Feijão encarece e quilo está próximo dos R$ 9
Especialistas apontam que fatores climáticos que prejudicaram a colheita em maio foram responsáveis pelo encarecimento do produto
O quilo do preço do feijão carioca subiu nas últimas semanas na região. O preço mais caro ficava entre R$ 5 e R$ 6, mas a reportagem encontrou o produto por R$ 8,59 nas prateleiras de supermercados. Fatores climáticos que prejudicaram a colheita em maio foram responsáveis pelo encarecimento do produto. Especialistas consultados pela reportagem avaliam que o feijão não deve chegar novamente ao patamar de R$ 15 registrado no ano passado.
A pesquisadora do IEA (Instituto de Economia Agrícola) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Ana Victória Machado, explicou que o ritmo de produção este ano está sendo melhor do que o do ano passado, com alta de 28% na última safra. Contudo, as fortes chuvas em maio afetaram o período de colheita no Paraná, principal fornecedor do produto ao Estado de São Paulo. Em função disso, o preço da saca de 60 quilos do feijão com alta qualidade (nota 9,5) saltou de R$ 140 no dia 12 de junho para R$ 220 no dia 19.
Ela explicou ainda que a parte da produção que não pôde ser colhida na época certa em função da chuva, acabou tendo uma qualidade ruim, pressionando ainda mais os preços dos grãos bons. “Houve no início a entrada de feijão de outros estados, como Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso, que diferente do Paraná, não foram influenciados pelo clima. Além disso, na segunda semana de julho começará a chegar a terceira safra, de inverno, que também pode melhorar os preços”, explicou.
Quem notou o aumento do produto foi a faxineira Maria Antonia Celice. “Esses dias o feijão estava mais barato, não chegava a R$ 6. Espero que não fique tão caro quanto ficou no ano passado, estava demais”, disse.
Gerente de Economia e Pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Rodrigo Mariano disse que a tendência é de aumento nos próximos meses, mas os preços não devem chegar ao patamar registrado no ano passado.
“Agora o cenário é diferente, pois em 2016 tivemos o agravamento de uma estiagem prolongada no momento do plantio e chuvas em excesso no momento de colheita, o que prejudicou muito a cultura do feijão”, disse Mariano em nota divulgada pela associação.
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