Estado analisa dividir custos para descentralização de farmácia
Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
Após quatro meses de tratativas com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o governo estadual declarou ontem, pela primeira vez, analisar a proposta para divisão de custos do projeto para descentralização da Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, em Santo André.
Vista pela entidade regional como a alternativa mais viável para se efetivar a proposta, o cofinanciamento tem sido sugerido por prefeitos da região desde março, quando o tema retornou à pauta do Consórcio. Porém, desde então, em momento algum o Estado tinha dado posicionamento sobre o tema.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, embora a Pasta já tenha a responsabilidade de arcar tanto com a compra dos medicamentos quanto com o custeio da Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, no momento, o governo estadual está comprometido com o projeto e “avalia o pedido dos municípios em relação ao cofinanciamento, embora essa prática não ocorra em nenhuma outra região do Estado.”
Único item pendente para prosseguimento das tratativas que visam efetivar a descentralização da farmácia, a avaliação econômico-financeira das propostas apresentadas ao Estado é reivindicação de prefeitos da região para que o custo do projeto não impacte o orçamento limitado – e comprometido – dos municípios.
A sugestão é que o Estado consiga auxiliar financeiramente com o projeto para criação de unidades de distribuição de medicamentos em São Bernardo, Diadema, São Caetano e Mauá (que faria o repasse para Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), além da possível criação de um posto no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) da Vila Luzita, em Santo André.
Retomada no início deste ano com a troca do comando na entidade, a descentralização é considerada uma das principais bandeiras dos atuais prefeitos. A promessa, com a efetivação da proposta, é dar fim à superlotação do serviço que, atualmente, tem média de 2.000 atendimentos por dia.
“A descentralização representará um ganho aos municípios. Hoje, a espera nas filas da farmácia de alto custo (que dispensa medicamentos de alto valor agregado) da unidade hospitalar gira em torno de quatro a seis horas. Se cada município assumir a dispensação de medicamentos de alto custo a seus pacientes, estes ganharão em conforto e acolhimento”, destacou o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, em artigo publicado nesta semana pelo Diário.
Segundo o chefe do Executivo, o serviço é de extrema importância por atender um público específico e que necessita de atenção especial. “É um grupo que realmente precisa, pois recorrem a medicamentos de alto custo pacientes que apresentam quadro de considerável grau de sofrimento, como câncer, doenças imunodepressivas, patologias psiquiátricas, entre outros”.
Segundo o Estado, enquanto as negociações para descentralização seguem em andamento, série de medidas está sendo tomada para diminuir os transtornos aos usuários. “Desde o ano passado, entregas trimestrais de medicamentos têm sido realizadas de forma gradativa para que a frequência de pacientes seja reduzida e, consequentemente, haja maior celeridade no atendimento”, cita em nota.
A Secretaria de Saúde destaca ainda que, atualmente, 90% dos municípios do Estado têm parceria com a Pasta para redistribuição de medicamentos de alto custo e financiam integralmente suas farmácias próprias, uma vez que o Estado já fica responsável pela compra dos produtos.
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