Importância de reavaliar parcerias entre setores públicos e privados nos laboratórios farmacêuticos
A saúde brasileira enfrenta desafios, ano após ano, para atender as demandas e necessidades da população. Mesmo com dificuldades, o Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que oferece um serviço gratuito de saúde, sendo referência e base para diversos estudos ao redor do mundo. No campo dos medicamentos, existem hoje diversas lacunas deixadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde a falta de remédios básicos até a necessidade do desenvolvimento de vacinas e medicamentos para variados tratamentos.
Para conseguir cumprir toda essa demanda, o país conta com duas importantes ferramentas: as PPP’s e PDP’s. As Parcerias Público-Privadas (PPP) são de extrema importância para colaborar com os laboratórios oficiais na fabricação de medicamentos essenciais à população e também com a expertise na administração destas indústrias. Porém, apesar de muito usadas, especialistas do setor acreditam que é necessário repensar como essas parcerias podem contribuir para maior produtividade do setor.
O assunto foi tema de debate durante o II Encontro Nacional do Complexo Industrial e Inovação em Saúde, organizado pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (alfob), em que os palestrantes levantaram a questão de como o setor público pode se aproveitar ainda mais do privado. Guilherme Osório, diretor do Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (LAFERGS), destacou que “é necessário investir em políticas públicas internas para se obter mais tecnologias, como espaços de pesquisas nas faculdades e busca por maiores subsídios fiscais, principalmente para épocas em que os estados enfrentam fortes crises e recessões”.
Também presente no evento, Rodrigo Silvestre, integrante do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde, apresentou reflexões sobre como as PPP’s podem ser produtivas se forem levadas além do conceito de apenas cobrir lacunas do SUS. “Precisamos identificar qual o papel dos laboratórios públicos e entender que não podemos apenas sermos compradores, precisamos compartilhar nossos avanços com o setor privado e incentivá-los a criarem novas tecnologias sem visar apenas lucros. Acredito que um dos problemas é que os laboratórios privados sofrem muito com as crises econômicas e buscam contratos interessantes neste ponto, mas ignoram a vantagem de investir em tecnologias de vanguarda’’, comentou Silvestre.
Para os especialistas presentes, uma perspectiva que pode ser positiva ao longo prazo é conseguir mudar a conduta dos laboratórios públicos, exaltando que eles precisam ser mais independentes da União e não apenas aguardar demandas reativas. “Precisamos aproveitar nossos recursos para instigar novas tecnologias ou se não apenas estaremos assinando contratos”, frisou o especialista do Ministério da Saúde.
Os palestrantes também abordaram a importância e o crescimento das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que consistem em transferir tecnologias aos laboratórios públicos para a produção de medicamentos em solo nacional, diminuindo a espera pública por produtos de extrema importância como os de tratamentos para doenças autoimunes, câncer, hormônio de crescimento, entre outros. Essas parcerias já representam uma economia de 2,4 bilhões aos cofres públicos, pois deixam de ser importados.
“O principal triunfo das PDP’s é a possibilidade de inovação e desenvolvimento, podendo serem mais estratégicas no momento da escolha dos contratos, pois apesar de atenderem a demandas necessárias, elas podem se dedicar mais tempo a pesquisas, obtendo resultados muito mais expressivos”, diz Andréa Vecci, consultora da Terra e Vecci Advogados, que contribuiu com questões jurídicas ao debate.
Lounge ALFOB – troca de experiências entre parceiros
Paulo Mayorga, presidente da alfob e mediador da mesa, aproveitou a oportunidade para falar sobre a parceria entre a entidade e a FCE Pharma, que juntas irão apresentar o espaço “Lounge alfob” durante a edição deste ano da feira, que acontece entre os dias 23 a 25 de maio, em São Paulo. O lounge irá receber os parceiros privados para discussões e trocas de ideias com os laboratórios oficiais. “Esperamos que esta oportunidade traga ótimas possibilidades de negócios e troca de expertises entre nossos parceiros. Estamos otimistas quanto a mais esta experiência de troca entre os setores”, afirmou Mayorga.
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Artigo realizado por: Comunicação FCE Pharma
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