Instituto Vital Brazil desenvolve soro contra picada de abelhas

De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 11.991 casos no ano passado

por Annelize Demani
23/06/2017 13:33 / Atualizado 23/06/2017 18:52

Os pesquisadores de Niterói vêm trazendo avanços na área médica. O Instituto Vital Brazil (IVB) incluiu o soro antiapílico, contra picada de abelhas, em sua lista de produção de antídotos, tendo em vista o crescente número de acidentes por abelhas venenosas. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 11.991 desses casos no ano passado, entre todos os 171.705 de animais peçonhentos que aconteceram no Brasil.

Para o diretor científico do instituto, Luís Eduardo da Cunha, esse índice é alarmante.

– A necessidade de criação do soro surgiu porque os acidentes vêm tomando uma dimensão que chama os olhos – diz ele.

Em junho do ano passado, o soro entrou na fase final do estudo de segurança, uma das etapas de teste. No total, 10 pacientes já tomaram o medicamento, e nenhum manifestou efeito negativo.

O antiapílico, normalmente, é utilizado em pessoas que tiveram mais de cinco picadas. Ele bloqueia os efeitos do veneno, que pode comprometer órgãos e até levar à morte.

O antídoto é feito a partir do próprio veneno. Uma pequena descarga elétrica é dada na abelha, que libera o veneno. O processo, segundo o diretor, não prejudica o inseto.

De acordo com o IVB, o medicamente está disponível nas cidades de Botucatu (SP) e Tubarão (SC), mas a previsão é que a Anvisa comece a distribui-lo no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda este ano.

O antiapílico é o nono tipo do medicamento produzido pelo instituto. Além desse, há o soro antibotrópico (contra o veneno da jararaca), o anticrotálico (contra cascavel), o antibotrópico-crotálico (contra jararacas e cascavel), o antibotrópico laquético (jararaca e surucucu), o antilatrodéctico (aranha viúva-negra), o antiescorpiônico (escorpião amarelo), o antitetânico (tétano) e o antirrábico (raiva).

Outro medicamento que promete levar benefícios à população é o CNFD, uma substância que combate o crescimento de tumores, especialmente o câncer de mama.

Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e FIOCRUZ-BA estão desenvolvendo o medicamento vindo do extrato da folha de Lawsonia inermis L. Popularmente, ela é conhecida como Henna, também utilizada na pintura de cabelos e pele.

A descoberta do CNFD foi em 2013 e, atualmente, o teste está em células tumorais e camundongos. Segundo o professor da UFF, Fernando de Carvalho, o crescimento e o peso do tumor foram reduzidos, sem destruir células saudáveis.

– Como o nosso alvo é o câncer de mama, a expectativa é preservar, principalmente, os cabelos – comenta.

O CNFD poderá substituir ou complementar medicamentos. A previsão é que isso aconteça a partir de 2022.

– Acredito que todos os testes acabem em cinco anos. Estamos esperançosos e trabalhando para o remédio chegar ao maior número de pessoas o mais rápido possível.

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