Vendas da Ambev caem 4% em volume no Brasil, mas empresa está otimista
26/10/201716h03
A Ambev viu a queda nas vendas de cerveja no Brasil atingir diretamente seus resultados operacionais do terceiro trimestre, com o volume de bebidas caindo 4% no país, para 24,67 milhões de hectolitros.
A queda foi influenciada diretamente pelo recuo de 5,4% do volume de cerveja no Brasil, para 18,49 milhões de hectolitros.
A companhia atribuiu a queda no consumo de cerveja à "fraca indústria, que caiu aproximadamente 1%, de acordo com a Nielsen, já que os consumidores continuam a ser pressionados pelo ambiente macroeconômico".
Além disso, a fabricante realizou ajustes de preços no terceiro trimestre, o que levou a um descasamento na base de comparação, uma vez que o aumento anual de 2016 foi feito no quarto trimestre.
Já o consumo de refrigerantes, não-alcoólicos e não-carbonatados (RefrigeNanc) subiu 0,5% no país, para 6,18 milhões de hectolitros.
A receita líquida da venda de cervejas no Brasil subiu 9,6%, para R$ 5,19 bilhões, e a de RegrigeNanc avançou 10,2%, para R$ 845 milhões.
Internacionalmente, a companhia viu um aumento de volume de 23,8% na América Central e Caribe, para 3,1 milhões de hectolitros, e de 23,9% na receita, para R$ 1,16 bilhões, beneficiada por uma operação de troca de ativos que levou à entrada da companhia no Panamá.
Na América Latina Sul ? que contempla Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Equador e Peru ?, os volume vendidos subiram 1,4%, para 7,81 milhões de hectolitros, e a receita avançou 7,1%, para R$ 2,43 bilhões, beneficiada pela melhora de vendas na Argentina e no Paraguai e pelo avanço das marcas premium.
Melhora em outubro
O presidente da Ambev, Bernardo Paiva, disse em teleconferência para analistas e investidores nesta quinta-feira (26) que vê uma contínua melhora no mercado de cervejas e refrigerante e espera um desempenho mais forte da companhia neste quarto trimestre.
"Tivemos uma queda no volume de vendas de cerveja no Brasil no terceiro trimestre, em parte porque o mercado como um todo ainda encolhe e, em parte, como uma reação ao reajuste de preços, que neste ano foi feito mais cedo. Mas já vimos uma melhora nas nossas vendas de setembro para outubro", afirmou Paiva.
O executivo observou que o mercado brasileiro tem apresentado melhora ao longo dos trimestres. No ano passado, o segmento de cerveja encolheu 5,5% em volume de vendas, segundo a Nielsen. No primeiro trimestre, as vendas do mercado caíram 2%; no segundo trimestre encolheram 2,7%; no terceiro trimestre a queda foi de 1%. A Ambev, por sua vez, apresentou crescimento de 3,4%, queda de 1,3% e recuo de 5,4% nos três trimestres, respectivamente.
"Apesar dessa queda no terceiro trimestre, acreditamos que a Ambev está no caminho certo. Haverá uma melhora, trimestre a trimestre. E nossa expectativa é de que o reajuste antecipado de preços, que já foi assimilado pelos consumidores, traga benefícios adicionais no quarto trimestre, quando o restante da indústria ajusta os valores", afirmou o executivo.
Otimismo
O presidente da Anheuser-Busch InBev NV (AB InBev), Carlos Brito, informou que vê um cenário mais otimista para a Ambev no quarto trimestre. O executivo também disse que tem confiança na capacidade da companhia de recuperar margens de lucro no último trimestre do ano.
"Estou otimista com o cenário macroeconômico do Brasil e também com a política comercial adotada pela Ambev. Continuo cautelosamente otimista em relação ao desempenho da companhia no Brasil", afirmou Brito.
O executivo ponderou que o desempenho da Ambev no Brasil no terceiro trimestre sofreu um impacto negativo do aumento nos preços das commodities, gerando uma perda nas margens de lucro. "Temos confiança na capacidade da companhia de recuperar margens", repetiu Brito.
A companhia registrou no terceiro trimestre um aumento de 2,01 pontos percentuais na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (margem Ebitda) da operação brasileira, para 39%. Em nove meses, no entanto, a margem Ebitda ainda acumula uma queda de 4,96 pontos percentuais, para 39%.
Brito ressaltou que a Ambev mantém para o ano a previsão de aumento de um dígito ou estabilidade nos custos de venda por hectolitro, excluindo depreciação e amortização.
"O Brasil ainda tem três meses para arrumar a casa. A Ambev já antecipou o reajuste de preços para julho, o que ajudou nos resultados do terceiro trimestre. A empresa perdeu participação de mercado no trimestre, mas ainda apresenta um desempenho positivo", afirmou Brito.
O executivo afirmou ainda que espera melhoria no desempenho da AB InBev no quarto trimestre, com resultados mais fortes no Brasil, na África do Sul, na Austrália e na Ásia.
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