Setor “imune” à crise econômica

Entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017, o mercado farmacêutico movimentou R$ 88 bilhões – cifra que corresponde a quase 80% do gasto total com saúde no país, considerando o piso de investimentos na saúde (R$ 115,3 bilhões) da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017. É como se cada brasileiro gastasse R$ 424,33 com a compra de medicamentos por ano. Nos últimos quatro anos, a receita com a venda de remédios no Brasil aumentou 64,5%, e a quantidade de unidades vendidas, 31%, conforme dados da QuintilesIMS, auditoria de mercado farmacêutico.

O setor parece ser imune à crise econômica que faz pipocar pelas cidades as plaquinhas de “aluga-se”. Aliás, muitas das salas comerciais que ficam vagas acabam reabrindo as portas como pontos de vendas de fármacos, especialmente de grandes redes. Presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto afirma que há um movimento de concentração, em que “as grandes estão tomando mercado das pequenas”. Atualmente, as 27 empresas associadas detêm 44% do mercado nacional. Duas décadas atrás, segundo ele, essas redes abocanhavam uma fatia de apenas 20%.

Em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, a Drogaria Santa Cruz resiste à pressão da concorrência e destoa desse cenário. Durante muito tempo, o estabelecimento, que tem 83 anos, reinou absoluto. Agora, somente na Rua Marechal Floriano, a principal da cidade, são oito concorrentes. No Estado, é o município com mais de 120 mil habitantes que apresenta o maior número de farmácias por habitante. A relação é de uma loja para cada grupo de 1,6 mil pessoas.

– Fico impressionado – diz Lucas Scalcon, um dos proprietários da Drogaria Santa Cruz, que atende, em média, a 400 pessoas por dia.

Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, o aumento das vendas nos últimos anos reflete o crescimento da classe média, o envelhecimento da população e uma busca constante por qualidade de vida. Ele pondera que há um arrefecimento nos últimos anos, sinal de que a crise demorou para bater à porta, mas chegou.

– Já vemos o reflexo do desemprego – avalia Nelson Mussolini. – É uma alavanca que puxa para baixo o desenvolvimento da saúde. Se alguém está com dor de cabeça e está empregado, compra um remédio. Se está desempregado, vai para um quarto escuro e espera a dor passar.

Até 2021, o Brasil deverá ocupar a quinta colocação no ranking mundial do mercado farmacêutico, desbancando França e Itália. Único país do mundo em que é permitida a publicidade direta ao consumidor (com anúncios na televisão, por exemplo), os Estados Unidos lideram, com um faturamento de US$ 461 bilhões.

– Estamos entre cinco países mais populosos, então é normal que estejamos, também, entre os cinco maiores em termos de consumo de medicamentos – justifica o diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo.

No Brasil, como a propaganda é mais restrita (é permitido anunciar apenas medicamentos isentos de prescrição), a indústria investe na relação com os médicos e as farmácias. Estima-se que as despesas com a promoção de fármacos (US$ 60 bilhões ao redor do mundo) superam em duas vezes os gastos com pesquisa. Os representantes dos laboratórios são os “propagandistas”, que visitam os médicos para levar informações sobre os produtos. Você já deve ter cruzado com um nas salas de espera dos consultórios: pessoas bem vestidas, puxando maletas geralmente cheias de amostras grátis. Esse investimento está embutido no custo do produto.

– Toda a informação científica sobre o produto tem que ser levada para o médico, que vai avaliar e prescrever. Então, temos que contratar muita gente, e essas pessoas precisam se deslocar. Como é que você pode contratar uma quantidade enorme de gente e absorver esse custo? Não tem como – diz Pedro Bernardo.

Casos de intoxicações aumentam quase 30% no país

Na esteira da expansão do mercado farmacêutico, cresce o número de pessoas intoxicadas por medicamentos. Entre 2002 e 2012, foram pelo menos 304,6 mil casos no país, segundo os dados mais atualizados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O aumento registrado nesse período foi de 28,6%. Principal agente causador das intoxicações, os remédios provocaram a morte de 853 pessoas, sendo 86 delas no Rio Grande do Sul. Mas o próprio Sinitox admite que o número pode ser muito maior devido à subnotificação.

