JDE vê expansão no Brasil enquanto corre atrás da Nestlé no comércio global de café

Processadora mundial do grão Jacobs Douwe Egberts disse nesta terça-feira que está prevendo crescimento de dois dígitos na receita gerada no País neste ano e no próximo

SÃO PAULO – A processadora global de café Jacobs Douwe Egberts disse nesta terça-feira que está prevendo crescimento de dois dígitos na receita gerada no Brasil neste ano e no próximo, buscando aumentar a contribuição do país ao grupo à medida que corre atrás da Nestlé na varejo global de café.

Executivos da JDE disseram durante uma apresentação de novos produtos da marca Café do Ponto em São Paulo que a companhia está aberta a novas aquisições no segundo maior mercado global de café e aposta em produtos de maior qualidade para aumentar as vendas e a participação de mercado.

A JDE é uma consolidadora global nos mercados de café e chá. A empresa foi criada em 2015 quando sua empresa controladora, JAB Holdings, comprou as operações de café da Mondelez International em um acordo envolvendo pagamento em dinheiro e ações.

Desde então, a companhia fez uma série de aquisições, inclusive no Brasil, onde é dona de algumas das marcas mais famosas como Café do Ponto, Pilão, Caboclo e Café Pelé.

"Queremos ser um líder no Brasil. Continuamos procurando oportunidades", disse Lara Barns, chefe da unidade local da JDE, a repórteres após apresentar um novo grupo de produtos destinados ao mercado premium de café no Brasil, uma vez que a empresa aposta em itens de maior valor agregado para aumentar as receitas.

A JDE tem cerca de 20 por cento do mercado local de café, atrás da líder Três Corações, uma joint venture 50-50 entre a holding israelense Strauss Group e a empresa familiar brasileira São Miguel. A Três Corações detém 24 por cento de participação no mercado.

O Brasil responde por 20 por cento do volume de vendas globais da JDE, mas por apenas 10 por cento das receitas totais, disse Barns, uma vez que os preços aqui são menores. Ela disse que isso é causado em parte pela oferta abundante, já que o país é o maior produtor do mundo, mas também pelo perfil da indústria, onde marcas mais baratas e de menor qualidade compõem a maior parte do mercado.

"Mas o segmento de café premium é um dos que mais cresce no Brasil. Essa é nossa aposta."

Segundo a Euromonitor, a Nestlé tem 22 por cento do mercado global de varejo de café. A JDE tem 9,5 por cento, uma fatia que poderia subir para 12 por cento, considerando os negócios da norte-americana Keurig Green Mountain, comprada pela JAB Holdings há dois anos em um acordo avaliado em 13,9 bilhões de dólares.

(Por Marcelo Teixeira)

Reuters

0 respostas

Deixe uma resposta

Quer participar da discussão?
Fique a vontade para contribuir!

Deixe uma resposta