesse dar seguimento na PDP. Quem atrasa não pode alegar atraso para romper o contrato. Esse é um raciocínio de lógica solar”, disse o procurador à reportagem.

Marsico afirma que o Ministério da Saúde reduziu a compra de Fator VIII recombinante acertada na PDP. Isso teria acelerado os problemas financeiros da Hemobrás e, de quebra, os investimentos em obras para adaptação da fábrica.

Na representação, o procurador argumenta que a eventual rescisão contratual resultaria numa perda dos valores já investidos na construção da fábrica da Hemobrás, além da cobrança imediata de uma dívida de mais de US$ 174 milhões que a estatal contraiu com a empresa Shire.

O rombo foi criado com a alta do dólar. Como os preços do hemoderivado eram definidos pela moeda estrangeira, a dívida aumentou de forma expressiva. Não houve, na avaliação de Marinus, nenhuma medida do Ministério da Saúde para tentar reduzir o problema. “Já pagamos pelo produto. Não temos como pagar duas vezes”, rebateu o ministro.

“São desconhecidas as razões legais, técnicas e de economicidade consideradas pelo Ministério da Saúde, ou mesmo pela Hemobrás, a recomendar o cancelamento da PDP do Fator VIII recombinante”, diz Marsico na representação.

Firmada em 2012, a PDP previa que a Shire deveria transferir toda a tecnologia para produção do hemoderivado à Hemobrás num prazo de até 10 anos. Durante esse período, a empresa ficaria encarregada de abastecer o mercado brasileiro, sem concorrentes.

Trata-se de uma transação milionária. A estimativa é a de que, por mês, sejam gastos R$ 157 milhões com a compra do hemoderivado, produzido a partir de engenharia genética. Considerado um dos tratamentos de ponta, seu preço é 11 vezes maior do que o hemoderivado preparado a partir do plasma humano. Críticos afirmam que o atraso beneficia a empresa. Quanto mais tempo ela postergar a transferência de tecnologia, maior o período em que ela vende, sem concorrentes, hemoderivados de última geração para o Brasil.

Quando determinou a suspensão da PDP, o ministério concedeu um prazo de 10 dias para que Shire e Hemobrás apresentasse uma proposta de redefinição de acordo. Em entrevista, a Shire afirmou ter interesse em negociar.

Na sua representação, Marsico afirma que o fim da PDP, de forma abrupta, poderia trazer riscos para a população de pacientes. “Ao romper o contrato, a empresa fica desobrigada a continuar fornecendo o hemoderivado ao Brasil”, diz o procurador. O ministro, no entanto, garante que esse risco não existe. De acordo com ele, uma compra foi feita para atender a demanda do País até o próximo ano. Além disso, haveria outros fornecedores mundiais.

A suspensão da PDP ocorre um mês depois de o ministro dar pessoalmente início a uma negociação para a construção de uma fábrica de hemoderivados em Maringá (PR), seu reduto eleitoral. Pela proposta inicial, um consórcio seria formado entre os laboratórios públicos estaduais Butantã (SP), Tecpar (PR), Hemobrás e a empresa suíça Octapharma. Os três laboratórios ficariam encarregados da produção de hemoderivados para o País. O Butantã não aceitou a proposta, disse o ministro.

Para o plano do consórcio ser mantido, o primeiro passo seria terminar a PDP da Hemobrás com a empresa Shire. “A pasta tem de mostrar que é um excelente negócio trocar um fornecedor por outro. Não temos nada com isso, com que empresa o ministério contrata. Nosso interesse é que a política pública seja obedecida e que as leis também não sejam descumpridas”, disse o procurador.

Marsico argumenta não haver alternativas a curto prazo para substituição do fornecedor de Fator VIII recombinante. “Qual alternativa resta? Fazer compras emergenciais de recombinante num mercado oligopolizado? Num país do tamanho do Brasil? Quanto será gasto com isso?”, questiona Marsico. Ele observa não haver nenhuma licitação no momento.

A representação do MP segue agora para avaliação de uma equipe técnica do TCU. Decorridos três dias, ela é encaminhada para o presidente do TCU. Não há prazo para que ele tome a decisão. Marsico espera que o desfecho seja rápido, por causa das características da representação que, de acordo com a representação “expõem a Hemobrás, o Ministério da Saúde e a União a inaceitáveis riscos e prejuízos contratuais”.

Em nota, o vice-presidente da Octapharma no Brasil, Samuel Maurício, afirmou que a empresa segue normas éticas e que a proposta apresentada ao governo é legítima, de acordo com o marco regulatório em vigor.

Drogasil ingressa no Ceará com inauguração de 4 lojas em Fortaleza

Quarta, 19 Julho 2017 15:12 Escrito por Bruno costa
Integrante da RD, maior rede varejista farmacêutica do País, empresa leva ao Estado modelo de loja diferenciado, com variedade de medicamentos e produtos de higiene e beleza

A Drogasil inaugura nesta quarta-feira (19) suas primeiras três lojas em Fortaleza, marcando o avanço da companhia no Nordeste do País. Até o final de julho, a empresa vai abrir a quarta unidade. A iniciativa faz parte da estratégia de expansão por meio do ingresso e fortalecimento de suas operações em mercados relevantes: são mais de 1.500 lojas em 19 Estados. A Drogasil faz parte da RD, maior grupo varejista farmacêutico do País em faturamento e número de lojas.

