Estudos questionam segurança de medicamento do SUS no tratamento diabetes

19/06/2017 25

A prevalência de diabetes vem aumentando assustadoramente no Brasil e Curitiba aparece em um perigoso ranking das capitais com o maior diagnóstico médico da doença. Para acompanhar de perto os avanços nos estudos científicos sobre controle e tratamento da diabetes, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR) marcou presença no Congresso da American Diabetes Association 2017, realizado entre os dias 9 e 13 de junho, em San Diego, na Califórnia.

Um dos principais debates girou em torno dos novos tratamentos para o diabetes do tipo 1, doença autoimune em que o paciente precisa receber insulina diariamente. Estudos científicos foram apresentados sobre o transplante de células beta – recriadas a partir do transplante de células tronco para evitar que as mesmas sejam atacadas pelo sistema imune  – e também sobre o pâncreas artificial – um dispositivo que monitora os níveis de glicose no sangue e, automaticamente, ajusta os níveis de insulina injetados no organismo do paciente.

Segundo a endocrinologista Silmara Leite, de Curitiba, que preside a SBEM no Paraná, ficaram evidentes as limitações para o transplante de célula beta. “Os estudos têm avançado mas ainda é cedo para considerar a cura do diabetes tipo 1”, afirma. Ela explica que pesquisas estão sendo realizadas para se extrair células do intestino, que representaria a fonte de células tronco para desempenhar as funções das células pancreáticas de maneira eficiente.

Já o pâncreas artificial, recentemente aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration), embora não seja a cura do diabetes, se revela como a tecnologia mais atual para controle da doença. “Trata-se de uma nova tecnologia de infusão contínua de insulina acoplada com um sensor que comunica o valor de glicose no interstício e interrompe a infusão de insulina antes do paciente apresentar hipoglicemia”, explica a médica. “O aparelho está sendo aprimorado, mas precisamos de insulinas mais rápidas para reduzir o tempo entre a aplicação da insulina e sua ação efetivamente”, conclui.

No decorrer do Congresso da American Diabetes Association 2017 pesquisas foram publicadas sobre as novas medicações para o tratamento da diabetes do tipo 2. O alto custo das novas drogas representa o principal entrave para a maioria dos pacientes. Mas segundo a médica curitibana, os pacientes em tratamento não devem se preocupar com relação à segurança das sulfonilureias, classe de medicamentos mais receitada nos consultórios médicos. “As novas drogas são muito caras e apenas pessoas com alto poder aquisitivo se beneficiam dos novos tratamentos e, além disto, ficou bem claro que as sulfonilureias (Glimeprida e Gliclazida) devem permanecer nos nossos receituários, não apenas porque são mais baratas, mas porque são efetivas e seguras”, afirmou a presidente da SBEM-PR.

Riscos da medicação oferecida pelo SUS

A médica alerta, porém, que existem diferenças significativas entre as sulfonilureias adotadas para o tratamento da diabetes e que a glibenclamida, oferecida aos pacientes pelo Sistema único de Saúde no Brasil, deveria ser banida do mercado. “Essa medicação aumenta em três vezes o risco de morte quando o paciente diabético sofre um infarto. Evidências científicas relevantes foram mostradas para justificar a recomendação para que o Ministério da Saúde mude o medicamento oferecido aos diabéticos atendidos na rede pública”, enfatiza a endocrinologista. Uma alternativa seria a gliclazida, medicação que já faz parte da lista da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e que se encaixa em perfil de segurança cardíaca e renal semelhante aos mais modernos medicamentos.

Prevalência de Diabetes

O número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O levantamento revelou também que as mulheres registram mais diagnósticos da doença – o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens. Ainda segundo o estudo, o Rio de Janeiro é a capital brasileira com a maior prevalência de diagnóstico médico de diabetes, com 10,4 casos para cada 100 mil habitantes. Em seguida estão Natal e Belo Horizonte (ambos com 10,1), São Paulo (10), Vitória (9,7), Recife e Curitiba (ambos com 9,6).

Cientistas norte-americanos testam vacina contra câncer de pulmão desenvolvida em Cuba

19 Junho 2017

Cientistas norte-americanos testam vacina contra câncer de pulmão desenvolvida em Cuba

Por Opera Mundi

Cerca de mil pacientes do Instituto do Câncer Roswell Park, nos Estados Unidos, começaram a receber doses mensais da vacina CIMAVAX-EGF, que combate o câncer de pulmão. O medicamento foi desenvolvido em Cuba por pesquisadores do Centro de Imunologia Molecular de Havana e foi enviado aos EUA antes mesmo da reaproximação entre os dois países.

