Médicos opinam sobre projeto de lei que exige limpeza de cestas e carrinhos de supermercados

Proposta de vereador inclui obrigatoriedade da limpeza e da colocação de um dispenser de álcool gel para clientes limparem as mãos

Médicos infectologistas avaliam que todos os locais de grande fluxo de pessoas deveriam ter dispenser de álcool gel para a limpeza de mãos

Deni Zolin
deni.zolin@diariosm.com.br

A proposta do vereador Valdir Oliveira (PT) de exigir que os supermercados e hipermercados limpem cestinhas e carrinhos com produto antisséptico causou surpresa. Na opinião de dois médicos infectologistas de Santa Maria, a medida não faz sentido. Porém, o vereador disse que retificou um erro do projeto, mudando a exigência de limpeza a cada 15 dias, pois na proposta original o texto previa limpeza uma vez por dia.

Prefeitura altera localização de contêineres em ruas do Centro

– É uma frescura, uma medida ineficaz, pois se fosse por isso, teria de limpar até o caminhão que transporta o produto, as gôndolas, tudo. É uma medida de pouco resultado para muito investimento. Acho que o vereador não se assessorou de nenhum especialista para propor esse projeto. O que é preciso é limpar o alimento antes de consumi-lo. E é muito mais eficaz lavar as mãos com mais frequência e evitar colocar as mãos no rosto, no nariz e na boca, que são as principais portas de entrada – comentou o médico infectologista Reinaldo Ritzel.

"Ficamos em estado de choque", diz professora de jovem morto

– Não se tem evidências clínicas ou científicas para justificar uma medida como essa. Não tem nenhum sentido. Em nenhum lugar do mundo se faz isso. Mesmo que se passe álcool 70% no carrinho, em pouco tempo as pessoas vão contaminando ele de novo – diz o médico infectologista Alexandre Schwarzbold.

Porém, o projeto de lei do vereador Valdir Oliveira prevê, sim, uma medida que pode trazer grandes resultados no combate à proliferação de doenças: um item da proposta exige que os supermercados coloquem dispenseres com álcool gel para que os próprios clientes façam a higienização das mãos.

72 vagas de empregos e estágios para quinta-feira

– Isso faz sentido, deveria ter álcool gel em qualquer lugar de uso público – diz o médico Reinaldo Ritzel.

– Acho sensato é ter álcool gel porque a gente pode ter contato com vírus responsáveis por infecções respiratórias – completa o infectologista Alexandre Schwarzbold.

Além de alterar o projeto para uma limpeza a cada 15 dias, Valdir Oliveira contou ontem que se baseou em leis semelhantes de São Paulo e Canoas.

– Há muitos estabelecimentos, em que fura produto e suja a cesta, que não é limpa. A proposta acaba fazendo com que alguns estabelecimentos que não tenham cuidado com isso sejam obrigados a fazer a limpeza – justificou Oliveira.

0 respostas

Deixe uma resposta

Quer participar da discussão?
Fique a vontade para contribuir!

Deixe uma resposta