Dona Neném lança blends para o Brasil
Fazenda que tinha, até então, como principal comprador o mercado externo, volta a atenção para o País
Daniela Maciel
Inaugurada em 1904, na cidade de Presidente Olegário, no Noroeste de Minas Gerais, a Fazenda Dona Neném se especializou no cultivo de café arábica. A produção de 30 mil sacas anuais tem como principal destino o mercado externo, algumas das torrefações mais importantes do mundo como Starbucks e Nespresso. A novidade, no entanto, é o lançamento da marca “Mito Cafés Especiais” para o varejo nacional. São três blends:
“Benzedô”, com aroma floral, sabor pronunciado de frutas cítricas, acidez leve com toque de capim-limão;
“Dona Neném”, aroma marcante com notas de amêndoas, sabor doce de avelã e caramelo, corpo equilibrado com toque de chocolate e acidez delicada;
“Cantagalo”, aroma com notas de mel, sabor de frutas amarelas, corpo denso e cremoso, acidez equilibrada e doçura acentuada.
De acordo com a diretora executiva da Mito Cafés Especiais, Isabela Bertol Campos, depois de ganhar o mercado internacional e acompanhar o crescimento do interesse pelos cafés especiais no Brasil, é chegada a hora de compartilhar também com os brasileiros a qualidade do café que os estrangeiros já conhecem.
Atualmente, com uma área total de 1,4 mil hectares, a fazenda gera 150 empregos diretos e 300 indiretos. “A Dona Neném está na família do meu marido há muitas gerações. Há cerca de 15 anos, meu sogro, Eduardo Campos, começou uma série de melhoramentos para atender as determinações da marca italiana Illy Café. A partir disso, começamos a ser referência na região. A fazenda foi pioneira nesse trabalho na região do Cerrado Mineiro. Conquistamos alguns dos prêmios mais importantes do setor no Brasil e no mundo e queremos dividir isso com o brasileiro. Não é justo que o que fazemos de especial seja voltado para fora”, defende Isabela Campos.
Para completar os investimentos da Mito, foi inaugurada a primeira cafeteria da marca em Belo Horizonte. A casa fica no espaço do Guaja Café-Coworking, no Funcionários, na região Centro-Sul. Os frequentadores vão poder desfrutar uma vasta carta de cafés que inclui opções como espressos diversos, mocha, machiatto, afogatto, capuccino, irish coffe e também chocolate quente. As bebidas poderão ser acompanhadas pelos quitutes do chef Pedro Mendes e pela confeiteira Júlia Pertence.
Parceria – “A fazenda é um laboratório, um espaço de experiência. Muita gente vai lá aprender, conhecer. Achamos que compartilhar conhecimento faz o segmento se desenvolver. A parceria com o Guaja vem também nesse sentido. Queríamos um parceiro que acreditasse nas mesmas coisas. O Guaja é um espaço que valoriza o local, acredita na economia criativa. Isso tem a ver conosco”, explica a diretora executiva da Mito Cafés Especiais.
Segundo o fundador do Guaja, Lucas Durães, a parceria sela uma união de empresas que, apesar de atuarem em setores distintos, comungam de conceitos e visões de mundo muito parecidas. “Somos marcas que valorizam a história, os saberes e a produção local. Quem nos aproximou foi o design Gustavo Grecco, que idealizou as duas marcas. Ele criou a fruta imaginária ‘Guaja’ que é do cerrado assim como o café Mito”, explica Durães.
Para receber a cafeteria, o espaço precisou de poucas adaptações que permitissem a instalação dos equipamentos e a venda de acessórios como filtros, moedores e prensas. A cafeteria será aberta ao público no horário de funcionamento do coworking. “Queríamos oferecer uma experiência mais profunda com o café, mas ainda não tínhamos encontrado uma maneira. Essa união vai permitir ter um barista, cafés especiais com um parceiro que também é mineiro”, comemora o fundador do Guaja Café-Coworking.
A expectativa é de que a Mito passe a distribuir cafés nas principais capitais por meio de cafeterias próprias e de outros distribuidores como delicatessens e mercados gourmets. “Começar por Belo Horizonte e pelo Guaja faz todo sentido pra nós. O nosso objetivo é ter outros parceiros com o mesmo perfil. Nosso foco está em mercados como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Brasília, mas isso não impede que outras oportunidades sejam estudadas”, completa Isabela Campos.
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