Companhias lácteas chinesas aproveitam oportunidades do comércio eletrônico
O comércio eletrônico é agora o principal ponto de entrada para as importações de produtos lácteos para a China, tendo alcançado uma participação de dois terços do mercado consumidor inteiro para as importações de produtos lácteos em 2016. A popularidade do canal foi impulsionada pelo preço comparativamente baixo dos produtos lácteos, juntamente com a conveniência de distribui-los de porta em porta, ao ponto de apenas 34% dos produtos lácteos importados não serem vendidos dessa maneira.
De acordo com o CCM, uma empresa de inteligência de mercado, os impostos mais altos sobre as importações de produtos lácteos recentemente anunciados não deverão alterar o comportamento do comprador de forma significativa, já que a demanda por produtos lácteos estrangeiros de qualidade na China é relativamente inflexível com relação a seu custo.
Essa tendência para as vendas on-line tem levado a uma maior cooperação entre a indústria de lácteos da China e seus gigantes do comércio eletrônico. Um exemplo disso foi o anúncio de que o maior produtor de produtos lácteos da China, Mengniu, atuará em estreita colaboração com o Alibaba. Com a Mengniu alcançando seus lucros principalmente através da venda de leite líquido e produtos de sorvete, o acordo focará no uso da plataforma de entrega do Alibaba para garantir vendas rápidas e confiáveis de produtos frescos. Além disso, as empresas querem compartilhar seus dados para atividades de marketing efetivas e precisas.
Ciente da importância dos dados, a Mengniu vem trabalhando para estabelecer uma equipe profissional de dados ao longo dos últimos quatro anos para realizar mineração, modelagem e análise de dados. Até agora, a empresa acumulou uma grande quantidade de informações sobre o mercado de produtos lácteos. Enquanto isso, o Alibaba tem dados abrangentes sobre uma variedade de setores.
Da mesma forma, a Yili assinou um acordo de cooperação com a JD Daojia, uma plataforma destinada a fornecer frutas e vegetais frescos aos clientes dentro de duas horas após os pedidos. Este acordo visa facilitar as entregas de iogurte fresco Yili e alimentos congelados através do forte serviço de logística da cadeia de frio da JD Daojia, permitindo que os produtos lácteos conduzam negócios de uma forma que não era possível até agora. O Alibaba ainda possui seus próprios supermercados off-line na China, vendendo alimentos e produtos lácteos. Estes, por sua vez, possuem centros de atendimento que lidam com pedidos on-line e podem entregar produtos em 30 minutos.
De acordo com uma pesquisa da Goldman Sachs, os supermercados on-line, as vendas de omnichannel e as cidades de nível inferior levaram ao crescimento do comércio eletrônico chinês ao próximo nível, a ponto de o mercado de varejo on-line poder valer cerca de US$ 1,7 trilhão até 2020 – o dobro do seu valor atual.
Além disso, o canal elimina a necessidade de intermediários e revendedores, ao permitir que os fabricantes vendam diretamente aos consumidores finais. Para as empresas, isso significa que o marketing e a promoção on-line e nas plataformas de comércio eletrônico se tornaram uma tarefa fundamental que deve ser realizada para colocar seus produtos e marcas na luz certa.
O governo chinês anunciou recentemente que adiaria até o final de 2018 os regulamentos mais rígidos de comércio eletrônico entre fronteiras, que aumentariam tanto os impostos como os regulamentos sobre os produtos vendidos através desse canal. Com isso, o governo pretende dar aos atacadistas mais tempo para se prepararem para as mudanças futuras.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.
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