Os médicos têm esperança de que a vacina possa funcionar para outros tipos de câncer como o de cólon, de cérebro e do útero. “Os efeitos colaterais para os pacientes cubanos que tomam a vacina têm sido mínimos”, disse o chefe da oncologia torácica de Roswell, Grace Dy, segundo o Cubadebate.

A vacina, que já foi testada em países como Colômbia, Perú, Paraguai e Bósnia-Herzegóvina, passou por extensos testes e estudos antes de ser aprovada como tratamento para o cêncer de pulmão. A parceria entre o Centro Imunológico Molecular de Havana e o Instituo de Roswell Park começou em 2011, quatro anos antes da reaproximação entre Cuba e os EUA.

Para o presidente do Departamento de Imunologia de Roswell, Kalvin Lee, “isso foi muito inesperado e nós, como muitos outros, pensávamos que Cuba estava presa nos tempos de ‘I love Lucy’ e sua tecnologia provavelmente se parecia com a de seus carros dos anos 1950”. Segundo o pesquisador, reporta o Cubadebate, essa vacina, ao invés de atacar a célula cancerígena, responde contra o fator de crescimento do câncer. “Mediante a geração dessa resposta imune que neutraliza o fator [de crescimento epidérmico EGF] circulante, mata o câncer de fome e ele para de crescer”, disse.

Embora o tratamento com a CIMAVAX seja totalmente gratuito em Cuba, os estrangeiros que forem à ilha em busca da vacina poderão pagar até 12 mil dólares por um suprimento de um ano do medicamento.

Além da importância no combate ao câncer de pulmão, os pesquisadores salientaram a importância do medicamento na prevenção, uma vez que ela impede o crescimento da doença. “O que é realmente interessante no CIMAVAX é a possibilidade de que poderá ser usado para prevenir o câncer de pulmão; a causa número um de morte por câncer em homens e mulheres nos EUA é o câncer de pulmão”, afirmou Lee.

BEPANTOL® Baby Lança Versão De 30 Gramas E Adicional De 15% Do Produto Na Mesma Eembalagem

Segunda, 19 Junho 2017 14:25 Escrito por Liliane Cavalcante
Edição limitada do produto já esta à venda nas farmácias e drogarias de todo o país

Quanto mais protegidos os bebês estão contra assadura – inflamação causada pelo contato prolongado da pele com fezes e urina que ficam na fralda, favorecendo a proliferação de bactérias e fungos devido à umidade e ao abafamento da região – mais tranquilos seus pais ficam por saberem que os filhos estão bem, livres desse incômodo que pode evoluir se não houver o tratamento adequado.

Pensando na importância desse cuidado extra, Bepantol® Baby, o creme antiassadura da Bayer, e um dos líderes da categoria, acaba de trazer uma novidade: Bepantol® Baby de 30 gramas com mais 15% do produto.

Em edição limitada e promocional, o produto, que é ideal para os cuidados preventivos diários com os bebês, tem o mesmo custo da embalagem com 30 gramas, com valor sugerido de R$19,90.

À venda nas farmácias e drogarias de todo o país, Bepantol® Baby hidrata, protege e ajuda na recuperação da pele sensível dos pequenos, mantendo-os livres de assaduras, também conhecidas como dermatite de fralda.

Passar uma camada fina de creme antiassadura após cada troca ajuda a proteger o bumbum do bebê contra possível inflamação na pele, já que esse tipo de irritação é comum entre bebês e crianças pequenas que possuem a pele sensível e delicada.

Sobre a Linha Bepantol® Baby

Sempre pensando no bem-estar da mãe, do pai e, claro, dos bebês, a Bayer oferece Bepantol® Baby, creme antiassaduras com tripla proteção: protege, hidrata e ajuda na recuperação da pele dos pequenos. Contém pró-vitamina B5, que cria uma barreira transparente, protegendo o bumbum do bebê e deixando-o mais resistente contra as assaduras. Além disso, o antiassaduras da Bayer é fácil de ser espalhado e retirado, evitando assim fricções desnecessárias. Sua fórmula hipoalergênica não contém agentes potencialmente irritantes, como fragrâncias, corantes e conservantes, que podem irritar a pele sensível do bebê. Bepantol® Baby é a evolução dos antiassaduras.

