Parceria inédita une AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer para acelerar diagnóstico de câncer de pulmão
AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer acabam de anunciar uma parceria inédita que reúne, pela primeira vez, três farmacêuticas multinacionais em torno de um objetivo comum: ajudar os pacientes que enfrentam o câncer de pulmão a obter, de forma mais rápida, a correta identificação de seu câncer – iniciando assim o tratamento mais adequado com mais agilidade.
As companhias passam a realizar, de forma consecutiva, três testes comercialmente disponíveis para identificação dos diferentes subtipos da doença: mutação EGFR, translocação ALK e a expressão de PD-L1. Desta forma, utilizando a mesma amostra de tumor retirada para biópsia e, de maneira sequencial, será possível reduzir o tempo de análise e, consequentemente, antecipar o correto diagnóstico da doença.
A realização sucessiva dos testes dará mais velocidade no processo de detecção do subtipo do tumor, diminuindo o tempo de espera do resultado de aproximadamente 60 para 17 dias úteis. “Identificar a correta mutação de maneira rápida ajuda a direcionar o tratamento e, com isso, melhorar os resultados do tratamento”, comenta o dr. Marcelo Cruz, oncologista clínico da Northwestern University em Chicago, nos Estados Unidos.
Para os pacientes com câncer de pulmão, tempo é um fator muito importante devido a velocidade de progressão da doença, especialmente em fases mais avançadas. Dar agilidade ao diagnóstico significa diminuir a chance de os pacientes serem submetidos a novos procedimentos invasivos para retirada de material tumoral para novas análises e início rápido do tratamento, tempo que pode ser decisivo segundo o dr. Marcelo.
Como funciona
Para implantar o sistema, cada empresa desenvolveu uma plataforma específica que conta com uma infraestrutura de apoio aos programas, compreendendo websites próprios, centrais de atendimento 0800, parceria com laboratórios, entre outros. Os programas foram batizados de ID (AstraZeneca), I-O Detect (BMS) e ALK Alvo (Pfizer). Em cada um deles, os médicos cadastrados poderão fazer as solicitações dos exames de seus pacientes.
As três plataformas possuem mecanismos de compartilhamento das requisições, o que significa que o médico pode optar por solicitar os testes por qualquer um dos programas, além de decidir quais exames são necessários para cada paciente. Os laboratórios credenciados são os mesmos para as três empresas, o que possibilita que todos os pedidos sejam recebidos de uma única vez e, desta forma, o processo seja acelerado para dar a resposta ao paciente o mais rapidamente possível.
Sobre o teste EGFR
O gene do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), também é uma proteína associada com crescimento e sobrevida celular expressa nos tumores de pulmão. O teste de EGFR é feito justamente para identificar se há este tipo de biomarcador no paciente para definir se o tratamento será feito com medicamentos que previnem a ativação desses biomarcadores, melhorando a sobrevida dos pacientes.
Sobre o teste ALK
O teste do receptor de tirosina kinase (Alk), assim como os anteriores, identifica a proteína presente na superfície dos tumores de câncer de pulmão e associada ao crescimento e desenvolvimento do tumor. Caso a expressão tumoral apresente alterações no gene ALK, o médico saberá indicar qual o melhor tratamento para combatê-lo.
Sobre o teste PD-L1
O teste de proteína de morte celular programada 1 (PD-L1) é hoje o principal biomarcador relacionado a imuno-oncologia. Sua função é indicar a probabilidade de resposta ao tratamento com I-O (imuno-oncológicos), ou seja, identificar quem mais se favorecerá deste tipo de terapia, por meio da análise de uma biópsia do tumor que deve apontar qual o nível de expressão da proteína PD-L1. Quanto maior for esse valor, maior será o benefício da terapia para o paciente.
Sobre o câncer de pulmão
O câncer de pulmão é a principal causa de morte entre homens e a segunda entre as mulheres no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA)1. No Brasil, há previsão de 28.190 novos casos de câncer de pulmão entre 2016 e 2017, sendo 17.330 em homens e 10.860 em mulheres.
Nos países desenvolvidos, é a principal causa de morte pela doença entre homens e mulheres, de acordo com estudo conduzido pela Sociedade Americana do Câncer em parceria com a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC).
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