Farmácias Pague Menos projeta alta de 12% para o faturamento deste ano

Mesmo crescendo dois dígitos avanço será metade do visto em 2016, quando as vendas dos não medicamentos estavam mais pulsantes e o aumento nos preços dos remédios foi mais expressivo

São Paulo – Depois de crescer 21% em 2016, a rede de farmácias Pague Menos projeta um avanço de 12% para o faturamento deste ano. Se concretizado, o resultado viria em linha com o desempenho do primeiro semestre, quando as vendas fracas de higiene e beleza puxaram os números para baixo. O fato prejudicou as margens e obrigou a redução de custos.

De acordo com o presidente da companhia, Mário Queirós, a categoria de higiene e beleza foi a que menos cresceu este ano, ao contrário do que ocorreu em 2016, quando apresentou o melhor desempenho dentre as quatro linhas de receita (genéricos, medicamentos de marca, OTC, e não medicamentos).

"Dentre nossas linhas de receita a que menos cresceu foi a de não medicamentos, e acreditámos que isso tenha ocorrido pela crise, já que o consumidor cortou os produtos supérfluos", diz o empresário. No segundo trimestre, por exemplo, a categoria avançou só 3,1%, frente igual período de 2016, perdendo 1,2 ponto percentual de participação no 'mix' de vendas.

Como os produtos de higiene e beleza possuem uma margem de lucro maior, em comparação com os medicamentos, Queirós afirma que a perda de participação impactou também nas margens da rede. A margem bruta reduziu 1,7 ponto percentual de abril a junho, a margem ebitda 3,3 p.p. e a margem líquida 0,4 p.p.

Para tentar compensar as perdas, a empresa tem feito um trabalho forte na redução de custos. "Como estamos vendendo menos produtos de higiene e beleza, que possuem margens maiores, temos que cortar mais os nossos custos."

Ele cita como exemplo a readequação do quadro de funcionários, a melhoria da parte logística e a renegociação dos aluguéis das lojas. "A maioria dos contratos de aluguel são baseados no IGP-M, e como ele foi negativo nos últimos doze meses, estamos conseguindo boas negociações nessa parte: ou reajuste zero ou muito pequeno", afirma. Em agosto, por exemplo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou queda de 1,71% nos últimos doze meses.

Medicamentos

Além do desempenho fraco da categoria de higiene e beleza, o faturamento da rede foi impactado este ano pelo reajuste menor dos preços dos medicamentos. Enquanto em 2016 o aumento médio dos valores (definido pelo governo) foi de 11,8%, este ano foi de só 3,1%.

"Ano passado tivemos um benefício do reajuste dos preços dos medicamentos, que foi muito maior do que o deste ano. Sem dúvida isso impactou no crescimento", afirma. O reajuste menor prejudicou também as margens, já que os ganhos da chamada 'pré-alta' foram inferiores. Queirós explica que como a rede sabe que o reajuste acontece todos os anos no dia 1 de abril, ela compra um grande volume de medicamentos em fevereiro e março para vender com a nova 'tabela de preços' depois. "Como este ano o aumento foi de 3,1%, o ganho foi bem menor."

O empresário complementa, no entanto, que a Pague Menos está aumentando o ritmo de abertura de lojas, justamente para compensar os dois fatores negativos e voltar a crescer próxima de 20%. Até o mês de agosto deste ano a rede inaugurou 88 unidades e projeta chegar a um total de 180 aberturas em dezembro. Para o ano que vem a perspectiva da empresa é acelerar o ritmo de inaugurações, abrindo em torno de 200 operações. Em termos de regiões, a ideia, segundo o presidente da Pague Menos, é manter a proporção atual da companhia: 55% das unidades no Nordeste, 10% no Norte, 10% no Centro-Oeste, 20% no Sudeste e 5% no Sul.

Atualmente, a rede possui 1.016 lojas e está presente em todos os Estados do Brasil. De acordo com ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a Pague Menos é a terceira maior drogaria do País.

Sobre a atuação da companhia nas regiões Sudeste e Sul, onde a rede ainda não possui muita expressão, Queirós afirma que o esforço para ganhar market-share é muito maior, em comparação com o Nordeste. "Temos competidores em todo o Brasil, mas no Nordeste nossa força de marca é muito maior. No Sudeste e Sul ainda temos que trabalhar para mostrar quem somos."

A diferença se reflete, segundo o empresário, no desempenho das lojas, já que a performance das localizadas no Nordeste é consideravelmente superior as do Sul e Sudeste. "Tem essa diferença exatamente pela força de mercado que temos lá e pela competitividade um pouco menor", diz.

Pedro Arbex

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