Ministério Público entra com representação para manter contrato de hemoderivados

Estadão Conteúdo
20.07.17 – 11h22

O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União ingressou na última segunda-feira, 17, com uma representação, com pedido de liminar, para garantir a continuidade da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Fator VIII recombinante, hemoderivado essencial para pacientes com hemofilia. Semana passada, o Ministério da Saúde suspendeu o acordo, que havia sido feito com a farmacêutica Shire e a estatal do sangue Hemobrás, sob a justificativa de desrespeito às regras do contrato.

O procurador Marinus Marsico, autor da representação, argumenta que a suspensão coloca em risco o abastecimento de hemoderivados no País, desrespeita a lei e traz prejuízos aos cofres públicos.

Em entrevista à reportagem, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reagiu atacando todo o MP: “Para variar, o Ministério Público quer entender daquilo que não entende. Fica comprando versão de terceiros e sai atirando sem perguntar. Como vamos falar no processo, tudo ficar esclarecido e vai ficar sendo como dantes.”

O Ministério da Saúde alega que a transferência de tecnologia, em que a Shire “ensinaria” a Hemobrás a fabricar o hemoderivado, está atrasada. Pelo acordo, o prazo para o início da produção em solo brasileiro começaria ainda este ano, o que não ocorreu. “Eles não colocaram nem um tijolo”, disse o ministro, numa referência à fábrica da Hemobrás.

Marsico, por sua vez, argumenta que a culpa pelo atraso é do próprio Ministério da Saúde. “Ele não tomou as medidas necessárias para que a Hemobrás pudesse dar seguimento na PDP. Quem atrasa não pode alegar atraso para romper o contrato. Esse é um raciocínio de lógica solar”, disse o procurador à reportagem.

Marsico afirma que o Ministério da Saúde reduziu a compra de Fator VIII recombinante acertada na PDP. Isso teria acelerado os problemas financeiros da Hemobrás e, de quebra, os investimentos em obras para adaptação da fábrica.

Na representação, o procurador argumenta que a eventual rescisão contratual resultaria numa perda dos valores já investidos na construção da fábrica da Hemobrás, além da cobrança imediata de uma dívida de mais de US$ 174 milhões que a estatal contraiu com a empresa Shire.

O rombo foi criado com a alta do dólar. Como os preços do hemoderivado eram definidos pela moeda estrangeira, a dívida aumentou de forma expressiva. Não houve, na avaliação de Marinus, nenhuma medida do Ministério da Saúde para tentar reduzir o problema. “Já pagamos pelo produto. Não temos como pagar duas vezes”, rebateu o ministro.

“São desconhecidas as razões legais, técnicas e de economicidade consideradas pelo Ministério da Saúde, ou mesmo pela Hemobrás, a recomendar o cancelamento da PDP do Fator VIII recombinante”, diz Marsico na representação.

Firmada em 2012, a PDP previa que a Shire deveria transferir toda a tecnologia para produção do hemoderivado à Hemobrás num prazo de até 10 anos. Durante esse período, a empresa ficaria encarregada de abastecer o mercado brasileiro, sem concorrentes.

Trata-se de uma transação milionária. A estimativa é a de que, por mês, sejam gastos R$ 157 milhões com a compra do hemoderivado, produzido a partir de engenharia genética. Considerado um dos tratamentos de ponta, seu preço é 11 vezes maior do que o hemoderivado preparado a partir do plasma humano. Críticos afirmam que o atraso beneficia a empresa. Quanto mais tempo ela postergar a transferência de tecnologia, maior o período em que ela vende, sem concorrentes, hemoderivados de última geração para o Brasil.

Quando determinou a suspensão da PDP, o ministério concedeu um prazo de 10 dias para que Shire e Hemobrás apresentasse uma proposta de redefinição de acordo. Em entrevista, a Shire afirmou ter interesse em negociar.

Na sua representação, Marsico afirma que o fim da PDP, de forma abrupta, poderia trazer riscos para a população de pacientes. “Ao romper o contrato, a empresa fica desobrigada a continuar fornecendo o hemoderivado ao Brasil”, diz o procurador. O ministro, no entanto, garante que esse risco não existe. De acordo com ele, uma compra foi feita para atender a demanda do País até o próximo ano. Além disso, haveria outros fornecedores mundiais.

