Ministro da Saúde discute eficácia de remédio chinês para leucemia
A Comissão de Defesa do Consumidor convidou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para falar, nesta quinta-feira (27), sobre a eficácia do remédio chinês asparaginase, usado no tratamento da leucemia.
Segundo o deputado Aureo (SD-RJ), que pediu a realização do debate, cerca de quatro mil crianças precisam do medicamento, que não é fabricado no Brasil.
Os remédios usados no País eram produzidos por laboratórios dos Estados Unidos e da Alemanha e tinham um nível de eficácia, segundo especialistas, de até 90%. Essa medicação era importada pelo governo e distribuída aos hospitais por meio do Programa de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde.
Neste ano, no entanto, o ministério substituiu os medicamentos norte-americanos e alemães pela asparaginase chinesa. Apoiado em dispositivo legal que permite a dispensa de licitação em determinados casos, o ministério fez uma pesquisa de preços entre três laboratórios estrangeiros e escolheu o produto chinês, que era o mais barato.
A importação do novo remédio despertou preocupação entre especialistas. “A principal crítica feita por profissionais da saúde é a falta de estudos que comprovem a qualidade e a eficácia do medicamento chinês”, afirma Aureo.
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que Índia, Peru, Honduras e Paraguai também adquirem a asparaginase chinesa e lembrou que a China é líder mundial na produção de insumos de medicamentos.
Para restabelecer a segurança sobre o uso do remédio, o ministério informou ainda que enviou, no início do mês, o padrão do medicamento chinês para a realização de testes que verifiquem o princípio ativo e a concentração do insumo. Os testes serão realizados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
A audiência com Ricardo Barros está marcada para as 10 horas, em local a definir.
Da Redação – ND
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