Preço médio sugerido de Bepantol® Baby: 30 gramas – R$ 19,90; 60 gramas – R$ 34,90; 100 – R$ 49,90

Bayer: Ciência para uma vida melhor

A Bayer é uma empresa global focada em Ciências da Vida nas áreas de cuidados com a saúde humana e animal e na área de agricultura. Seus produtos e serviços são desenvolvidos para beneficiar as pessoas e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a companhia objetiva criar valor por meio da inovação. A Bayer é comprometida com os princípios do desenvolvimento sustentável e com suas responsabilidades sociais e éticas como uma empresa cidadã. Em 2015, o grupo empregou cerca de 117 mil pessoas e obteve vendas de 46,3 bilhões de euros. Os investimentos totalizaram 2,6 bilhões de euros e as despesas com Pesquisa & Desenvolvimento somaram 4,3 bilhões de euros. Esses números incluem os negócios de polímeros de alta tecnologia, que foram lançados no mercado de ações como companhia independente nomeada Covestro, em 6 de outubro de 2015.

Roche traz inovação para o mercado de coagulação

Analisador de coagulação cobas t 411

A Roche está entrando em uma nova era de testes de coagulação. Com um portfólio já consolidado com soluções Point of Care (PoC), o objetivo da empresa é trabalhar o mercado de laboratórios clínicos e hospitalares com o lançamento de uma nova família de sistemas, a cobas t. Segundo o gerente de Produto Specialty Testing, Vinícius Sugiyama, hoje a participação da empresa nesse mercado se limita às soluções PoC e Multiplate (equipamento para função plaquetária), o que dá acesso a uma fatia pequena do mercado de coagulação.

Ao entrar no mercado clínico e laboratorial de coagulação, a Roche quer ampliar sua participação num mercado projetado para atingir 4,84 bilhões de dólares até 2021, segundo relatório da consultoria Research and Markets. “É nessa fatia que está a grande maioria dos pacientes e, consequentemente, testes. É o início do trabalho em uma área do Laboratório onde nunca tivemos condições de competir por conta do limite de nosso portfólio para coagulação”, expõe Sugiyama.

Da família cobas t, o destaque é o analisador de coagulação cobas t 411, um sistema de coagulação de laboratório adequado para testes de rotina de baixo volume (até 140 amostras por dia). Com lançamento previsto no Brasil, a Roche amplia sua oferta global de coagulação laboratorial ao oferecer aos laboratórios mais flexibilidade em seus testes. “A família cobas t é dedicada a exames de coagulação laboratorial, um mercado que a Roche nunca atendeu por falta de portfólio. Isso mostra o comprometimento da empresa com a área de coagulação e em ser uma parceira completa com soluções para todo o laboratório”, garante Sugiyama.

Consumidores sentem aumento dos preços de remédios

Gustavo Amorim
gamorim@jj.com.br

INGRID – “Os laboratórios diminuem o desconto de acordo com a tributação” Com a inflação e os descontos concedidos normalmente pelas farmácias em baixa, o jundiaiense segue sofrendo com os remédios mais caros nas farmácias da cidade. A operadora de caixa Maria Aparecida Toledo revela que precisa cortar produtos da despesa mensal para conseguir comprar os medicamentos contra triglicérides. “Compro um remédio que custa mais de R$ 100 e cada mês que passa eu percebo a diferença no preço. Às vezes preciso comprar menos no mercado”, afirma.

O aumento, entretanto, está relacionado à diminuição dos descontos feitos pela indústria farmacêutica na compra do produto por partes das farmácias. “Os laboratórios diminuem esse desconto de acordo com a tributação federal”, afirma Ingrid Cunha, gerente de uma farmácia no Centro de Jundiaí. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) revelou que os medicamentos ficaram 0,82% mais caros – mais que o dobro da média geral de produtos (0,31%). “Nós que não somos rede temos muita dificuldade para comprar com preços baratos”, diz Mauro Amaro, dono de outra farmácia na cidade.