A suspensão da PDP ocorre um mês depois de o ministro dar pessoalmente início a uma negociação para a construção de uma fábrica de hemoderivados em Maringá (PR), seu reduto eleitoral. Pela proposta inicial, um consórcio seria formado entre os laboratórios públicos estaduais Butantã (SP), Tecpar (PR), Hemobrás e a empresa suíça Octapharma. Os três laboratórios ficariam encarregados da produção de hemoderivados para o País. O Butantã não aceitou a proposta, disse o ministro.

Para o plano do consórcio ser mantido, o primeiro passo seria terminar a PDP da Hemobrás com a empresa Shire. “A pasta tem de mostrar que é um excelente negócio trocar um fornecedor por outro. Não temos nada com isso, com que empresa o ministério contrata. Nosso interesse é que a política pública seja obedecida e que as leis também não sejam descumpridas”, disse o procurador.

Marsico argumenta não haver alternativas a curto prazo para substituição do fornecedor de Fator VIII recombinante. “Qual alternativa resta? Fazer compras emergenciais de recombinante num mercado oligopolizado? Num país do tamanho do Brasil? Quanto será gasto com isso?”, questiona Marsico. Ele observa não haver nenhuma licitação no momento.

A representação do MP segue agora para avaliação de uma equipe técnica do TCU. Decorridos três dias, ela é encaminhada para o presidente do TCU. Não há prazo para que ele tome a decisão. Marsico espera que o desfecho seja rápido, por causa das características da representação que, de acordo com a representação “expõem a Hemobrás, o Ministério da Saúde e a União a inaceitáveis riscos e prejuízos contratuais”.

Em nota, o vice-presidente da Octapharma no Brasil, Samuel Maurício, afirmou que a empresa segue normas éticas e que a proposta apresentada ao governo é legítima, de acordo com o marco regulatório em vigor.

Saúde intensifica vacinação contra HPV, Meningo C e Hepatite B

20/07/2017 as 07:50 | Fernandópolis | Da Redaçao

Ativação segue entre os dias 24 e 28 de julho

Cumprindo o calendário da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde de Fernandópolis realizará no período de 24 a 28 de julho uma intensificação da vacinação de HPV (meninos e meninas), Meningite C e Hepatite B.

Para a vacina HPV, meninas entre 9 e 14 anos de idade e meninos entre 11 e 14 anos de idade devem ser imunizados, tomando duas doses da vacina com intervalo de seis meses entre elas. Para os meninos, a estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus.

A vacina para Hepatite B pode ser tomada a partir dos 9 anos de idade e se estende para adultos e idosos, sendo importante lembrar que o esquema completo consiste de três doses, que são aplicadas com zero, um e seis meses. As pessoas estarão protegidas apenas se estiverem com o esquema completo.

Já a vacina meningocócica C é destinada a meninos e meninas entre 12 e 13 anos de idade. Em relação à Meningite é o primeiro ano no calendário vacinal para essa faixa etária, até o ano passado somente crianças menores de quatro anos recebiam a dose. A Meningite é transmitida por vias áreas, ou seja, se a bactéria estiver presente no ambiente com grandes aglomerações e alguém estiver com a imunidade baixa corre o risco de ser contaminado. Os primeiros sintomas são fortes dores de cabeça, febre alta, náuseas e dores na nuca.

“Temos que estabelecer uma conduta de imunização nos moradores. É importante que todos saibam que essas doenças podem ser evitadas com uma simples vacina, disponível nas Unidades Básicas de Saúde”, Marileia Pietrobon Lavezo Bertuco, coordenadora do setor de Imunização no município. Para receber as doses a partir da próxima segunda-feira, 24, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde, estando munido de documentos pessoais e da carteirinha de vacinação.

Os postinhos de Fernandópolis ficam abertos das 07h às 17h.

