Nestlé pode produzir café de estilo etíope no Brasil

08/03/201814h52

Fabiana Batista

(Bloomberg) — A Nestlé anunciou na terça-feira planos de impulsionar a produção da fábrica brasileira que produz cápsulas de café Dolce Gusto, como a duplicação da capacidade, uma prova da demanda crescente pelas diferentes variedades da bebida. A iniciativa, no entanto, também representa um desafio para a empresa.

Existem 21 tipos de cápsulas Dolce Gusto no total, incluindo algumas que têm chá e leite na composição, e a fábrica produz apenas 13. Pedro Feliu, diretor de cafés da Nestlé Brasil, diz que a empresa pretende nos próximos anos produzir toda a linha na fábrica local.

Para atingir esse objetivo, a Nestlé precisa de um sabor específico de café etíope. Isso é um problema porque o Brasil, o maior produtor do mundo, proíbe a importação de grãos. Comprar café etíope torrado significa custos maiores.

Para encontrar uma solução, a empresa suíça obteve autorização do governo brasileiro para testar, em escala não comercial, três variedades de grãos desenvolvidas em seu centro de pesquisa no sul da França e espera que elas repliquem as qualidades do arábica etíope.

Os grãos foram plantados em um lugar não revelado. Uma das variedades será colhida pela primeira vez neste ano e as outras duas em 2019, disse Pedro Malta, gerente agrícola da Nestlé Brasil, em entrevista por telefone. Posteriormente serão necessárias pelo menos mais três colheitas para assegurar a qualidade do produto antes de a empresa avaliar a possibilidade de pedir a aprovação do governo para que agricultores locais produzam o grão comercialmente, disse ele.

Se a iniciativa der certo, as novas variedades deverão se transformar em cápsulas Dolce Gusto. A fábrica da Nestlé em Minas Gerais já envia remessas para a Argentina e a empresa vê oportunidades de exportar para o México e a União Europeia.

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