Empresa faz barras de cereal com resíduos da produção de cerveja
Empreendedores de San Francisco fazem parceria com cervejarias artesanais para reduzir o desperdício e lucrar com os restos da bebida
06.11.2017|Por Marisa Adán Gil
A ideia surgiu quando Daniel Kurzrock tinha 19 anos e estudava economia da Universidade da Califórnia. Para animar as festas da fraternidade, ele fabricava cervejas artesanais no seu dormitório e vendia para os amigos. Logo, porém, descobriu um problema: para cada galão de cerveja produzida, gerava quilos de resíduos. “Fiz uma pesquisa e vi que esses grãos eram usados, normalmente, como ração de animais ou adubo para fazendas. O problema é que não tinha nenhuma fazenda por perto”, diz Kurzrock, em entrevista a PEGN.
Curioso, decidiu experimentar os grãos que sobravam ao final da produção de cerveja, e descobriu que o gosto era bom. Ao lado do colega Jordan Schwartz, que viria a se tornar seu sócio, teve uma ideia: e se fabricassem pão com aqueles grãos e vendessem aos colegas? Passaram a fabricar cerca de 20 bengalas por dia: com o lucro, fabricavam mais cerveja.
Em 2012, os dois amigos decidiram fundar a ReGrained: a ideia era deixar para trás a fabricação de cerveja e se concentrar apenas nos produtos derivados da sua produção. Em vez de pão, decidiram fabricar barras de cereal, que consideravam mais escaláveis. Para conseguir matéria-prima, fariam parcerias com as dezenas de cervejarias artesanais da região. “Quando começamos a conversar com os donos das cervejarias, eles adoraram a ideia. Eles costumavam jogar fora os grãos que sobravam, e sempre imaginaram se haveria um jeito melhor de resolver isso”, afirma Kurzrock.
Para alavancar as vendas, adotaram um slogan forte: “Eat Beer”, ou, em bom português, “Coma cerveja”. Os sócios se apressam a dizer, porém, que o gosto das barras não lembra nem de longe a bebida, e não há adição de álcool ao produto. “Alguns clientes ficam confusos, achando que se trata de cerveja em barra”, diz Daniel. “A cerveja tem quatro ingredientes: malte, água, lúpulo e levedura. Nossas barras usam o malte que sobra depois da fermentação. Então essa é a única conexão.” Os outros ingredientes, como quinoa e amêndoas variadas, vêm de produtores ambientalmente responsáveis, alguns deles orgânicos.
Já consolidados em sua área de atuação – eles não revelam o faturamento -, os sócios sonham agora em diversificar os negócios e contribuir mais ainda para preservar o meio ambiente. “Dentro da indústria da alimentação, há vários segmentos que geram toneladas de resíduos comestíveis. Precisamos de mais pessoas com ideias eficientes para criar novos produtos e evitar o desperdício."
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