Maricota prevê faturamento de R$ 180 milhões este ano
O sucesso do mineiríssimo pão de queijo é inegável. O produto, típico das montanhas mineiras, já ganhou o Brasil e aos poucos conquista paladares estrangeiros. Nascido, principalmente, da combinação de queijo e polvilho, é, sem dúvida, o carro-chefe da Maricota Alimentos, instalada em Luz, na região Centro-Oeste do Estado.
Somente em 2017, a empresa luzense apurou expansão de 17% sobre o ano imediatamente anterior, somando faturamento de R$ 150 milhões. Em 2016, a Maricota já havia registrado um avanço de 12% no faturamento na comparação com 2015. Para este ano, a previsão é crescer entre 18% e 20%, totalizando receita de até R$ 180 milhões.
De acordo com o diretor comercial da Maricota Alimentos, Ronaldo Evelande, atualmente a empresa exporta para mais de 20 países. Apesar dos embarques terem crescido, o bom resultado está calcado no mercado nacional. “As exportações são responsáveis por 5% do faturamento total, com grande potencial de crescimento, porém, ainda estão longe de ser o nosso principal negócio. Desenvolvemos uma logística capaz de atender todo o País, com 50% de frota própria e uma lista de parceiros bem escolhida. Nos lugares mais difíceis, como Norte, Nordeste e Rio de Janeiro, fazemos o transporte com os nossos carros para garantir a qualidade dos produtos na entrega. O Brasil é muito grande e diverso. Sempre digo que quem consegue abastecer o Brasil de Norte a Sul consegue entregar em qualquer lugar do mundo”, afirma Evelande.
A planta está passando por ampliação, que deverá ser entregue ainda em janeiro, passando de 9 mil metros quadrados para 12 mil metros quadrados, e capacidade de produção de 360 toneladas por mês. O espaço, que consumiu recursos de R$ 2,5 milhões, vai abrigar uma nova linha de produção e deve gerar entre 50 e 60 novos postos de trabalho. Atualmente, a fábrica conta com 420 colaboradores e os escritórios outros 100.
“A fábrica está ganhando em automação e, especialmente, equipamentos de congelamento. Isso nos permite redução do custo industrial e o lançamento de novos produtos como espetinhos e nuggets de frango”, destaca o diretor.
Para enfrentar a crise, a empresa apostou nos produtos da chamada linha “primeiro preço”, com formulações menos elaboradas e custo final mais acessível para o consumidor. A categoria foi a que mais cresceu, dobrando o volume de produção em 2017. A estratégia é não deixar o cliente escapar. “São produtos mais simples, com menos insumos, mas que mantém a qualidade dentro do seu segmento. O importante para nós é que o consumidor continue comprando. Quando a economia melhorar é certo que ele migre para outras faixas de preço, então, não podemos perdê-lo agora que a conjuntura está mais complicada. Temos que dar opções a ele”, analisa o empresário.
Para o mercado externo, as estratégias variam de acordo com a cultura e os objetivos do parceiro local. As conquistas mais recentes são Portugal e Uruguai. Nos Estados Unidos agora são dois parceiros e o primeiro embarque para o Panamá deve ser feito nos primeiros meses deste ano. O processo para a entrada nos países podem demorar até dois anos entre solicitação, entrega de documentos e certificações até o embarque.
“Em alguns países trabalhamos o pão de queijo como um produto étnico, voltado para as colônias brasileira e latina. Em outros, o ponto principal é a saudabilidade. O pão de queijo não contém glúten e é assado. Ele é um alimento muito prático, que pode ser servido quente ou frio e admite um número muito grande de acompanhamentos e recheios, com potencial para se tornar um produto global”, avalia o executivo.
A abertura de novos mercados parece uma obsessão da empresa, que trabalha uma linha Halal – produzida de acordo com os preceitos muçulmanos. Até agora, são 24 itens que vão de pão de queijo, passando por bolinho de bacalhau, escondidinho de frango, até lasanha a bolonhesa, entre outros itens. Para atender todas as recomendações, a Maricota precisa rastrear toda a sua cadeia de fornecedores e conquistar as certificações necessárias.
“Os muçulmanos são um público crescente no Brasil e ainda muito mal atendidos. É uma alimentação saudável, que exige muito controle. Existe pouco conhecimento sobre o assunto. É um trabalho custoso, que exige atenção e parceiros certificados. Acredito que não vai demorar muito a termos seções especializadas em comida Halal nos supermercados a exemplo do que já começa a acontecer com a comida Kasher, dos judeus”, pontua Evelande.
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