Com superprodução de 42 toneladas de cacau por ano, comunidade do AP aposta em licor

Fruto nativo produzido às margens do rio Cassiporé foi aproveitado por cooperativa de assentados da Vila Velha, que produzem bebida e barras com 100% cacau.

Por Fabiana Figueiredo, G1 AP, Macapá

02/10/2017 07h49

Uma comunidade do Amapá aposta na produção de derivados do cacau que é produzido naturalmente às margens do rio Cassiporé para exportação. Com uma superprodução de 42 toneladas por safra, os assentados da Vila Velha, distrito de Oiapoque, no norte do estado, criaram uma cooperativa para conseguir usar o fruto comercialmente.

Criada há dois anos, a Cooperativa Agroextrativista Cassiporé só conseguia aproveitar 1 tonelada da safra que acontece de maio a junho. Com consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a comunidade profissionalizou a atividade e passou a produz licor de cacau e barras 100% do fruto.

“O licor veio como uma complementação para não perder o que a natureza produz. A gente tinha uma ideia do potencial da região há muitos anos, mas faltava a documentação disso. Essa produção do cacau existe no assentamento há 20 anos, mas é em escala pequena. Esse cacau é especial porque nasceu lá, numa área de várzea, num trecho de 36 quilômetros margeando o rio”, explicou o diretor executivo da cooperativa, Dorismar Paixão.

Além de usar o cacau na alimentação das escolas do município, são 24 cooperados interessados em tornar o negócio internacionalmente conhecido, seja em uma fábrica de chocolate ou de licor. A expectativa era alavancar a ideia na safra de 2017, mas um fenômeno climático impossibilitou a comunidade de explorar o fruto.

Agora a aposta é aproveitar duas toneladas na entressafra que terá em novembro e 15 toneladas na safra de 2018, entre maio e junho. Também há a intenção de certificar o cacau e levar desenvolvimento para a região.

“Nós acreditamos que ele é um cacau único, porque é produzido na floresta de várzea. A natureza nos deu isso de presente. Por isso a qualidade é superior, a textura é diferente. Estamos trabalhando para gerar emprego, renda e fazer trabalho de conscientização agroecológica. Nossa intenção é chegar no mercado internacional com um cacau gourmet”, finalizou Paixão.

0 respostas

Deixe uma resposta

Quer participar da discussão?
Fique a vontade para contribuir!

Deixe uma resposta