Suzano regulariza estoque com 2 mil doses da vacina pentavalente

Equipes do Departamento de Vigilância Epidemiológica providenciaram a distribuição estratégica nas unidades

Por De Suzano20 JUL 2017 – 11h05

A Secretaria de Saúde recebeu na quarta-feira (19) 2 mil doses da vacina pentavalente. As doses, fornecidas pelo governo do Estado, vão normalizar a oferta da imunização em toda a rede básica, que estavam em falta desde o início deste mês. As equipes do Departamento de Vigilância Epidemiológica providenciaram a distribuição estratégica das porções em 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS's).

No 1º ano de vida, mais precisamente aos 2, aos 4 e aos 6 meses, as crianças normalmente recebem a dose, que protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche, a meningite provocada pela bactéria Haemophilus Influenzae tipo B, e a hepatite B. A dose pentavalente também é aplicada em associação com a vacina contra a poliomielite.

Do tipo injetável, a pentavalente é resultante da união da vacina tetravalente com a imunização da hepatite B, ou seja, em vez de duas aplicações, o bebê recebe apenas uma injeção que garante a proteção contra cinco doenças, conforme explica o secretário de Saúde, Luis Claudio Rocha Guillaumon.

"A Secretaria de Saúde de Suzano tem cobrado constantemente o reabastecimento das vacinas pentavales, já que essas doses fazem parte do calendário básico de vacinação da Secretaria de Estado da Saúde. Desde o início de julho, estávamos aguardando a reposição dessa imunização, uma vez que atendemos uma grande demanda da cidade e até de municípios vizinhos. Com o recebimento, já providenciamos a distribuição nos postos de saúde, com o objetivo de suprirmos a pendência e darmos início à vacinação, que protege contra cinco graves enfermidades".

No decorrer de 2016, a Secretaria de Saúde de Suzano disponibilizou 14.243 doses da vacina pentavalente. No primeiro semestre deste ano, mais de 6 mil crianças foram imunizadas na cidade. Com a retomada dos trabalhos neste mês, as famílias que no período da falta das doses levaram seus filhos nas UBSs de Suzano estão sendo contatadas para, agora, retornarem e serem beneficiadas de forma prioritária.

"Esses pais e mães estão sendo convocados previamente, para que possamos suprir de forma ordenada a demanda de vacinas. Lembrando que a pentavalente estava em falta em várias cidades do Estado de São Paulo, e não apenas em Suzano".

Postos de saúde municipais voltam a ficar sem remédios

Regiane Soares e Aline Mazzo
do Agora

Os postos de saúde da capital voltaram a ficar sem alguns dos remédios mais distribuídos na rede pública municipal, da gestão do prefeito João Doria (PSDB).

Levantamento feito pela reportagem no aplicativo "Aqui tem Remédio" mostrou que ao menos 16 medicamentos estão em falta.

A gestão Doria diz haver "problemas de abastecimento" de 22 de 186 remédios.

Entre os verificados pelo Agora, há medicamentos para anemia, pressão alta e depressão.

Seis deles, como o analgésico ibuprofeno 300 mg, não são encontrados em nenhuma unidade de saúde.

O aplicativo indica que eles estão sendo comprados.

Resposta

O coordenador do programa Remédio Rápido, Joel Formiga, da gestão João Doria (PSDB), admitiu a "falta pontual" de alguns medicamentos por motivos que, segundo ele, "fogem ao controle da administração".

Ele disse que o tiamina, por exemplo, deixou de ser fabricado por falta de matéria-prima.

Segundo Formiga, 22 remédios dos 186 distribuídos pela rede municipal estão "com problemas de abastecimento".

A previsão é que metade dos que estão em falta esteja disponível nos postos em duas semanas.

Formiga não soube dizer se os remédios que estão faltando fazem parte dos que foram doados.

Ele disse ainda que até junho a prefeitura comprou R$ 131,4 milhões em remédios.

Outros R$ 16 milhões estão em processo de compra.

Aplicativo para ajudar a localizar remédio chega a Santos

App GoPharma auxilia o usuário a encontrar farmácias e drogarias
De A Tribuna On-line @atribunasantos
20/07/2017 – 11:25 – Atualizado em 20/07/2017 – 12:20

Aplicativo está disponível para download gratuito
Semelhante a outros aplicativos de transporte e comida, o app GoPharma já chegou a Santos e ajuda a localizar drogarias e medicamentos. 

