Em agosto, varejo baiano cresce 1,0%
Conjuntura / 13 Outubro 2017
O comércio varejista baiano cresceu 1,0% no mês de agosto, referente à igual mês do ano passado. No varejo nacional as vendas cresceram em 3,6%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou variação negativa de 0,6%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Apesar da conjuntura adversa da atividade econômica ainda continuar influenciando o comportamento do setor, haja vista o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas registrar queda de 1,1 ponto percentual em agosto, considerando os dados dessazonalizados, o comércio varejista continua registrando, na Bahia, crescimento nas vendas. O segmento de Móveis e eletrodomésticos ditou fortemente o ritmo de crescimento. Esse comportamento se deve a uma combinação de fatores como base de comparação baixa, melhora na massa salarial, controle da inflação e redução da taxa de juros.
Outro aspecto a ser ressaltado é a liberação no mês de agosto do terceiro lote da restituição do Imposto de Renda, que na Bahia foi expressiva, associado à lei que permitiu o saque dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a comemoração do Dia dos Pais, data em que os consumidores são influenciados pelos apelos dos lojistas.
Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade – Por atividade, os dados do comércio varejista do Estado da Bahia, quando comparados a agosto de 2016, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: móveis e eletrodomésticos (40,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (20,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (10,4%); tecidos, vestuário e calçados (4,8%); e combustíveis e lubrificantes (2,4%). Os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registraram, novamente, variações negativas de 13,3% e 10,0%, respectivamente.
No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação positiva o subgrupo de móveis e eletrodomésticos com taxas de 28,7% e 45,3%, respectivamente, enquanto hipermercados e supermercados apresentou queda de 14,3%. Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento positivo das vendas na Bahia têm-se móveis e eletrodomésticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico; e combustíveis e lubrificantes.
Em agosto, o comportamento de móveis e eletrodomésticos foi determinante para o crescimento nas vendas do setor decorrentes da redução no custo de financiamento, dada a redução da taxa média de juros no crédito às pessoas físicas, crescimento da massa de rendimento real, além da influência de uma base baixa de comparação e a corrida dos consumidores para adquirirem novos aparelhos de TVs, devido ao desligamento do sinal analógico no mês de setembro. Já o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, segundo a exercer maior influência para o setor, em razão de o grupo comercializar diversidades de artigos de menor valor agregado foi favorecido pela comemoração do Dia dos Pais, onde as pessoas optaram a adquirir produtos de menor valor agregado.
O segmento de combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o terceiro maior peso para o crescimento verificado nas vendas. Esse comportamento é atribuído à baixa base de comparação, além da influência da queda de uma oscilação no preço dos combustíveis. Após o anúncio de aumento da tributação do governo federal sobre os combustíveis, o consumidor ficou mais atento na busca pelo posto de combustível que estivesse praticando os menores preços, aproveitando para encher o tanque do carro.
Contrapondo o comportamento registrado por esses segmentos, tem-se o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que pelo terceiro mês consecutivo exerceu a maior contribuição negativa. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, essa queda se deve a mudança do comportamento do consumidor que está preferindo comprar em estabelecimentos de atacados, cujos estabelecimentos não são pesquisados, além de uma mudança de perfil dos consumidores ao optarem em realizar suas compras nos mercadinhos de bairro.
Comportamento do comércio varejista ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou, em agosto, crescimento nas vendas de 4,4%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 3,8%. O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas de 11,3% em relação a igual mês do ano anterior. Apresentando um recuo de 1,5% nas vendas do segmento nos últimos 12 meses. Em relação ao segmento material de construção, as vendas no mês de agosto foram positivas em 11,0%, comparado ao mesmo mês do ano de 2016. O resultado desse mês para ambos segmentos é reflexo da inflação mais baixa e juros em queda.
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