Cotação do leite ao produtor tem nova queda
– 31/08/2017
Pelo terceiro mês seguido, os preços médios do leite ao produtor recuaram no Brasil. O ritmo de queda se intensificou no pagamento de agosto, como já havia ocorrido no mês anterior, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. O produtor recebeu neste mês, em média, R$ 1,127 pelo litro do leite entregue aos laticínios em julho, recuo mensal de 2,45%.
Novamente, a maior oferta de leite para processamento pelas empresas e a demanda ainda débil pressionaram os valores pagos aos produtores do país. A produção de leite está em alta apesar da estiagem em regiões de produção de Minas Gerais, Goiás e São Paulo em função dos grãos mais baratos, o que estimula o investimento na alimentação do gado leiteiro, observou Rafael Ribeiro, analista da Scot. Assim, mesmo com o clima "típico de entressafra", a oferta de leite continua a crescer.
Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, a captação da matériaprima, na média nacional, teve alta de 3,1% em julho sobre junho, e dados parciais indicam avanço de mais 1,9% em agosto sobre julho. Em comparação com agosto de 2016, o aumento é de 3,6%, de acordo com a Scot. O levantamento da Scot mostra que os preços do leite longa vida no atacado e no varejo também continuam pressionados em função da demanda fraca no país.
"A demanda está ruim por isso o varejo está fazendo promoções [de longa vida], o que acaba sendo repassado para o produtor de leite", afirmou o analista. Segundo a Scot, o preço do leite longa vida no atacado paulista caiu R$ 0,08 em agosto, para R$ 2,32 por litro. No varejo, o litro saiu de R$ 3,10 em julho para R$ 2,96 em média, este mês.
Dados da MilkPoint Mercado vão na mesma direção. Segundo a consultoria especializada em lácteos, o valor médio do longa vida no atacado paulista ficou em R$ 1,94 por litro de agosto, ante uma média de R$ 2,78 em agosto do ano passado, considerando valores já deflacionados pelo IGP-DI.
Na avaliação do analista da Scot, Rafael Ribeiro, tanto os preços ao produtor quanto no varejo devem seguir em queda até pelo menos outubro. A razão é que se espera a volta das chuvas a partir de setembro, o que deve melhorar as pastagens, garantido alimento para o rebanho. Além disso, a demanda deve continuar patinando, acredita o analista. (Fonte: Valor Econômico)
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