No campo Farmácias, o usuário pode filtrar por critérios como “funcionamento 24 horas”, “cartão aposentado”, entre outros. 

Em outras abas, é possível pesquisar medicamentos específicos e programas de descontos. 

O app possui um sistema de busca por geolocalização que indica quais as farmácias mais próximas, além de fornecer informações como telefone e horário de funcionamento. São mais de 30 mil estabelecimentos cadastrados em todo o país.

O aplicativo GoPharma está disponível para download gratuito aos usuários de dispositivos com sistemas iOS e Android.

A via-sacra por um remédio

Mesmo acordando cedo e enfrentando filas, centenas de pacientes ficam diariamente sem receber o medicamento de alto custo que deveria ser fornecido pelo governo. Secretaria anuncia nova farmácia, mas não garante fim dos problemas

» Marlla Sabino
Especial para o Correio
» Yasmin Cruz*

Publicação: 21/07/2017 04:00

"Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio." Rubens Negrão, músico

"A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro." Maria de Jesus da Silva, aposentada

Quem passa pela estação de metrô da 102 Sul vê as longas filas que se formam em frente à Farmácia de Alto Custo. Além da falta de remédios, pacientes reclamam, constantemente, do tempo de espera para a retirada de medicamentos, como é o caso da diarista Lucilene Ferreira Lima, 46 anos. Ela chegou ontem à unidade às 6h40 e conseguiu pegar uma senha para retirada dos remédios às 10h30. E a diarista não tinha ideia do horário que conseguiria pegar o que precisava. “O jeito é sentar e esperar”, desabafou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, desde 1º de junho há um novo modelo de recadastramento, no qual o paciente deixa a documentação que comprova a necessidade do uso do medicamento e a quantidade para que a renovação seja feita, 30 dias antes de ter a validade de seu cadastro expirado. Não é mais necessário o atendimento ser feito com a presença do paciente. Segundo dados da pasta, na unidade da estação da 102 Sul, são realizados, em média, 500 atendimentos diários para dispensação de medicamentos. Já na unidade de Ceilândia, outros 400 usuários são atendidos por dia.

A aposentada Maria de Jesus Silva, 56 anos, vai à unidade da Asa Sul a cada 15 dias, na esperança de conseguir os medicamentos que controlam as dores crônicas pelo corpo e evitam convulsões. “A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Mesmo assim, hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro”, contou.

Cada caixa do medicamento de Maria de Jesus custa R$ 198, com 30 unidades. Por mês, ela consome quatro caixas, pois toma dois comprimidos pela manhã e dois pela noite. “Comprei as últimas caixas no cartão de crédito, em três parcelas, ainda estou devendo”, lamentou. Ela conta com a ajuda dos filhos, pois o dinheiro da aposentadoria é insuficiente.

Sem senha

Na unidade da 102 Sul, não é o horário de funcionamento que determina quem será atendido. Apesar de a Farmácia de Alto Custo funcionar até as 17h, os pacientes que chegam pela tarde não conseguem uma senha, como aconteceu com o músico Rubens Negrão, 35 anos, que chegou por volta das 16h de ontem em busca do remédio que usa há três anos. “Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio”, reclamou. Como os telefones das unidades não funcionam, por falta de pagamento do serviço, até para informações básicas é necessário o paciente ir à unidade.

Há mais de 20 dias, o remédio do aposentado Austregésilo de Melo, 57 anos, está em falta na Farmácia de Alto Custo. Ele é transplantado do fígado e depende da medicação, o micofenelato de sódio. A caixa com 120 comprimidos custa mais de R$ 2,5 mil. Para não ficar sem o tratamento, o aposentado procurou o médico que o acompanha, que receitou um remédio alternativo. Ele custa mais de R$ 1 mil. “Não faz sentido o governo gastar tanto dinheiro com a cirurgia dos transplantados e depois não conseguir manter o tratamento. Não entendo as razões da falta”, reclamou.

A Secretaria de Saúde diz que uma nova unidade da farmácia será inaugurada no Gama, até setembro. No entanto, não informou quantas pessoas serão atendidas e se ela acabará com o problema das filas e da falta de medicamentos.