O Plantão de Emergência do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) atendeu, no ano passado, 22,7 mil casos do que tecnicamente é chamado de “exposição humana a agentes com potencial tóxico”. Os medicamentos responderam por quase 30% das ocorrências. Acidente, tentativa de suicídio, erro de administração e automedicação são as principais causas das intoxicações envolvendo fármacos. Crianças de um a quatro ano costumam ser as principais vítimas.

Para o médico toxicologista Carlos Augusto de Mello, do CIT, a automedicação, a proliferação de farmácias e o armazenamento inadequado são alguns dos fatores que contribuem para os incidentes envolvendo remédios – são, em média, 18 por dia. Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ele ressalta que, na maioria das vezes, o problema é o mau uso do fármaco, pois “nenhum produto é mau em si, intrinsecamente”.

– As pessoas têm muitos remédios em casa. Compram muitos por conta própria, principalmente esses de venda livre, e não dão importância para o risco que é manter muitos medicamentos em casa, estocados de maneira inadequada.

Apenas três substâncias foram responsáveis por mais de um terço das intoxicações por medicações no Estado em 2014 – ano da publicação do último relatório do CIT-RS. Foram 2.052 casos por overdose ou reações ao uso de clonazepam (um ansiolítico, mais conhecido pelo nome comercial Rivotril), fluoxetina (antidepressivo) e paracetamol (analgésico/antipirético). Quase 30% das ocorrências envolveram crianças com menos de quatro anos.

Na avaliação de Mello, uma alternativa para diminuir os acidentes com crianças ingerindo medicamentos seria uma mudança na legislação brasileira, por exemplo, obrigando as indústrias a fabricarem embalagens mais seguras. Desde 1994, está tramitando na Câmara dos Deputados um projeto de lei que determina a utilização da inscrição “Embalagem Especial de Proteção à Criança (EEPC) em medicamentos e produtos químicos de uso doméstico que apresentem potencial de risco à saúde”.

Nos próximos cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) quer reduzir pela metade o número de “problemas evitáveis provocados por erros no uso de medicamentos”. O custo associado aos incidentes é estimado em US$ 42 bilhões por ano, ou quase 1% do total das despesas de saúde no mundo. Nos Estados Unidos, equívocos na prescrição e no consumo de remédios prejudicam a saúde de 1,3 milhão de pessoas por ano e causam pelo menos uma morte por dia.

Os mais vendidos (Em número total de unidades no país)
-2012
2,82 bilhões – Neosoro (descongestionante nasal)
-2013
3,04 bilhões – Glifage (antidiabético)
-2014
3,28 bilhões – Dipirona Sodica (analgésico e antipirético)
-2015
3,52 bilhões – Ciclo 21 (anticoncepcional)
-2016
3,69 bilhões – Cimelide (anti-inflamatório)
Dicas para evitar acidentes
-Mantenha os remédios e demais produtos tóxicos em local seguro e trancado, fora do alcance das crianças.
-Leia a bula antes de usar um medicamento.
-Evite tomar remédio na frente das crianças.
-Não use medicamentos no escuro para evitar a troca indevida por outro.
-Não utilize remédios sem orientação médica.
-Mantenha as pílulas nas embalagens originais, com a bula.
-É importante que a criança aprenda que remédio não é bala, doce ou refresco, pois, quando estiver sozinha, poderá ingeri-lo.
-Nunca use medicamentos vencidos.
– Nunca coloque a embalagem com o seu conteúdo na lixeira.
-Cuidado com pílulas de uso infantil e adulto com embalagens muito parecidas. Erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais.
Fonte: Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas (Sinitox)

Drogaria São Bento passa por uma repaginação e lança nova marca

Nesta sexta-feira, a rede também comemora o Dia do Uso Racional do Medicamento com um questionário dirigido aos consumidores que passarem pelas lojas

Por: Da Redação

A Drogaria São Bento passa por uma repaginação e as primeiras mudanças já se tornam visíveis. Com uma nova logomarca, a rede de farmácias reinaugura a loja da Afonso Pena 3372, em Campo Grande, e além da comercialização dos medicamentos, passa a apostar no atendimento personalizado, com acompanhamento e orientações aos seus clientes.

