UFG descobre novos compostos que podem ajudar a tratar pessoas com zika
Ao todo, nove substâncias já foram selecionadas para testes com células infectadas que serão feitos nos Estados Unidos. Objetivo é desenvolver medicamentos contra a doença.
Por Vitor Santana, G1 GO
26/04/2017 09h20
A Universidade Federal de Goiás (UFG) descobriu novos compostos que podem ajudar no tratamento de pessoas com o vírus da zika. Ao todo, nove substâncias foram selecionadas para testes em células infectadas, que serão feitos em uma universidade dos Estados Unidos. O objetivo é desenvolver medicamentos para combater a doença.
A pesquisa é uma parceria da UFG com as universidades norte-americanas da Califórnia e de Nova Jersey e a International Business Machines (IBM), empresa da área de tecnologia e informática e teve início em maio de 2009. Em quase um ano, já foram testadas mais de 7,6 mil substâncias para o combate à zika e nove foram selecionadas após alguns testes.
“Isso é feito através de uma triagem computacional e, depois de alguma seleção desses compostos, partimos para os experimentos”, contou uma das pesquisadoras do projeto, Melina Mottim.
A seleção dos compostos é feita com base em bancos de dados de compostos já existentes e catalogados. “São testados produtos naturais, compostos sintéticos, compostos químicos que nunca foram testados para outras doenças, mas têm algum potencial, então são muitas estruturas químicas”, explicou a pesquisadora.
Segundo os estudos, o vírus da zika é composto por 10 proteínas diferentes. Assim, é necessário testa o mesmo composto em cada uma dessas proteínas para ver se ele é efetivo contra alguma delas. “Duas delas são as principais. Para uma já selecionamos cinco compostos e, para a outra, nove”, disse.
Divisão do processamento
A IBM disponibilizou para o projeto uma plataforma que ajuda a fazer os cálculos de maneira mais rápida. Pessoas sem qualquer conhecimento na área podem instalar o programa em seus computadores e colocar para fazer as triagens de maneira automática.
“Quando você não estiver usando o computador, vai entrar uma proteção de tela dizendo que está rodando na sua máquina os cálculos que vão ajudar a selecionar esses compostos. Todos esses cálculos são unidos na IBM e eles passam esses dados para a gente analisar”, explicou Mottim.
O programa pode ser baixado gratuitamente no site Open Zika. Os usuários não conseguem fazer mudança nos dados analisados, para evitar que a pesquisa sofra interferência. O programa também não oferece riscos ao computador do usuário, segundo os pesquisadores.
Ainda não existe uma data para quando um medicamento seja desenvolvido e seja comercializado. Segundo a pesquisadora, a média para o desenvolvimento de um medicamento é de aproximadamente 10 anos. “Porém, com essa plataforma e várias pessoas fazendo os cálculos, isso já adianta bastante o processo. Em um ano, já foram feitos mais de 2,5 bilhões de cálculos”, concluiu Mottim.
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