A chegada da Drogasil a Fortaleza permitirá que os consumidores tenham acesso à qualidade de atendimento e experiência de compra diferenciada com mais de 14 mil itens. As lojas são amplas e modernas, contam com farmacêutico durante todo o horário de funcionamento e funcionários treinados e preparados para esclarecer dúvidas e proporcionar apoio técnico qualificado aos clientes.

Para Marcilio Pousada, presidente da RD, o propósito da companhia é cuidar de perto da saúde e do bem-estar das pessoas em todos os momentos da vida. “Nosso lema é ‘gente que cuida de gente’. Nós nos orgulhamos de oferecer o mesmo padrão de qualidade de atendimento em qualquer loja do Brasil e continuamos trabalhando para que essa cultura se perpetue, sempre focados em gente, saúde e bem-estar.”

As novas unidades da Drogasil estão localizadas nos bairros de Aldeota e Cocó, todas em esquinas: Avenida Santos Dumont com a Rua Nunes Valente; Rua Idelfonso Albano com a Avenida Santos Dumont; Avenida Virgílio Batista com a Rua Eduardo Garcia e a Rua Batista de Oliveira com a Avenida Santos Dumont. Todas funcionam de segunda a domingo, das 7 às 23 h. Para mais informações sobre a rede e a compra de produtos pela internet, acesse www.drogasil.com.br.

Sobre a Drogasil – Criada em 1935, a partir da fusão de duas pequenas redes de farmácias (Drogaria Bráulio e Drogaria Brasil), a Drogasil é uma das bandeiras da RD. Com mais de 765 lojas, atua nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Tocantins, Ceará e Rio Grande do Norte. www.drogasil.com.br

Sobre a RD – A RD foi formada em 2011 a partir da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, que combinam 192 anos de história no varejo farmacêutico brasileiro. Com mais de 1.500 lojas em 19 Estados que representam cerca de 90% do mercado farmacêutico brasileiro, a RD inaugurou em 2016 um total de 212 lojas, apresentou uma receita bruta de R$ 11,8 bilhões, um incremento de R$ 2,4 bilhões em 2016 e um EBITDA de R$ 987,6 milhões no exercício.

Prêmio Nobel de Química fará palestra na Anvisa

O ganhador do prêmio Nobel de Química de 2004, Aaron Ciechanover, ministra palestra na Anvisa, dia 10 de agosto. Inscrição pelo e-mail cerimonial@anvisa.gov.br Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 19/07/2017 00:20
Última Modificação: 19/07/2017 19:23

O ganhador do prêmio Nobel de Química de 2004, Aaron Ciechanover, estará na Anvisa no dia 10 de agosto, às 9h30. Na palestra, ele fará um paralelo entre a descoberta que fez e a medicina personalizada relacionada ao câncer. Ciechanover descobriu a caracterização do método que as células usam para degradação e reciclagem de proteínas por meio do sistema Ubiquitina.

Para participar do evento, que é resultado de uma parceria entre a Diretoria de Regulação Sanitária (Direg) da Anvisa e a empresa AstraZeneca, basta enviar o pedido de inscrição para o e-mail cerimonial@anvisa.gov.br.
Pesquisa

Durante a pós-graduação na Faculdade de Medicina de Technion, Aaron Ciechanover, Avram Hershko e Irwin A. Rose, do Centro de Câncer Fox Chase, na Filadélfia (EUA), descobriram que a ligação covalente de ubiquitina à proteínas-alvo sinalizam sua degradação. Eles decifraram o mecanismo de conjugação, descreveram funções proteolíticas gerais do sistema e propuseram um modelo de acordo com o qual esta modificação serve como um sinal de reconhecimento de uma protease específica.

“Nós descobrimos um sistema que tem como uma de suas maiores funções o descarte de dejetos de proteínas do corpo. Este sistema, chamado de sistema ubiquitina, identifica proteínas inúteis e modificadas. Essas são proteínas prejudiciais que devem ser, de maneira seletiva, removidas do corpo, mantendo todos os componentes saudáveis que continuam exercendo suas funções vitais. Esta descoberta está diretamente relacionada ao câncer, pois, se algo dá errado com o sistema e proteínas anormais são acumuladas – como proteínas modificadas que causam câncer– infelizmente, podemos ser acometidos pela doença. O mesmo é verdadeiro para muitas doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, em que proteínas que deveriam ser descartadas são acumuladas e levam à destruição de células saudáveis do cérebro” afirma o pesquisador.

Vacina pentavalente: falta de vacina preocupa

As doses protegem bebês contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções causadas pelo pelo Haemophilus influenzae tipo b
Tisa Moraes

Uma leitora procurou o Jornal da Cidade, nessa terça-feira (18), para denunciar a falta de vacina pentavalente nas unidades de saúde de Bauru. A vacina é considerada uma das mais importantes no primeiro ano de vida dos bebês, já que garante a imunização contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções causadas pelo pelo Haemophilus influenzae tipo b.

Ainda de acordo com a leitora, uma prima (mãe de uma criança de quatro meses de idade) buscou dose em postos de saúde do Jardim Bela Vista e do Centro, mas sem êxito.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina pentavalente realmente não foi distribuída aos Estados por indisponibilidade de estoque, conforme nota técnica de âmbito federal. Ainda de acordo com a pasta municipal, "as 6 milhões de doses que chegaram ao País no segundo semestre de 2016 sofreram alteração de temperatura e a Anvisa aguarda documentação do laboratório produtor".

No momento, adianta a secretaria, não há previsão de liberação de doses pela Anvisa e as entregas referentes ao contrato de 2017 estão previstas para o segundo semestre deste ano. "Ou seja, é um problema nacional e não local", encerra.