O lançamento da nova marca e a reinauguração da loja aconteceram na manhã desta sexta-feira, na Avenida Afonso Pena, 3372, Centro.

A farmácia contará agora com uma clínica para atendimento personalizado

O dia da reinauguração foi escolhido devido o Dia Nacional do uso Racional de Medicamentos. Cerca de 1000 pessoas em Mato Grosso do Sul serão entrevistadas sobre o uso de medicamentos em diversas cidades do Estado, a maioria em Campo Grande.

Farmácias desenvolvem ações educativas sobre uso de medicamentos

05/05/2017 17h22 Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

Três pessoas se intoxicam com medicamentos por hora no Brasil. As crianças são as vítimas mais frequentes. Do total de casos de intoxicação, 38,19% envolvem crianças com até 9 anos de idade. Em todo o país, conselhos de farmácias e redes farmacêuticas fazem hoje (5), Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, campanhas para conscientizar a população e enfatizar o papel do farmacêutico em orientar quem precisa de medicamentos.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Toxicológicas, em 2012, 27 mil pessoas se intoxicaram com medicamentos no país. Esse tipo de intoxicação corresponde a um terço do total registrado no sistema e é a principal causa de intoxicação no Brasil. Entre as crianças, as circunstâncias mais comuns são a ingestão acidental ou erros de administração.

"É preciso e urgente melhorar a forma como os medicamentos são distribuídos, dispensados, administrados e utilizados, para que eles cumpram o seu papel como instrumentos para prevenir, controlar e curar doenças. Reduzir o uso de medicamentos sem a devida orientação profissional, ou seja, a automedicação, é apenas uma das frentes desse trabalho. Temos inúmeros outros problemas a resolver”, diz o vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Valmir de Santi.

“Mesmo tendo em mãos a prescrição, é importante para a redução de danos e o sucesso do tratamento que as pessoas consultem o farmacêutico para se inteirar sobre a melhor forma de utilização dos medicamentos, a identificação de eventuais problemas relacionados ao seu uso e o monitoramento do sucesso do tratamento”, acrescenta o vice-presidente do CFF.

O CFF e os conselhos regionais de farmácia em todo o país aderiram ao Desafio Global da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2017, que tem como meta reduzir em 50% os danos graves e evitáveis associados a medicamentos, nos próximos cinco anos.

Atualmente, segundo a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos; e mais da metade dos pacientes que os utilizam o fazem incorretamente.

Ao longo da semana, os conselhos regionais desenvolvem ações educativas. As atividades para que a meta seja cumprida, entretanto, devem se estender ao longo de todo o ano.

Papel dos farmacêuticos

Com a Lei 13.021/2014, as farmácias deixaram de ser apenas estabelecimentos comerciais e passaram à condição de prestadoras de serviços de assistência à saúde. Desde a promulgação da norma, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as 27 maiores redes de farmácias do país e representam 44% das vendas de medicamentos, têm promovido campanhas de conscientização.

Hoje, quem visitar uma farmácia associada vai receber orientação sobre o uso adequado de medicamentos, os perigos da automedicação, reações adversas, adesão ao tratamento prescrito pelo médico, riscos da superdosagem ou subdosagem e até sobre o descarte apropriado de remédios.

“A gente tem uma barreira natural que é a barreira do entendimento do paciente. Seja porque é pequeno o tempo com o médico, seja porque o paciente tem vergonha de perguntar. Isso facilita uma série de coisas que podem levar à intoxicação”, explica o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Segundo ele, os pacientes têm diversas dúvidas, entre elas, se é possível tomar o medicamento em jejum ou se existe algum risco em ingeri-lo junto com outro medicamento. “Tudo isso impacta na saúde do paciente”.

Segundo ele, o farmacêutico tem o papel de orientar o cliente e explicar como deve ser ministrado o medicamento. O profissional deve também incentivar a leitura da bula, que traz importantes informações sobre os medicamentos para o paciente.
Edição: Lílian Beraldo

Farmacêuticos alertam para riscos da automedicação

Organização Mundial de Saúde aponta dados preocupantes no uso indiscriminado de remédios

Assessoria

O uso indiscriminado de remédio traz grandes riscos à saúde. A ingestão de medicações sem a orientação médica pode causar intoxicações, intolerâncias, dependência química e morte. No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, especialistas ressaltam que cabe ao médico identificar os sintomas e definir o tratamento adequado para cada paciente.

