Empresário cria sistema de água mineral em residência por “assinatura”

Como outra alternativa aos tradicionais galões e garrafas de água, o pernambucano Henrique Hissa desenvolveu o Sistema Blu, em 2002

21.08.2017|Por Vitória Batistoti

O conceito de serviços por assinatura vem sendo cada vez mais adotado em novos negócios de diferentes nichos do mercado. Já é comum consumir música, filmes e programas de TV dessa maneira, então, por que não adquirir um recurso vital, como água mineral, também por assinatura? Essa foi uma das ideias que o empresário pernambucano Henrique Hissa, 45, desenvolveu e nomeou de Sistema Blu.

Radicado no Ceará, Hissa já empreendeu em outros setores, mas sua ideia mais promissora despontou em 1999, mais especificamente em um domingo, quando a água do galão acabou. “Tive que ir até o posto de gasolina comprar algumas garrafas de plástico e retornei para casa pensando que aquilo não era nenhum pouco prático ou cômodo. Por conta desse estalo que tive, comecei a pesquisar se alguém já tinha tido alguma ideia que pudesse facilitar o abastecimento de água mineral”, diz Hissa.

Felizmente, o empresário não encontrou nada no mercado com o propósito de facilitar sua vida e ele mesmo teve que criar a solução. “Ao enxergar a oportunidade de negócio, passei a pesquisar sobre o assunto, contatei técnicos da área de saúde e de água mineral. Percebi que as duas únicas formas de se consumir água mineral que hoje existem é através de galões de água ou garrafas plásticas, duas opções que têm boa qualidade, mas são modificadas quimicamente com muito cloro”, afirma o pernambucano.

Após quatro anos de pesquisa, em 2002, Hissa desenvolveu um protótipo do primeiro modelo da Blu, voltado para o mercado imobiliário. Esse sistema pioneiro consistia em fazer parceria com construtoras de imóveis que ainda não haviam começado as obras a instalar um reservatório de água mineral de alta capacidade dentro do edifício. “A central de água mineral já era colocada na planta dos imóveis, agregando valor aos apartamentos”, diz o empresário.

Esse modelo, que funcionava nas cidades de Fortaleza (CE) e Natal (RN), foi o filho único da Blu por mais de uma década, até que, em 2014, Hissa criou a assinatura mensal de água mineral para prédios já construídos: “Desenvolvemos uma nova tecnologia de instalação da central de água em prédios já erguidos. Neste caso, funcionamos como qualquer empresa de telefonia, de televisão ou internet: instalamos nosso equipamento no prédio e o morador que quiser nosso serviço, recebe nosso “sinal”, ou seja, canal de oferecimento de água.”

Nesse novo sistema – que atualmente é o mais popular da Blu –, o condômino paga pela adesão ao serviço (cerca de R$ 1459) e escolhe um dos planos de quantidade de água mensal (50 litros, por R$ 34,90; 100 litros, por R$ 64,90; 200 litros, por R$ 119,90; ou 300 litros, por R$ 165,90).

A central de água do edifício é abastecida semanal ou quinzenalmente pela empresa, que faz parcerias com fornecedores de fontes de água mineral regionais. Para garantir que não faltará água, o sistema possui sensores que informam a quantidade de água que consta no reservatório.

Outra característica do Sistema Blu é a análise mensal da água oferecida aos condôminos. “A nossa água é estudada em laboratório, tendo sua qualidade e propriedades averiguadas. Depois, a análise é enviada aos seus consumidores”, afirma o empresário.
Além de Natal e Fortaleza, o Sistema Blu também pode ser adquirido em imóveis (prédios comerciais, residenciais, indústrias, clínicas, etc) nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).

“Nosso processo de instalação demora menos de um mês, é rápido e prático. Nós levamos água mineral da fonte direto para o consumidor final, sem precisar gerar lixo com garrafas plásticas e desconforto de ter que comprar galões”, afirma Hissa.

Para o futuro, o CEO da Blu informa que está estudando chegar nas outras duas capitais do Sudeste – Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte MG) –, e, para 2019, levar sua inovação à China e aos Emirados Árabes. “Estamos com R$ 5 milhões para investir nas assinaturas de prédios nos próximos 3 anos. Mas também queremos resolver o problema do consumo de água mineral em outras regiões do mundo, que também dependem de galões e garrafas”, diz o pernambucano.

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