*Estagiária sob supervisão de Renato Alves

22 tipos de remédios estão em falta nos postos de saúde em Ribeirão Preto

São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para infecções graves
20/7/2017 11:14 ACidadeON/Ribeirao Wesley Alcântara

A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto admite que 22 tipos de remédios estão em falta nos postinhos e não poderão, por enquanto, ser retirados de graça pelos pacientes. São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para tratamento de infecções graves.

Na terça-feira (18), o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou em uma CEE (Comissão Especial de Estudos) na Câmara que 25 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. No entanto, o fornecimento de três remédios teriam sido normalizados.

Mesmo diante da situação grave, a administração municipal ainda faz um pedido inusitado: “paciência à população”.

Questionada pelo A Cidade sobre qual seria a orientação para o paciente que depende dos medicamentos em falta, a Secretaria da Saúde não respondeu.

Para o defensor público, Victor Hugo Albenaz Junior, a população pode até ter paciência, mas a doença não. “Os pacientes que estão em tratamento não podem ficar sem a medicação”, afirmou.

Segundo ele, um dos mecanismos para conseguir o remédio é ajuizar uma ação com pedido de liminar. “É uma forma de, por meio do Judiciário, forçar a administração municipal a fornecer”, disse.

Saúde explica motivos para falta de remédios

Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que, ontem, apenas 22 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. “Onze com problemas na licitação. Outros 10 empenhados (pagamentos feitos) e que serão entregues nos próximos dias. Uma empresa foi notificada por problemas na entrega”, esclareceu a secretaria.

Segundo a secretaria, no início do mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) 350 medicamentos estavam em falta. “Faltam 22 itens, o que representa 6,1%. Com a entrega dos empenhados, cai para 3%”.
Sobre as licitações desertas (que não surgiram laboratórios em fornecer os remédios para a prefeitura), o governo municipal explica que elas precisam de soluções e, por isso, demoram mais. “Quando necessário, são feitas compras emergencias”, explicou ao A Cidade.

SEM REMÉDIOS NOS POSTOS DE SAÚDE

22 medicamentos que faltam nos postinhos de saúde de Ribeirão Preto, com distribuição gratuita. A lista com os remédios foi atualizado ontem (19) as 17h.

Ácido Valpróico 500 mg lib pro
(medicamento destinado a tratamento de crises epilépticas)

Acetonido Fluocinolona + Polimixina B
(destinado para tratamento de otite externa, infecção no canal auditivo)

Amoxicilina + Clavulanato suspensão
(indicado para tratamento das infecções bacterianas)

Ciprofloxacino 200 mg injetável
(antibiótico indicado para tratamento de infecções complicadas)

Eritromicina 500 mg comprimido
(antibiótico destinado para combater bactérias no organismo)

Hidróxido de Alumínio 6,2% susp
(medicação antiácida indicado para tratamento de ázia)

Isossorbida dinitrato 5mg cápsula Sublingual
(indicado para prevenção da dor isquêmica cardíaca)

Metildopa 500 mg
(destinado ao tratamento de hipertensão leve, moderada ou grave)

Metronidazol geleia vaginal
(tratamento de infecção vaginal)

Naltrexona 50 mg
(indicado como parte do tratamento do alcoolismo)

Nistatina creme vaginal
(indicado para tratamento de candidíase vaginal)

Nortriptilina 25 mg
(medicamento contra depressão)

Omeprazol 20 mg
(indicado no tratamento de úlceras benignas, gástricas ou duodenais)

Periciazina 1% gotas – pediátrico
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Periciazina 4% gostas – adulto
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Piridoxina 400 mg Vitamina B6
(vitamina destinada ao equilíbrio metabólico do sangue)

Pirimetamina 25 mg
(remédio destinado a infecção urinária)

Progesterona 200 mg
(indicado para tratamento do distúrbio da ovulação)

Salbutamol gotas
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema).

Salbutamol spray
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema)

Tiamazol 5 mg
(indicado no tratamento do hipertiroidismo)

Vitamina do complexo B
(para complementar a ausência da
vitamina no organismo)

Vacina pentavalente: falta de vacina preocupa

As doses protegem bebês contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções causadas pelo pelo Haemophilus influenzae tipo b
Tisa Moraes

Uma leitora procurou o Jornal da Cidade, nessa terça-feira (18), para denunciar a falta de vacina pentavalente nas unidades de saúde de Bauru. A vacina é considerada uma das mais importantes no primeiro ano de vida dos bebês, já que garante a imunização contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções causadas pelo pelo Haemophilus influenzae tipo b.