Os farmacêuticos alertam para riscos da automedicação. "O uso inadequado de remédios apresenta índices alarmantes na ineficácia dos tratamentos de saúde e no agravamento de doenças", aponta o coordenador do curso de Farmácia e Biomedicina do Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió – UNINASSAU Maceió.

O dia 05 de maio foi a data escolhida para debater com a sociedade sobre os riscos à saúde, causados pelo uso irracional de medicamentos. "Ouvir a opinião de conhecidos ou repetir a dosagem de experiências anteriores são prejudiciais para o diagnóstico e tratamento de doenças", disse a professora de Farmácia Mariana Oliveira.

O professor Luís Carlos destaca a importância do farmacêutico na prevenção e orientação social. "Nosso papel é fundamental para o controle da automedicação, não permitindo a liberação de remédios sem prescrição ou instruindo sobre o uso de medicamentos dispensados".

Termo de cooperação que criará consórcio de medicamentos será assinado dia 12

Fonte: Assessoria TCE-MT | Publicado em: 06/05/2017 às 08:12

Será assinado na próxima sexta-feira (12.05), na sede do Ministério Público Estadual, o termo de cooperação técnica para a criação do Consórcio de Compra Coletiva de Medicamentos, que irá atender os 141 municípios e o Estado de Mato Grosso. Participam da assinatura o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Ministério Público (MPE), Secretaria de Estado de Saúde (SES), Assembleia Legislativa de Mato Grosso e Associação Mato-grossense de Municípios (AMM). A expectativa do presidente do TCE-MT, Antonio Joaquim, é que o consórcio comece a funcionar ainda este ano.

A data foi definida em reunião entre o presidente do TCE e o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, nesta sexta-feira (5). Curvo destacou as vantagens do consórcio, como economicidade, já que os 141 municípios realizarão as compras em conjunto, barateando os custos, assim como o Estado, responsável pelos remédios de alto custo; e a facilidade no controle, já que apenas com um órgão realizando a compra será mais fácil fiscalizar e, consequentemente, menors as chances de corrupção e perdas. Mas o procurador lembra que a principal vantagem será para o paciente, que terá acesso ao medicamento.

O procurador-geral de Justiça disse que já conversou com o secretário estadual de Saúde, Luís Soares, contou que ele ficou entusiamado com a ideia e que pretende levar a demanda da SES para o consórcio, para aproveitar a economia da escala. Mauro Curvo destacou que a participação dos órgãos de controle no processo é fundamental para garantir credibilidade. “Estamos apontando um caminho para o gestor, aquele que estiver bem intencionado, que preza pela sua população, tende a seguir esse caminho, que está sendo construído não por uma instituição, mas por técnicos de várias áreas”.

O presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Antonio Joaquim, destacou a proatividade do procurador-geral de Justiça, que liderou todo o processo de criação do consórcio. Antonio Joaquim ressaltou que o consórcio será uma solução concreta no sentido de diminuir fraudes, custos, e ainda acabar com o desabastecimento de medicamentos em Mato Grosso, principalmente os de alto custo.

Campanha orienta população do DF sobre descarte correto de medicamentos

Ação começou nesta sexta (5); pontos de coleta ficam na Católica, em Taguatinga. Descarte no lixo comum gera risco de contaminação do solo, dizem especialistas.

Por G1 DF

06/05/2017 07h20

Medicamentos que não serão mais consumidos pelos moradores do Distrito Federal – seja porque passaram da validade, ou porque o tratamento acabou – estão sendo recolhidos pela farmácia da Universidade Católica de Brasília, em Taguatinga, para descarte apropriado. Os medicamentos podem ser entregues às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 11h30.

A ação faz parte de uma campanha de orientação para o consumo consciente e descarte adequado de remédios pela população. Uma lei distrital sancionada em 2013 obriga farmácias e drogarias da capital a receberem, do consumidor, os medicamentos com data de validade vencida. Segundo os organizadores da campanha, essa regra não é cumprida.

