Farmácia Popular: dez municípios gaúchos devem desativar as unidades até o fim do mês

Em Bagé, Erechim, Gravataí, Montenegro, Passo Fundo, Santiago, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Uruguaiana e Torres, população vai ter de buscar remédios em farmácias privadas ou postos de saúde

Dez municípios do Rio Grande do Sul aparecem em uma lista que determina a desativação de unidades do Programa Farmácia Popular, publicada pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira. Bagé, Erechim, Gravataí, Montenegro, Passo Fundo, Santiago, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Uruguaiana e Torres devem perder as unidades. Com isso, o Estado passa a contar com farmácias populares em 16 cidades. No total, consta a desabilitação de 265 unidades em 229 municípios de todo o Brasil.

A medida foi tomada pelo governo federal após o anúncio de que não serão mais destinados recursos à Rede Própria do Farmácia Popular, que incluía 367 unidades. Com a mudança, quatro medicamentos da lista do Sistema Único de Saúde (SUS) que antes eram distribuídos nas farmácias da rede serão entregues pelas prefeituras, em postos de saúde. Os demais deverão ser retirados em estabelecimentos privados, associados ao programa “Aqui tem Farmácia Popular”, com distribuição gratuita à população ou pagamento de uma diferença no valor que não é repassado pela União.

Em São Leopoldo, no Vale dos Sinos, a Farmácia Popular fica localizada no centro da cidade e atende de 140 a 160 pessoas por dia. Os seis funcionários serão remanejados para outras unidades de atendimento do município. Conforme o secretário de saúde do município, Fábio Bernardo, o fechamento da unidade deve ocorrer durante o mês e, depois, os medicamentos serão distribuídos na Farmácia Municipal. No entanto, há uma preocupação com a sobrecarga do atendimento no local. “Hoje nós já temos uma população considerável que vai na Farmácia Municipal, mas isso vai acrescentar um número maior de pessoas. Já estamos até pensando em trocar a farmácia de local, mas hoje os recursos são insuficientes”, adverte.

Em Gravataí, na região Metropolitana, a medida também é vista de maneira negativa pelo secretário da Saúde, Laone Pineda. O município vai investir em materiais de divulgação para explicar à população quais medicamentos devem ser retirados direto nas farmácias privadas. ”Vamos ter que orientar a população, explicar. Mostrar às pessoas o que a farmácia do município entrega”, explica.

Já o município de Santiago, na região Central, se antecipou à medida e fechou a Farmácia Popular ainda no dia 31 de maio. Segundo o prefeito Tiago Gorski, com o indicativo de encerramento do programa e o atraso nos repasses, a medida foi antecipada, mas está prejudicando os moradores. “É extremamente negativo o impacto para a população porque é mais um programa que deixa de ser atendido, principalmente porque quem usava eram as pessoas de baixa renda”, considera. Cerca de duas mil pessoas eram atendidas no local mensalmente e agora passaram a buscar medicamentos nos postos de saúde.

O Ministério da Saúde defende que, antes, a maior parte dos valores era destinada à administração dos estabelecimentos e o objetivo agora é aumentar os repasses para compra de medicamentos. O órgão disse que vai aumentar o valor repassado anualmente aos estados e municípios, de R$ 5,10 para R$ 5,58 por habitante.

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