Ipea projeta aceleração da inflação com alimentos
01:00 · 17.11.2017
Rio. Os alimentos vão puxar a aceleração da inflação em 2018, prevê o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mas que ainda ficará abaixo da meta de 4,5% do governo. Segundo o Ipea, a forte deflação de alimentos observada este ano (2017) não será observada no ano que vem, devido a elevação dos preços dos alimentos no mercado internacional.
"As perspectivas são de uma reversão nas quedas de preços dos alimentos, devido à diminuição da oferta mundial de grãos e da piora das condições climáticas e seus efeitos sobre a safra nacional", disse o Ipea.
"Contudo, a melhora dos fundamentos macroeconômicos, a elevada ociosidade da capacidade produtiva e a lenta recuperação do mercado de trabalho devem manter a inflação abaixo da meta de 4,5% em 2018. Mas não vai ficar abaixo da média de 3,5%", observaram os profissionais do instituto.
Em novembro, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o custo da conta de luz foi o principal vilão da inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), divulgado nesta quinta-feira, 16.
Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 aceleraram para 0,32% em novembro, ante alta de 0,18% no mês anterior. O movimento foi puxado pelo item "tarifa de eletricidade residencial", cuja taxa passou de -1,22% para 3,69%.
Com isso, o grupo Habitação (de -0,01% em outubro para 0,78% em novembro) foi o destaque de alta no IPC-10. No geral, "quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram alta em suas taxas de variação", diz a nota divulgada pela FGV. O grupo Alimentação passou de -0,08% para 0,02%.
Análise
Na composição geral do IGP-10, a aceleração dos preços ao consumidor foi compensada pelo arrefecimento do ritmo de alta no atacado. Os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 0,21% no mês, ante um avanço de 0,67% em outubro.
Minério de ferro e alimentos foram o destaque da desaceleração – a maioria dos itens com movimento decrescente nas taxas de variação são classificados como "matérias-primas brutas".
Os preços do minério de ferro passaram de uma baixa de -2,97% em outubro para -11,71% em novembro. Outros destaques foram os itens bovinos (4,26% para -1,83%), milho em grão (10,24% para 7,28%) e banana (1,04% para -17,49%).
Já a aceleração do INCC-10, que mede os preços da construção civil e passou de alta de 0,11% em outubro para avanço de 0,30% em novembro, foi puxada pelo custo de materiais e serviços, já que o valor pago pela mão de obra praticamente não se alterou. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou alta de 0,67%.
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