Coca-Cola investe em cafés especiais no Brasil com cafés brasileiros
Da redação
No próximo mês, a Coca-Cola Brasil, uma das maiores multinacionais do mundo, lançará o Café Leão, um produto 100% brasileiro. O blend será composto por uma mistura dos grãos do Cerrado Mineiro e das montanhas do Espírito Santo, com uma produção realizada por pequenos e médios produtores destas duas regiões. A expectativa da empresa é que a demanda pelo produto dobre nos próximos cinco anos.
De acordo com o analista de mercado Marcus Magalhães, em entrevista para o portal Canal Rural, a notícia veio para coroar todo o trabalho que os produtores de café especial têm feito nas lavouras. Além de provar, para todos, que o país não precisa importar café.
"A conclusão que a gente chega é de que o consumidor não aceita mais beber café pelo simples fato de ser preto e quente. Ele tem que ter aroma, sabor, uma história, um algo a mais para oferecer", disse. Para os produtores que têm qualidade, esse "algo a mais" está relacionado a uma melhor rentabilidade da atividade.
(+Cafés especiais representam 14,6% das exportações do produto)
Segundo Magalhães, o mundo consome 150 milhões de sacas de café por ano, entre conilon e arábica. Desse total, em 2016, 22 milhões de sacas foram negociadas com algum tipo de certificação, número que mostra um grande interesse pelo segmento. "O produtor que não enxergar isso vai vender o produto como commodity. Os que enxergarem terão uma grande janela de oportunidade e serão melhor remunerado na atividade", explicou.
Em relação ao preço do produto, o analista acredita que a cafeicultura, no geral, tem a ganhar com o investimento da Coca-Cola no país. Mas faz um alerta aos agricultores que ainda não têm certificação de qualidade: "Essa história de produzir qualquer café para vender para qualquer um e a qualquer preço é passado. O futuro da atividade está dissertado na qualidade, na certificação e no profissionalismo, concluiu.
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