Médicos do Hospital de Clínicas de Curitiba reclamam da falta de medicamentos para os pacientes
Eles também reclamam que não há equipamentos suficientes para garantir bom atendimento.
Por RPC Curitiba
15/08/2017 23h19
Funcionários do Hospital de Clínicas reclamam da falta de remédios e equipamentos
Médicos e funcionários do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba estão reclamando que faltam remédios e equipamentos para garantir o atendimento aos pacientes. De acordo com eles, os problemas geram adiamentos de procedimentos médicos, como cirurgias e exames, por exemplo.
Em um grupo de médicos, numa rede social, eles reclamam da falta de remédios que evitam a coagulação de sangue. De acordo com o sindicato dos médicos, faltam medicamentos também para o controle de hipertensão, problemas cardíacos e antibióticos. A entidade afirma que até materiais básicos, como esparadrapos e seringas não estão disponíveis.
"A falta de material, a falta de medicamentos, a falta de uma melhor condição de trabalho para atender o paciente. É óbvio que isso é muito grave. Mas o principal é o risco que esse paciente passa, na sua integridade física, na sua saúde", diz o presidente do sindicato, Darley Rugeri Wolkmann.
O HC é o maior hospital do Paraná. Por mês são realizadas cerca de 30 mil consultas, 1,3 mil internamentos e quase 900 cirurgias. O hospital era administrado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) até outubro de 2014, quando passou a ser gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), uma autarquia federal que cuida de todos os hospitais públicos administrados pela União.
Para os médicos, a nova administração, que prometia melhorar as deficiências do hospital, ainda não foi capaz de acabar com velhos problemas. "A expectativa era de que com a criação dessa empresa muitas das distorções anteriores fossem solucionadas, especialmente em relação à gestão de recursos humanos e da gestão de material no Hospital de Clínicas da UFPR. O que se vê é que essa expectativa não foi contemplada", afirma o membro do sindicato dos médicos, Mário Ferrari.
A superintendente do hospital, Cláudia Regianni, nega que a situação seja crítica. "As faltas que possam ocorrer são faltas pontuais. Essas faltas muitas vezes não dependem do hospital. Isso não atrapalha o andamento, o bom atendimento, porque podem ser substituídos por outros produtos, desde medicamentos, outros equipamentos que podem ser substituídos", afirma.
O paciente Sérgio Mascarenhas é um dos que sofrem com o problema. Vítima de uma doença na retina, ele já se preparava para fazer uma cirurgia neste mês de agosto. No entanto, com a falta de remédios, o procedimento foi remarcado e deve ficar só para novembro. "Eles marcaram hoje a consulta de retorno para 30 de outubro, e o exame agendaram hoje para 24 de outubro. Teoricamente, eu vou fazer essa cirurgia só lá em novembro", conta ele, que teme perder a visão até a data da cirurgia.
Procurada a Ebserh informou que dispõe de diversos projetos para manter a excelência dos atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
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