Ainda de acordo com a leitora, uma prima (mãe de uma criança de quatro meses de idade) buscou dose em postos de saúde do Jardim Bela Vista e do Centro, mas sem êxito.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina pentavalente realmente não foi distribuída aos Estados por indisponibilidade de estoque, conforme nota técnica de âmbito federal. Ainda de acordo com a pasta municipal, "as 6 milhões de doses que chegaram ao País no segundo semestre de 2016 sofreram alteração de temperatura e a Anvisa aguarda documentação do laboratório produtor".

No momento, adianta a secretaria, não há previsão de liberação de doses pela Anvisa e as entregas referentes ao contrato de 2017 estão previstas para o segundo semestre deste ano. "Ou seja, é um problema nacional e não local", encerra.

Disputa entre farmácias cresce e beneficia consumidores do CE

Até o fim de 2017, o Estado ganha, no mínimo, 30 lojas de grandes empresas do varejo farmacêutico

Redes apostam em atendimento diferenciado e planos cada vez mais personalizados para fidelizar público cearense

Fortaleza entrou de vez na rota dos investimentos do setor farmacêutico e, desde o início do ano, principalmente, vem ganhando inúmeras novas farmácias. Grandes redes já conhecidas dos cearenses, como a Pague Menos e a Extrafarma estão ampliando o número de lojas no Estado, notadamente na Capital. Agora, outra importante empresa do setor, o Grupo Raia-Drogasil (RD), chega ao mercado local, acirrando a disputa e beneficiando, assim, o consumidor, que pode contar com mais opções, barganhar preços e escolher planos de fidelidade que se encaixem melhor ao seu perfil.

> Higiene e beleza em expansão

> Mais de 400 vagas são geradas pelo setor no ano

Ontem (19), o Grupo RaiaDrogasil (RD), que atua no Nordeste com a marca Drogasil, inaugurou suas duas primeiras lojas em Fortaleza. Até o fim deste mês, serão abertas mais duas unidades na Capital cearense. A expectativa é expandir esse número para 12 lojas até o primeiro semestre de 2018, em um terreno de marcas já fixadas na lembrança do cearense.

Dessa forma, estar próximo à casa ou ao endereço de trabalho do consumidor é importante, mas não o suficiente para conquistá-lo. Para atrair e fidelizar clientela, as marcas apostam em atendimento de excelência com programas de fidelidade baseados não apenas no desconto, mas na personalização de ofertas de acordo com o histórico de compra do consumidor.

A Drogasil chega ao Estado com dois planos de fidelidade: o Drogasil Exclusivo, no qual o cliente tem descontos em medicamentos tarjados e promoções exclusivas, e o Drogasil Sênior, que conta ainda com outras condições exclusivas para quem tem mais de 55 anos ou é aposentado. Além do desconto oferecido com a utilização dos cartões, a Drogasil destaca que também trabalha em parceria com os principais convênios médicos e laboratórios do País.

A entrada da Drogasil no mercado do Ceará é parte de um plano maior de expansão da empresa no Nordeste e no Brasil, com a abertura de 200 unidades no País por ano. Agora, ficam faltando Piauí e Maranhão para que a rede esteja em todos os estados do Nordeste, segundo Marcílio Pousada, presidente da RD. "Estamos indo para Piauí e Maranhão. Em um desses dois, a gente deve abrir neste ano".

As Farmácias Pague Menos relançaram, no início deste mês de julho, o programa de fidelidade "Sempre", incluindo agora a classificação de seus clientes em duas categorias: Azul e Ouro, além do envio de ofertas personalizadas de acordo com o histórico de compras de cada consumidor da rede.

A categoria Azul contempla todos os usuários e permitirá a compra de medicamentos monitorados com valores promocionais e ofertas personalizadas. Conseguem ascender para a Ouro os clientes que, durante cada semestre, atingirem o valor de R$ 500 na aquisição de itens de higiene, beleza e conveniência – com direito a descontos extras e prioridade em eventos de marketing e relacionamento promovidos pela Pague Menos.

