Setenta tipos de medicamentos distribuídos pela Farmácia de Minas estão em falta, diz superintendência
De abril de 2016 até agosto deste ano, o MGTV fez nove reportagens mostrando o drama de quem precisa dos remédios. E o problema parece estar longe do fim.
Por MGTV, Belo Horizonte
22/09/2017 14h22
Setenta tipos de medicamentos estão em falta na Farmácia de Minas, em Belo Horizonte
Pelo menos 70 tipos de medicamentos distribuídos pelo programa Farmácia de Minas estão em falta no estado. Alguns não são encontrados há mais de sete meses, segundo os pacientes. A falta de informação e a longa espera causam indignação em quem depende desses remédios.
Todos os meses, o marceneiro Maurício Machado Silva vai até a Farmácia de Minas para pegar medicamentos para a mulher dele, que tem artrite. Mas, dessa vez, ele voltou para casa sem um dos principais remédios para combater as dores.
A gerente comercial Lucilene Ferreira estava em busca do mesmo medicamento e saiu preocupada. Segundo ela, o remédio é caro e, sem a distribuição, a situação dos pacientes fica difícil.
No caso da dona de casa Maria José Duarte, a preocupação é com a saúde da mãe que tem Alzheimer. Ela também foi informada que não há previsão de quando o medicamento deve chegar, e a compra não estava prevista no orçamento. Sem o medicamento, ela teme que a doença avance mais rápido.
As reclamações por causa da falta de medicamentos são antigas. De abril de 2016 até agosto deste ano, o MGTV fez nove reportagens mostrando o drama de quem precisa dos remédios distribuídos de graça pela Farmácia de Minas. E o problema parece estar longe do fim.
Todos os dias, a dona de casa Daniela dos Santos liga antes para saber se o medicamento anticonvulsivo da filha, de 16 anos, está disponível. São necessárias cinco caixas de por mês. Para não prejudicar a saúde da filha, ela tem que gastar, com a ajuda da família, R$ 400. A situação causa revolta.
De acordo com a Superintendência de Assistência Farmacêutica, dos 70 tipos de medicamentos que estão em falta, cerca de trinta deles devem voltar a ser fornecidos, a partir do mês que vem.
“Temos alguns itens em falta, que parte deles, é de aquisição por parte do Ministério da Saúde. Então, é uma dificuldade que eles estão encontrando, mas já está sendo resolvida. A outra parte são medicamentos que a gente está com pendência financeira com fornecedor, diante da dificuldade financeira que o estado vem passando. Mas a gente também já está trabalhando junto aos fornecedores para regularizar o abastecimento”, disse a superintendente de Assistência Farmacêutica, Daniela Aguiar.
Ela explicou ainda a situação dos medicamentos que não foram encontrados pelos pacientes mostrados na reportagem.
“O golimumabe, a gente recebeu ontem [quinta-feira] pelo Ministério da Saúde, foi entregue ontem. E, hoje [ sexta-feira] já vamos proceder a distribuição para as farmácias regionais. A donepezila não está em falta, ela está abastecida, nós atendemos 100% dos pedidos solicitados. E a lamotrigina é um dos casos de pendência financeira com o fornecedor. Estamos atuando junto a ele para resolver”, disse.
Questionada sobre a falta da donepezila, ela informou que ele pode ter sido procurado no momento do intervalo de abastecimento da farmácia.
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