Mexicana oferece R$ 6 bi pela Vigor

Publicação: 22/07/2017 04:00

Empresa controlada pelo grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, pode passar para a Lala Foods

A holding J&F, controlada pela família Batista, está negociando a venda da Vigor Alimentos para a empresa mexicana Lala Foods por um valor próximo de R$ 6 bilhões, segundo fontes do mercado. O negócio, que pode ser concretizado na próxima semana, ajudaria a holding, dona também do frigorífico JBS, a levantar dinheiro para cobrir as gigantescas dívidas do grupo e as pesadas multas acertadas com o Ministério Público Federal na delação premiada feita pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, em maio passado.

Após a delação, que levou a Procuradoria-Geral da República a denunciar o presidente Michel Temer por corrupção passiva, a J&F aprovou um plano para se desfazer de ativos que já resultou na venda da Alpargatas por R$ 3,5 bilhões. A fabricante das tradicionais sandálias Havaianas foi comprada pela Itaúsa, holding do Itaú Unibanco, e pela Cambuhy Investimentos, da família Moreira Salles.

Também foi colocada à venda a Eldorado Celulose, que está sendo negociada com o grupo chileno Arauco. Além disso, a JBS transferiu para o grupo rival Minerva, por R$ 1 bilhão, as unidades processadoras de carne que tinha na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.

A Vigor é cobiçada também pelo grupo francês Lactalis, que detém no Brasil marcas como Batavo, Elegê e Poços de Caldas. No entanto, a J&F deu exclusividade de negociação à Lala, que apresentou melhores condições, entre elas um prazo mais curto para investigar a situação da empresa, processo conhecido como due dilligence. Como a holding da família Batista tem pressa de fechar o negócio, a empresa mexicana passou a ser a candidata favorita.

Se a venda for concretizada, a Lala passaria a ter posição dominante também na Laticínios Itambé, que tem metade de seu capital controlado pela Vigor. O negócio está sendo assessorado pelos bancos Santander e Bradesco. Dentro do plano de desinvestimentos, a J&F também colocou à venda ativos na Europa e nos Estados Unidos.

Queda no comércio

As vendas do varejo apresentaram queda de 3,2% nos seis primeiros meses do ano em comparação ao período equivalente de 2016, apontou o Indicador do Movimento do Comércio da Boa Vista SCPC. Já no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho, o indicador apresenta retração de 3% frente aos 12 meses antecedentes. Segundo a Boa Vista, desde de novembro de 2016, o indicador vem “gradualmente se recuperando” na análise de 12 meses, mesmo que em uma intensidade menor do que a antecipada. “Contudo, para as próximas aferições, aguardam-se resultados mais otimistas, uma vez que os efeitos da redução de juros iniciada devem ser observados com maior intensidade”, apontou a entidade, em nota.

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