'Positiva'

Deusmar Queirós, fundador e presidente do Conselho de Administração da Pague Menos, além de estar à frente da Associação Brasileira de Farmácias (Abrafarma), vê a concorrência de forma positiva. "Da mesma forma que nós saímos daqui para São Paulo em 2002, eles também expandem para cá", afirma.

Destacando que a "concorrência não vai parar nunca", ele avalia que "em tempos de comércio difícil, as pessoas procuram novos mercados para expandir". "Nós acreditamos muito no futuro do Brasil e que, mais cedo ou mais tarde, essa loucura vai passar, mas vamos continuar investindo". Atualmente, a rede conta com 104 lojas em construção no Brasil e está em mais de 400 municípios. Até o fim do ano, a Pague Menos espera abrir 180 lojas no Brasil. No Ceará, devem ser 10 inaugurações até o fim deste ano. Outras 12 também serão reformadas e ampliadas até dezembro.

As Farmácias Pague Menos cresceram quase 14% de janeiro a junho deste ano ante igual período de 2016. Para 2017, o faturamento é projetado pela empresa em R$ 7 bilhões.

A rede Extrafarma atualmente possui mais de 340 lojas distribuídas em 11 estados brasileiros. No Ceará, possui 87 farmácias, com lojas na Capital e no Interior do Estado. Neste ano, a rede abriu oito lojas no Ceará. A empresa prevê a abertura de cerca de 100 lojas neste ano, com foco no Nordeste.

"O mercado cearense é um dos mais relevantes do Brasil, possui público exigente que valoriza nosso novo modelo de loja, moderna, confortável e conveniente, com preços competitivos e um atendimento especial", avalia o diretor de marketing e comercial da Extrafarma, Rodrigo Pizzinatto. Atualmente, mais de 1,2 milhão de cearenses são cadastrados no programa de fidelidade Clube Extrafarma.

Expansão

Com a estratégia de se firmar primeiramente nos centros onde haja uma maior concentração de pessoas que provavelmente já conheçam a marca Drogasil e Raia de outros estados como São Paulo e Rio de Janeiro, Marcelo explica que o grupo "com certeza vai olhar para o interior também".

No País, são mais de 1.500 lojas da RD em operação. No primeiro trimestre de 2017, a receita bruta da RD alcançou R$ 3,2 bilhões e o lucro líquido ajustado chegou a R$ 105,4 milhões.

NOTA PÚBLICA

Cremesp vê com preocupação consulta pública da Anvisa sobre aplicação de vacinas em farmácias e drogarias

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vê com preocupação a nova regulamentação em estudo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que pretende liberar a venda e aplicação de vacinas em estabelecimentos farmacêuticos do país.

Tal medida pode trazer grandes riscos para a saúde da população, além de comprometer a cobertura vacinal no país, considerada a mais completa e abrangente do mundo. O Programa Nacional de Imunização do Brasil é referência como medida de saúde pública.

As vacinas necessitam de armazenamento específico, com aparelhos de alta sensibilidade e refrigeração contínua, como determinado pelo Manual do Ministério da Saúde para garantir a eficácia do produto. A ausência destes procedimentos representa grande risco de inviabilizar os estoques de centenas ou milhares de vacinas.

É necessário implicar a responsabilidade da Vigilância Sanitária na intensa fiscalização dos estabelecimentos, assegurando a adequação física dos espaços, garantindo a efetividade do produto e a segurança do paciente. Além disso, é imperioso que estes estabelecimentos tenham um fluxo ágil e eficiente para o encaminhamento de pacientes aos serviços médicos em casos de intercorrências.

O Cremesp destaca a importância da atuação médica na indicação de vacinas, especialmente nos casos em que os pacientes apresentem doenças subjacentes ou que estejam fazendo uso de medicamentos que alteram seu estado imunológico.

Diante disso, o Cremesp reitera que as mudanças em análise devem cumprir estritamente a legislação sanitária brasileira para assegurar a saúde da população e o êxito histórico da política de imunização nacional.

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

Homologada na 4788ª SESSÃO PLENÁRIA DE 18/07/2017