“Nós queremos, além de orientar a população, priorizar a responsabilidade que o farmacêutico tem e a sua importância no processo de informação do uso correto de medicações”, explica a professora e coordenadora do curso de farmácia da Católica, Samara Haddad.

Apesar de orientar o recolhimento, a lei não determina a obrigatoriedade de descontos ou devolução do valor pelo descarte. A legislação deixa a critério do estabelecimento farmacêutico do DF o armazenamento, a triagem e frequência de envio ao fabricante dos medicamentos vencidos.

Descarte correto

Estimativas indicam que a população brasileira é responsável por gerar mais de 10,3 mil toneladas por ano de resíduos em medicamentos, sem um sistema de descarte adequado. Os dados são de um levantamento da Anvisa, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Segundo a professora Samira Haddad, a população ainda tem dúvidas sobre o descarte correto dos medicamentos. “Por muitas vezes nem sabem que é necessário fazê-lo e acabam misturando o lixo comum com o medicamentoso”, diz.

Quem quiser aproveitar a campanha dos alunos da universidade para descartar remédios vencidos, ou aqueles que "sobraram" do tratamento, deve procurar a farmácia da instituição. As salas ficam no Bloco Central (Campus I), em Taguatinga.

Anvisa suspende venda e uso de 63 medicamentos em todo o Brasil; veja relação

Entre os medicamentos suspensos estão antiinflamatórios, de combate a hipertensão água oxigenada, além de cookies e chás
Saúde | Em 07/05/17 às 08h12, atualizado em 07/05/17 às 08h14 | Por RedaçãoImagem Ilustrativa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a fabricação, comercialização, distribuição e uso de 63 medicamentos e marcas de cookies e chás feitos de lavanda em resoluções publicadas nesta terça-feira (2).

Segundo a Anvisa, três dos 63 medicamentos suspensos são usados como antiinflamatórios e de combate a hipertensão.

Estão suspensos os lotes B16J2232, com validade: 10/2018 do medicamento Floxicam; os lotes 1607483 , validade 3/2018, e 1629396, validade 3/2018, do Beta Long; e os lotes 15081401; 15081402; 15081403; 15090230; 15090231; 15090232; 15121446; 16030251; 16030254; e 16030255 do medicamento Captopril.

De acordo com a Anvisa, o lote suspenso do Floxicam estava com dosagem incorreta. Os lotes do Beta Long estavam com características visuais com problemas. Já os lotes de Captopril foram suspensos após o fabricante identificou uma alteração no teor de dissulfeto de captopril e iniciou um recolhimento voluntário do produto.

Também foi suspensa a fabricação, distribuição e comercialização de todos os lotes dos produtos ‘Cookie de Lavanda’ e ‘Chás de Lavanda’ fabricados pela empresa Frau Bondan Guloseria Ltda. A suspensão é pela falta de avaliações sobre a segurança dos alimentos.

Em outra resolução, foi suspensa a comercialização e uso de 60 medicamentos da empresa Vic Farma, entre eles álcool em gel, vaselina liquida, água oxigenada, água purificada e solução de iodo. Veja a lista completa abaixo.

Sol~ução de peróxido de hidrogênio 3%

Água oxigenada 10 volumes

Pó de alúmen de potássio

Pedra ume

Gliconato de clorexidina 2% (solução com tensoativos)

Chlorohex

Éter alcoolizado

Éter etilico 35/ Vic Remov

Cristais de sulfato de magnésio

Sulfato de magnésio

Vaselina líquida 100%

Vaselina liquida

Álcool etílico 70% (gel)

Álcool gel Quality

Iodopolividona 10% (solução aquosa)

Povidine topico

Talco mentolado

Talco mentolado

Solução de iodo 2%

Tintura de iodo

Solução de ácido bórico 3%

Água boricada 3%

Iodopolividona 10% (solução hidroalcoólica)

Povidine tintura

Álcool iodado 0,1%

Álcool iodado

Pasta d'água

Pasta d agua

Óleo de rícino 100%

Óleo de rícino

Gliconato de clorexidina 1% (solução aquosa)

Chlorohex

Óleo mineral 100%

Óleo mineral

Bicarbonato de sódio (pó)

