Venda de genéricos nas farmácias chega a 80%
Uma pesquisa divulgada no ano passado pela PróGenéricos (Associação Brasileira de Indústrias de Medicamentos Genéricos), responsável pelo setor, informa que o volume de vendas de medicamentos do tipo no país teve um aumento de 11,78% se comparado com o ano de 2016. Segundo Rosilene Martins Viel, diretora do CRF (Conselho Regional de Farmácia), 50% dos remédios vendidos em Presidente Prudente e região são genéricos. Em farmácias da cidade ouvidas pela reportagem, este percentual chega a 80%.
Para a supervisora, o alto índice de consumidores que estão aderindo ao uso de medicamentos genéricos está relacionado ao baixo valor de mercado. Segundo a Lei Nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, o medicamento genérico se comercializado no Brasil, deve oferecer um preço 40% a menos que o valor de um produto de referência. “Se o preço não for menor, ele não tem um diferencial para concorrer nos estabelecimentos”.
Para ela, as pessoas estão perdendo o mito de que o remédio de categoria genérico não seja bom, com o uso constante, e a verificação de que eles possuem a mesma eficiência que os demais. “Eles passam a entender que não estão em desvantagem, comprando o mesmo produto por um valor menor”. O preconceito com os medicamentos genéricos vem dos consultórios médicos, onde não é recomendável o uso do produto de referência.
Opções de escolha para o consumidor, nas farmácias existem três tipos de medicamentos: referência, genérico e similar. O primeiro é o produto conhecido como “original”, os genéricos são os que possuem um valor mais em conta. Já o medicamento similar é aquele que não passou por todos os testes de comprovação. Segundo Rosilene, isso não significa que o medicamento não seja bom. “É muito comum as pessoas utilizarem medicamentos similares e nem perceberem a diferença”.
Para o medicamento genérico poder funcionar no mercado, o laboratório responsável pela fabricação deve passar por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, para verificar questões de absorção, dosagem, administração e formulação.
Na hora da compra
Claudio Roberto dos Santos, 42 anos, gerente da PrudenFarma, localizada na Avenida Ana Jacinta, diz que o estabelecimento vende por dia mais de 500 medicamentos. Desse número, cerca de 80% são remédios genéricos. Mesmo com a grande demanda pelo produto, não é comum os clientes ao chegar, perguntarem por produtos genéricos. Na intenção de vender uma mercadoria em conta, eles oferecem essa opção. “Geralmente as pessoas idosas pensam que estamos tentando enganá-las, pois eles acreditam que o medicamento é mais fraco, mas na realidade a qualidade é a mesma”.
Já na Farma Nova, uma das farmácias do bairro Jardim Bongiovani, o proprietário Carlos Eduardo Hulivan Carvalho, 29 anos, conta que as vendas de produtos genéricos e similares equivalem a 45% da renda diária. Para ele, o consumo desses dois tipos de medicamentos varia de um bairro para outro, isso porque é levado em conta pelos comerciantes o pode aquisitivo de cada região. “Hoje exige uma maior confiança do consumidor. Há uns três anos, se eu oferecesse o medicamento ninguém iria aceitar, agora as pessoas estão mais maleáveis, pois a diferença de um remédio referência para os demais pode chegar até R$12”.
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