Paulistanos criam vending machines específicas para condomínios residenciais
Eduardo Pereira e Bruno Folegatti desenvolveram máquinas que comportam até 1000 produtos de 200 tipos diferentes
26.12.2017|Por Júlio Viana
Quem anda pelas estações do Metrô de São Paulo provavelmente já se deparou com uma ou duas vending machines colocadas nos pontos centrais das plataformas. As máquinas de venda autônoma – que oferecem de alimentos e bebidas a maquiagem e livros – não estão ali à toa: elas vêm se tornando um negócio lucrativo.
Apesar da popularização dos aparelhos, é difícil encontrá-los em ambientes menos comerciais como condomínios residenciais. Mas, uma dupla de empresários paulistanos está tentando mudar a forma como o público do país pensa e consome as vending machines.
Eduardo Pereira, de 37 anos, e Bruno Folegatti, de 34, são os criadores da Vending Tudo. A startup criada em 2015 vem desenvolvendo modelos de máquinas de venda feitas especialmente para o uso em condomínios e em ambiente residenciais.
A empresa procura criar aparelhos grandes e versáteis o suficiente para servirem como ponto de venda de objetos de necessidade doméstica como alimentos, produtos de limpeza, higiene pessoal, ferramentas e muitos outros.
Pereira pensou na ideia em uma viagem que fez ao Japão em 2011. Lá ele percebeu como os japoneses consomem praticamente qualquer tipo de coisa por meio das máquinas. Foi o ponto de partida para que o paulistano imaginasse uma aplicação da solução em ambientes residenciais que permitisse aos moradores ter uma loja de conveniência ao lado de casa com baixíssimo custo.
Animado, Pereira decidiu procurar um de seus amigos de infância para uma parceira. Folegatti é dono de uma agência de mídia aeroportuária e ficou interessado na ideia. Os dois desenvolveram, então, um projeto de máquina que além de oferecer os produtos da melhor forma possível poderia servir como veículo de informações.
Depois de adaptações feitas a partir das vending machines chinesas, a dupla chegou a um projeto que além de funcionar bem para o público brasileiro também é capaz de abrigar até mil produtos de 200 tipos diferentes e que acompanho espaço para veiculação de mídia em uma tela de 32 polegadas.
Para fabricação, os dois fizeram uma parceria com uma empresa japonesa e registraram a patente da criação em nome das duas companhias. Após um período de pesquisa e teste com os novos produtos, a Vending Tudo instalou sua primeira máquina em 2015 como resultado de uma parceria feita com um condomínio em São Paulo.
Hoje, a empresa já tem quatro vending machines instaladas em áreas residenciais e possui planos para novas colocações. Até agora nada é cobrado dos condôminos e a instalação das máquinas é feita por meio de parceria com os condomínios.
“Nosso objetivo é manter a empresa o mais enxuta possível com custos fixos a maior parte do tempo”, afirma Pereira. Para isso, a empresa adquire produtos por meio de permuta e oferece espaço para anúncio nos espaços disponíveis para mídia que existem na máquina.
A manutenção e troca de produtos é feita uma vez por mês e quando reclamações ocorrem, um funcionário da startup vai até o local verificar as condições do aparelho.
Em outubro de 2017, a empresa participou do programa “Encontre um Anjo” da Pequenas Empresas e Grandes Negócios, que procura reunir startups e investidores em potencial para impulsionar negócios em crescimento.
Hoje, a startup continua em busca de novos investidores e parceiros. “Queremos nos tornar um dos principais grupos varejistas do Brasil”, afirma ele. “O brasileiro gosta de tecnologia e já aceitou bem o nosso produto. No primeiro dia ficamos até assustados com a quantidade de vendas. Temos um forte potencial e queremos crescer.”
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