Vacina brasileira contra PCV2 será patenteada nos EUA
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Até agora, as vacinas disponíveis no Brasil para prevenção das infecções são importadas e muito caras. A mais barata e eficiente está em fase de escalonamento industrial e deverá chegar ao mercado até 2019.
Para chegar ao produto, os pesquisadores isolaram e sequenciaram o DNA de um genótipo viral considerado o mais patogênico e amplamente distribuído nas granjas brasileiras e em outros países. Os resultados obtidos nas provas de campo, em camundongos e suínos naturalmente infectados, mostraram que o protótipo desenvolvido tem eficiência superior às vacinas importadas disponíveis no mercado brasileiro.
Outro mérito da pesquisa é que o sequenciamento do DNA do vírus foi o primeiro da América Latina a ser depositado e disponibilizado no GenBanke, um banco de dados de sequências genéticas de seres vivos e de aminoácidos do Centro Nacional de Informação Biotecnológica, dos Estados Unidos. O desenvolvimento da tecnologia vacinal do PCV2 foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Depois de testada, a tecnologia da vacina foi apresentada a diversas empresas especializadas em sanidade animal no Brasil. A Ourofino Saúde Animal Ltda. apresentou a melhor proposta para a UFV e, desde 2013, está realizando as adaptações para produção em escala industrial. “Nós estamos acompanhando tudo e dando continuidade às pesquisas para esta adaptação. Sabemos que o tempo da academia é diferente do tempo da empresa e o processo de transferência é lento”, diz a professora Márcia Rogéria.
Em 2013, foi firmado um contrato de licença para a exploração da patente entre UFV, Fapemig e Ourofino com a interveniência da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) para a transferência de tecnologia. Naquele mesmo ano, foram aprovados junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com contrapartida da Ourofino, recursos para determinar as condições de produção em larga escala da proteína do capsídeo viral do PCV-2 recombinante, avaliação de formulações vacinais e registro do produto desenvolvido (formulado vacinal) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para comercialização.
Os pesquisadores da UFV também desenvolveram e repassaram à empresa um kit para avaliar as vacinas. A professora Márcia explica que os lotes de vacinas podem ser diferentes. Por isso, os kits permitirão quantificar a concentração do antígeno presente em cada lote, garantindo que o suinocultor está comprando vacina com eficiência assegurada.
O pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 2013, em nome da UFV, Fapemig e da empresa que fará a produção. A patente brasileira ainda não está liberada. O pedido de patenteamento como produto brasileiro também foi realizado em outros países como Uruguai, Argentina, China, Rússia, Colômbia e México, além da Comunidade Europeia. Os Estados Unidos foram o primeiro país a conceder o pedido de patente.
As pesquisas que originaram a vacina foram resultantes de uma tese de doutorado, 12 dissertações de mestrado dos programas de Pós-graduação em Bioquímica Aplicada e em Medicina Veterinária e projetos de Iniciação Científica com defesa de monografia. Todos os participantes são considerados inventores no registro da patente.
A Comissão Permanente de Propriedade Intelectual (CPPI) teve participação ativa para a obtenção da patente nos Estados Unidos, auxiliando na elaboração de documentos para o depósito, na adequação do pedido à legislação americana de patentes e nas negociações do licenciamento da tecnologia. A UFV já tem 25 patentes registradas no Brasil e seis no exterior, duas delas nos Estados Unidos. Há 168 produtos desenvolvidos na Universidade que já estão em fase de patenteamento no Brasil e 25 no exterior.
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