Bicarbonato de sódio

Álcool etílico 70%

Álcool 70 Quality

Carbonato de cálcio (pó)

Carbonato de cálcio

Solução de benjoim (sumatra benzoin) 20%

Tintura de benjoim

Gliconato de clorexidina 4% (solução com tensoativos)

Chlorohex

Solução de hipoclorito de sódio

Líquido de Dakin

Solução antimicótica com iodo

U n h a p lv s

Glicerina

Glicerina

Gliconato de clorexidina 0,5% (solução aquosa)

Chlorohex

Iodopolividona 10% (solução com tensoativos)

Povidine dermo suave

Água purificada

Água desmineralizada

Vaselina sólida 100%

Vaselina solida

Solução de iodo 5%

Tintura iodo 5% Vansil

Anvisa estuda liberação de remédio para tratar Atrofia Muscular Espinhal

Márcia Wonghon

Um novo medicamento injetável, que está em fase de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), surge como alternativa para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME).

A terapia inclui seis doses no primeiro ano de vida e depois passa a ter intervalos maiores.

A doença, causada pela ausência de um gene, é caracterizada pela degeneração de neurônios motores localizados na medula espinhal.

A atrofia muscular espinhal afeta aproximadamente um em cada 10 mil bebês, debilitando o sistema nervoso e dificultando a locomoção, a respiração e deglutição.

Segundo Isabel Kropsch, fundadora da Associação de Amigos da Atrofia Muscular Espinhal, que perdeu uma filha de 9 anos com a forma mais severa da doença, o medicamento já aprovado pela agência reguladora de remédios e alimentos nos Estados Unidos (FDA), representa uma esperança para milhares de famílias brasileiras com vítimas da enfermidade.

Isabel disse que a associação, com um cadastro nacional de 600 famílias, foi fundada em 2010, com a missão de difundir informações à população e aos profissionais de saúde para garantir um melhor tratamento e qualidade de vida aos pacientes.

A Anvisa informou que está tratando o tema com agilidade e já avalia os documentos apresentados pela empresa de tecnologia farmacêutica Biogen, necessários para o registro do produto.

A agência destaca que o processo para liberar a venda de um medicamento novo é complexo, já que inclui avaliação de informações legais e técnicas para garantir a qualidade, eficácia e segurança, antes de ser disponibilizado à população.

Novo antidepressivo é mais barato, não engorda e nem diminui libido

Medicamento original é vendido desde 2008 no Brasil; lançamento similar garante até 30% de economia

O Estado de S.Paulo

05 Maio 2017 | 10h14

Um antidepressivo considerado inovador pela redução de efeitos indesejáveis, como ganho de peso e redução da libido, passou a contar com uma alternativa mais barata no mercado brasileiro. A substância é o succinato de desvenlafaxina monoidratado, que começa a ser vendido também sob a marca Zodel — um medicamento similar ao original, que garante a mesma eficácia.

A alternativa é vista como uma oportunidade de popularizar o tratamento de casos mais graves de depressão, sem efeitos adversos que incomodam principalmente as mulheres. “Quando a pessoa está muito depressiva, esses efeitos de medicamentos mais antigos são secundários. Mas logo, quando começa a melhorar com o tratamento, o ganho de peso e alteração da sexualidade incomodam muito”, observa o médico psiquiatra Kalil Duailibi, membro consultivo da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e professor da Universidade de Santo Amaro.

O remédio original, o Pristiq, é vendido no Brasil desde 2008. Também por contar com ação mais rápida do que outros antidepressivos, a desvenlafaxina é classificada por Duailibi como a terceira revolução no tratamento de transtornos depressivos. A primeira ocorreu com o lançamento da fluoxetina, nos anos 1980, e a segunda veio nos anos 1990 com a venlafaxina, da qual derivou a nova opção.

Depressão. O levantamento mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 11,5 milhões de pessoas — quase 6% da população — sofrem de depressão no Brasil. A taxa é a maior entre os países da América Latina e supera a média mundial, de 4%. A ABP projeta que ao menos um quarto dos brasileiros teve, tem ou vai ter a doença ao longo da vida. A estimativa é de que apenas metade busque tratamento.