Produtores de leite estão do MA prontos para o período de seca

23/08/2017

Eles conseguiram driblar as adversidades e ter bons resultados o ano inteiro; diferença é o uso de silagem, forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fermentação, para alimentação dos animais

Para os produtores de leite, o período de chuvas é de bons números, pois a abundância de água significa muito pasto para os animais. No entanto, quando chega a seca, que acontece durante boa parte do segundo semestre, a produção costumava cair de forma significativa, comprometendo vários elos da cadeia produtiva. Os produtores assistidos pelo Programa Mais Produção, do Governo do Estado, conseguiram driblar as adversidades dessa época e ter bons resultados o ano inteiro.

A diferença é o uso de silagem, forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fermentação, para alimentação dos animais. O processo de cortar a forragem, colocá-la no silo, compactá-la e protegê-la com a vedação do silo, para que haja a fermentação anaeróbica, é chamada de ensilagem.

Esse alimento é utilizado na época seca para substituir o pasto. Na engorda em confinamento, a silagem é usada junto com os grãos e farelos. “Nesse período, as principais recomendações, conforme planejamento alimentar dos animais, são a utilização de silagem à base de milho ou cana, fornecimento de cana em forma fresca e fornecimento de concentrado balanceado para a categoria animal. Nesse concentrado, são utilizados milho, farelo de soja, farelo de trigo, babaçu e núcleo mineral”, explica Michael Oliveira, técnico da cadeia do leite.

Entre as 425 propriedades que recebem assistência técnica e gerencial (ATeG), na Região Tocantina, alguns produtores já estão aplicando esses conhecimentos e mantendo os resultados positivos alcançados na primeira etapa do ano.

Investimento
Francisco de Assis Oliveira já está trabalhando a ensilagem para alimentar seus 40 animais. “Iniciei o processo pra usar a silagem daqui a 45 dias. Estou investindo na irrigação para ter cana e outros materiais para usar. Com a assistência, a gente sabe onde precisa melhorar, no que precisa investir para crescer”, informou.

Já Raimundo Lima, de Imperatriz, está se preparando para começar a ensilagem. “Estamos implantando o projeto, seguindo o planejamento que o técnico nos passou, preparando para plantar milho e usar na silagem. O acompanhamento está ajudando bastante”, disse.

Entre os êxitos da primeira etapa da ATeG está a média de produção por animal. No Brasil, a média de produção de leite por vaca é de 5kg por dia, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). No estado, a mesma média saiu de 4,43 kg para 4,98kg por dia e, especialmente na Região Tocantina, saiu de 4,57 kg para 5,21kg por dia, superando a média nacional em 4%. Esse crescimento está, inclusive, atraindo investidores, como a Piracanjuba.

“Tecnologias como essa proporcionam aos nossos criadores assistidos estabilizarem a produção no período de maior dificuldade do ano, quando o leite fica mais escasso e os preços sobem, possibilitando a venda por preços mais altos, gerando mais renda”, destaca o secretário da Sagrima, Márcio Honaiser. “A produção contínua é boa para o produtor, para os laticínios e indústrias do setor e para o mercado consumidor, fazendo circular mais riquezas e dando mais oportunidades”, concluiu.

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