Com ovos de até R$ 1.100, setor está otimista

A Páscoa vai chegar mais cedo este ano – dia 1º de abril – e os empresários da indústria do chocolate no Brasil estão confiantes e certos de que esse será um ano de recuperação, tendo em vista o péssimo resultado nos últimos três anos, período em que o setor já acumula um recuo de 50% na produção. Durante a 28ª edição do Salão de Páscoa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), realizada ontem em São Paulo, representantes de oito indústrias do País apresentaram 120 lançamentos – o mesmo número que o ano passado – e afirmaram que esperam um crescimento na produção e nas vendas entre 5% a 20%.

Na abertura do Salão, o presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca, lembrou que os últimos anos foram difíceis para a indústria de chocolate no Brasil. No ano passado, a produção de chocolate para a Páscoa teve um volume 38% menor que em 2016. Ao todo, foram produzidas, em 2017, 9 mil toneladas de chocolate e 36 milhões de ovos. A queda na produção das duas últimas Páscoas (últimos três anos) já acumula 50%. Apesar disso, o presidente está otimista em relação à Páscoa em 2018. O otimismo está ligado à pequena recuperação da economia que, segundo ele, as indústrias já estão sentindo.

“Ainda não temos os dados consolidados da atividade do setor em 2017, mas sabemos que o volume de produção no primeiro semestre do ano passado ficou praticamente estável em relação ao mesmo período em 2016. E acreditamos que fechamos o ano com um leve crescimento. Além disso, estamos vendo uma melhora em outros segmentos que fazem parte da nossa cadeia, como o de supermercados e o de shopping centers”, argumentou.

O ministro interino da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge, estava presente na abertura do Salão e também destacou o clima de “perdas minimizadas” em 2017 e lembrou que o País já registra números mais positivos em relação à atividade industrial. “A indústria está retomando sua capacidade. Estamos deixando o cenário de crise e partindo para o crescimento”, disse.

O vice-presidente de chocolate da Abicab, Afonso Champi, destacou que, apesar da crise econômica, os consumidores permanecem comprando chocolates na Páscoa. A diferença é que eles adaptaram sua cesta de compras, optando por produtos com preços mais acessíveis. Segundo ele, as indústrias perceberam esse comportamento e também se adaptaram, oferecendo portfólios com itens de preços diversificados.

“No Brasil, a Páscoa é uma cultura forte e as pessoas não deixam de presentear, mesmo que sejam produtos específicos, de acordo com o preço que podem pagar”, disse.

Segundo ele, na Páscoa de 2018, as principais indústrias de chocolate do País lançarão, juntas, 120 produtos, mesmo número que em 2017. Ele afirma que, até o momento, a Páscoa já gerou 23 mil vagas de trabalho temporário nas indústrias brasileiras. O número representa uma queda de 5,9% em relação a 2017. Mas, mesmo assim, o executivo o considera positivo, tendo em vista que no comparativo entre 2017 e 2016, o volume de vagas temporárias teve um declínio de 15%.

Indústria em Minas – Detentor de duas das marcas de chocolate mais famosas no País – Kopenhagen e Brasil Cacau -, o grupo CRM está bastante otimista para a Páscoa 2018. A empresa, que tem indústria em Extrema, no Sul de Minas Gerais, deve ter um crescimento de 10% em sua produção e faturamento na Páscoa deste ano em relação à do ano passado. Pelo menos essa é a expectativa da diretora de Marketing do grupo, Maricy Gaittai Porto. De acordo com ela, o grupo está investindo 30% a mais nessa Páscoa em relação ao ano passado. “Em 2016, produzimos 3 milhões de ovos. Este ano, queremos chegar a 3,5 milhões. Na Kopenhagen teremos 18 lançamentos e na Brasil Cacau serão 13”, afirmou.

A diretora afirma que o grupo gerou mil empregos temporários este ano, sendo 400 na fábrica e 600 nos pontos de venda. A expectativa é de que 15% desse total seja efetivado. Maricy Porto também garante que metade do mix não teve reajuste de preços em relação ao ano passado, mas os outros 50% tiveram seus preços reajustados entre 5% e 8%.

A Kopenhagen trouxe, este ano, produtos sofisticados em comemoração aos 90 anos da marca. As embalagens dos produtos foram reformuladas. A linha Clássicos, por exemplo, teve layout inspirado em joias, acabamento metalizado e selo comemorativo. Um dos destaques desta Páscoa é o ovo de 5 Kg ao leite. O produto, que é direcionado para a toda a família, custará R$ 1.100.

Com sede em Poços de Caldas, a Ferrero Rocher também tem boas expectativas para a Páscoa 2018, segundo a gerente de Marketing, Juliana Braga. Ela não abre números da empresa, mas destaca que a marca está trazendo um portfólio bem diversificado de olho em todos os públicos. Entre os destaques está o Grand Ferrero Rocher, que foi lançado no ano passado só para algumas praças, mas este ano chega em todo o País.

Fonte: Diário do Comércio de Minas

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