Em abril, o governo federal autorizou o aumento dos remédios de 1,36% para 4,76%. Por isso, o preço máximo ao consumidor (PMC) não é maior, mas o cidadão vê o valor final aumentar na prateleira. Nos últimos 12 meses, o valor dos remédios subiu em 5,78%. Em 2017, o crescimento é de 3,92%. “Fica cada dia mais difícil. Uso remédios de tarja preta. A gente sente muito no bolso”, diz a aposentada Josefa Silva,

Alterada norma sobre protocolo de documento em formato eletrônico

O regulamento altera a obrigatoriedade para a protocolização de documentos em formato eletrônico. O protocolo de informações relacionadas aos assuntos de petições listados na IN nº 8 poderá ser feito em mídia eletrônica ou papel.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 19/06/2017 15:57
Última Modificação: 19/06/2017 16:17

A Anvisa publicou, na sexta-feira (16/6), a RDC n° 162. O regulamento altera a obrigatoriedade para a protocolização de documentos em formato eletrônico. Com isso, o protocolo de informações relacionadas aos assuntos de petições listados na IN n° 8, de 2016 poderá ser feito em mídia eletrônica ou papel, sendo necessário escolher uma das duas opções.

Os novos procedimentos para a protocolização de documentos em formato eletrônico para trâmite interno são objeto de consulta dirigida enviada às associações e entidades representativas do setor. A expectativa é de que, em breve, a nova orientação seja publicada.

Indústria farmacêutica faturou R$ 62,1 bi em 2016

por Clarissa Stycer
19/06/2017 09:05

Laboratórios e empresas do setor farmacêutico faturaram 62,1 bilhões no ano passado. De acordo com o Sistema de Acompanhamento de Mercado de Medicamentos (Sammed), banco de dados da Anvisa, foram 4,50 bilhões de embalagens produzidas e 2,4 mil novos medicamentos no mercado — um aumento de 6,5% em relação ao número de remédios novos em 2015.

Anvisa libera novo tratamento para pacientes com câncer de pulmão

Medicamento atua no sistema imune, aumentando a capacidade de o organismo reconhecer e combater as células cancerígenas

Lígia Formenti, O Estado de S. Paulo

19 Junho 2017 | 19h01

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de uma nova terapia para o tratamento de câncer de pulmão. O medicamento, pembrolizumabe, atua no sistema imune do paciente, aumentando a capacidade de o organismo reconhecer e combater as células cancerígenas.

O remédio já é usado no País para o melanoma e para estágios mais avançados de câncer de pulmão. Com a decisão da Anvisa, a droga passa a ser indicada já no início do tratamento – mas em casos específicos. A terapia somente é prescrita para aqueles pacientes que apresentarem na célula do tumor uma proteína, a PD-L., em altos níveis. A estimativa é de que 26% do total das pessoas com diagnóstico de câncer de pulmão poderiam fazer uso do remédio.

A imunoterapia é considerada como uma ferramenta eficaz para o tratamento do câncer e menos agressiva ao organismo. A estratégia é atacar apenas as células do tumor, preservando as células sadias.

Sanofi Pasteur pede aprovação de nova vacina contra gripe

Produto é exclusivo para idosos

A Sanofi Pasteur solicitou o registro de uma nova vacina contra gripe desenvolvida exclusivamente para idosos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina apresentou-se 24,2% mais eficaz na proteção contra a gripe se comparada à vacina contra influenza trivalente usada hoje no Brasil e diminuiu 39,8% das pneumonias.

O produto foi lançado nos Estados Unidos em 2010 e já protegeu mais de 67 milhões de idosos. “O Brasil tem uma população idosa crescente que precisa se proteger contra a gripe e muitos serão beneficiados com a chegada desta vacina inovadora”, explica o diretor geral da Sanofi Pasteur, Hubert Guarino.

Com o envelhecimento, há diminuição da função imunológica, declinando a resposta de anticorpos após o recebimento da vacina tradicional contra a gripe. Como a nova vacina foi desenvolvida e produzida para pessoas a partir dos 65 anos, promove resposta imune mais efetiva, chegando a ser 36,4% superior em temporada com alta circulação do vírus H3N2, tipo de influenza com maior prevalência no ano estudado.

