Mais doce e quase sem sementes, melancia especial chega ao mercado mineiro
Produção estadual estará disponível para venda ainda neste ano
Michelle Valverde
Os consumidores, cada vez mais exigentes, têm estimulado várias pesquisas voltadas para a melhoria dos alimentos. Uma dessas iniciativas é o desenvolvimento de uma melancia especial, que é mais adocicada, de menor porte e, praticamente, sem sementes. Elaborada pela Bayer, a melancia Pingo Doce é vantajosa para os produtores, uma vez que a produtividade é mais elevada e o preço de mercado, maior. A primeira safra comercial da fruta chega ao mercado neste ano.
De acordo com a Bayer, a melancia tem peso médio de 6 a 8 quilos, sendo bem menor que a tradicional, que chega a pesar mais de 15 quilos. O menor porte facilita o transporte, a armazenagem e evita o desperdício do alimento. Outra característica diferenciada é que a fruta da Bayer possui o dobro de antioxidantes que a melancia convencional.
O engenheiro agrônomo e gerente de melancias da Bayer, Leonardo Herzog, explica que a variedade é cultivada e comercializada há mais de dez anos na Espanha. Além de ser a líder no mercado espanhol, o consumo per capita da fruta dobrou no período. Com a boa aceitação, em 2014 foram iniciados os primeiros testes da variedade no Brasil. As cultivares se adaptaram bem às condições nacionais e as expectativas em relação à aceitação no País são muito positivas.
“O consumidor brasileiro está em busca de qualidade e, por isso, resolvemos apostar na introdução da variedade no mercado nacional. A boa aceitação por parte do consumidor acontece pelo fato de a fruta ter mais sabor e doçura, ser mais firme e ter maior durabilidade após o corte. Outras vantagens são o tamanho menor, o que facilita o transporte pelos consumidores, e a presença de poucas ou até mesmo nenhuma semente”, destaca Herzog.
Produção – A adaptação da melancia em Minas Gerais e demais regiões produtoras do País tem sido positiva. A melancia Pingo Doce exige um manejo com algumas peculiaridades, porém, as modificações têm custos acessíveis aos produtores. Dentre os diferenciais estão a necessidade de investir na introdução de caixas de abelha para promover a polinização, assim como o uso de sistema de gotejamento para irrigação e o transplante de mudas.
“Ao trazer as sementes da Espanha para o Brasil, fizemos algumas modificações no sistema de plantio e de manejo para elas se adaptarem às condições nacionais. Com o aprendizado, conseguimos passar de uma produtividade de 25 toneladas de melancia por hectare, volume alcançado nos primeiros testes em 2014, para 55 toneladas por hectare na safra 2017/18. Avançamos muito, e a produção se tornou muito rentável para o produtor. A fruta é diferenciada e o produtor consegue maior capitalização com a colheita”, diz Herzog.
Em Minas Gerais, a fruta vem sendo testada desde 2014, na estação de pesquisa da Bayer, em Uberlândia, na região do Triângulo. Na unidade são feitos estudos técnicos e de melhoramento genético para várias culturas. Também já existe cultivo comercial em São Gotardo, no Alto Paranaíba. A expectativa é de que a produção mineira chegue ao mercado nos próximos meses.
“A melancia é uma fruta de fácil adaptação e se desenvolve bem em regiões de clima quente. Algumas empresas já estão trabalhando com a variedade. Isso porque o mercado é promissor, principalmente pelo maior valor agregado e pela qualidade diferenciada. O produtor que investe tem uma rentabilidade maior, porque vai entregar uma fruta com muito mais qualidade ao consumidor. Esse mercado paga um valor especial para frutas saborosas e com garantia de qualidade”, conclui.
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