Secretaria da Saúde disponibiliza teste rápido e remédio para conter epidemia de sífilis em Porto Alegre

Fabiane Christaldo 16/06/2017

A penicilina, principal medicamento utilizado para tratar a sífilis e testes rápidos para o diagnóstico da doença, estão disponíveis nas unidades de saúde de Porto Alegre. A medida foi possível com a aquisição de 10 mil ampolas para ampliar os estoques, como mais uma estratégia da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) para tentar controlar a epidemia na Capital, que registrou 176 casos de sífilis adquirida por 100 mil habitantes em 2015.

No mesmo período, o Rio Grande do Sul apresentou 111,5 casos e o Brasil, 42,7, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Até então, a penicilina era aplicada apenas em gestantes diagnosticadas com sífilis e respectivos parceiros, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Sexo seguro

A forma mais segura de se proteger da transmissão da sífilis é usar camisinha na relação sexual. A sífilis é transmitida por uma bactéria e tem três fases de desenvolvimento.

Se não for tratada, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. A doença é transmitida na relação sexual sem camisinha, compartilhando agulhas ou seringas ou da mãe infectada para o bebê, durante a gravidez ou no parto, nesse caso chamada de sífilis congênita.

Ações de saúde

Como forma de reduzir as taxas de infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, HIV e hepatite C, a SMS promove diversas ações para conscientizar e chamar a atenção da população. Na campanha “Espalhe amor, Compartilhe cuidado”, pelo Dia dos Namorados, por exemplo, 1.131 pessoas realizaram testes rápidos em consultórios montados no Largo Glênio Peres, Centro Histórico da cidade. Desses, 122 foram reagentes para sífilis, 22 para HIV e 14 para hepatite C.

“A ideia das ações de conscientização é reduzir a incidência das infecções. Neste ano, a SMS inovou na campanha pelo Dia dos Namorados, quando a penicilina para tratar a sífilis foi aplicada já no local da ação”, explica o coordenador da área de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SMS, Paulo Behar.

Em casos positivos para HIV, as pessoas foram orientadas por um médico e encaminhadas à rede de saúde para dar início ao tratamento.

Números 

Em 2015, a capital gaúcha registrou 71,7 casos de Aids por 100 mil habitantes, incidência que corresponde a mais que o dobro da taxa do Rio Grande do Sul (34,7) e é três vezes maior do que a taxa do Brasil (19,1).

Já a incidência de hepatite viral do tipo C foi de 107,4 casos por 100 mil habitantes em Porto Alegre, capital brasileira com maior taxa de detecção, segundo o Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais do Ministério da Saúde. No mesmo ano, o Rio Grande do Sul teve 48,5 casos e o Brasil 12,6 casos por 100 mil habitantes.

Informações e orientações podem ser obtidas nas unidades de saúde de referência.

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