A vacina protege contra os vírus Influenza A H1N1, Influenza A H3N2, e um tipo de Influenza B, de acordo com a recomendação anual da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Assessoria de Imprensa Sanofi Pasteur (Ketchum)

Alexandre Bompard fará mudanças e pretende contar com confiança da equipe

Provavelmente, dizem especialistas, ele deve seguir a cartilha básica do varejo alimentar: transformar redução de custos em eficiência e transferir isso para os preços, ampliando escala

O mercado pode esperar mudanças visíveis na operação do Carrefour – tanto nos corredores da sede da varejista francesa quanto do portão para fora. Se irão funcionar ou não, a história é outra.

Alexandre Bompard, ex-CEO da Fnac, à frente do Carrefour a partir de julho, terá que tratar questões internas delicadas no curto prazo, e outras, especialmente ligadas à estratégia e à gestão do grupo, que devem ter efeito maior em 2018.

Num primeiro momento. Bompard, jovem, com 44 anos, carismático e astuto – conseguiu driblar as pressões públicas sobre os efeitos à Fnac, caso abandonasse a rede, após bônus recordes – vai ter que usar de alguma habilidade para não "queimar pontes". Com base em seu histórico, é provável que já esteja trabalhando para trazer parte do time para perto dele, especialmente considerando que o francês nunca trabalhou no varejo alimentar.

Vai depender de sua capacidade para ganhar a confiança da equipe, alguns na faixa dos 60 anos (Georges Plassat, o atual CEO que deixa o cargo, tem 68) e muitos há mais de meia década na empresa.

Parte deles, inclusive, andou muito perto da cadeira do novo chefe. Plassat defendia publicamente a escolha de um nome interno para o cargo, mas venceu a aposta dos sócios Philippe Houzé e Abilio Diniz em um executivo do mercado. Chegaram a ter seus nomes mencionados para a função Pascal Clouzard, executivo do Carrefour na Espanha; Noël Prioux, diretor-executivo do grupo na França e Pierre-Jean Sivignon, diretor financeiro.

Este último, é talvez um dos que ficará mais próximo de Bompard daqui para frente. Isso se mudanças não ocorrerem na equipe.

Apesar de Bompard precisar estabelecer uma rede de confiança próxima, tem circulado informações no setor de que ele poderia indicar nomes de fora para o Carrefour, inclusive na área financeira. O tema é sensível e Bompard tem algum histórico nisso.

Após ter entrado na Fnac em 2010, ele trocou mais da metade da diretoria executiva da empresa. Em 2016, apenas 5 dos 12 diretores restavam na liderança. "Uma das prioridades de Bompard será fazer o time embarcar em seu plano de negócios. Isso irá requer muito de sua habilidade pessoal", escreveu em relatório o analista do UBS, Daniel Ekstein.

Se mudanças internas podem ocorrer nos próximos meses, os ajustes estratégicos devem começar a mostrar resultados após a segunda metade de 2018, pelos cálculos de analistas.

Bompard vai ter que seguir um caminho diferente daquele traçado por Plassat, se quiser bater expectativas já colocadas na mesa do executivo. Se Plassat teve que avançar no plano de reinvenção dos hipermercados, com foco maior em serviços, atendimento, conveniência e na integração dos diversos canais de compra, Bompard provavelmente não deve focar, agora, neste caminho.

O novo presidente terá que lidar com queda na participação de mercado na França, perda de competitividade em termos de preço (especialmente para a rival Leclerc) e, em termos mundiais, deve voltar o olhar para a necessidade de reduzir estruturas e custos. É o que o relatório do Barclays, de 12 de junho, resume em uma linha "Novo CEO, mesmos desafios". As despesas operacionais em relação à receita foram a 18% no grupo em 2016 (acima da faixa história de 16% a 17%). Na era de Bompard na Fnac, a empresa acumulou € 290 milhões em corte de custos entre 2012 e 2016, calculou Ekstein.

Provavelmente, dizem especialistas, ele deve seguir a cartilha básica do varejo alimentar: transformar redução de custos em eficiência e transferir isso para os preços, ampliando escala. Na Fnac, com Bompard, o "gap" de preços entre a rede e a Amazon, caiu de 10% em 2011, para entre 2% e 3%.

Sobre o Brasil, analistas tentam entender o que Bompard pensa sobre a oferta pública inicial de ações no país. "Questionamos se ele irá continuar com o IPO no Brasil neste ano, dada a visibilidade limitada sobre a economia brasileira", escreveu em relatório Nicolas Champ, analista do Barclays.

Fonte: Valor Econômico