Procon identifica variação de até 1.357% em preços de medicamentos

O medicamento que apresentou a maior diferença de preços entre os genéricos avaliados foi o Paracetamol – 200 mg/ml, gotas 15 mil, cuja variação foi de 1.357,95%

Por Júlia Miozzo 01 jun, 2017 16h40

SÃO PAULO – Uma pesquisa realizada pelo Procon-SP apontou que os preços de medicamentos da cidade podem variar em até 1.357,95%. Foram avaliados os preços de 67 medicamentos no total em 15 drogarias, distribuídas nas cinco regiões do município de São Paulo.

O medicamento que apresentou a maior diferença de preços entre os genéricos avaliados foi o Paracetamol – 200 mg/ml, gotas 15 mil, cuja variação foi de 1.357,95%. O maior preço identificado foi R$ 12,83 e o menor, R$ 0,88.

Já no caso dos medicamentos de referência, a maior variação foi de 378,51%, caso do medicamento Amoxil (Amoxicilina), fabricado pela Glaxosmithkline – 500 mg 21 cápsulas. O Procon encontrou o maior preço de R$ 77,71 e o menor de R$ 16,24.

Entre os demais medicamentos analisados pelo Procon estão a Nimesulida da Aché, Paracetamol da Janssen-Cilag e Loratadina do laboratório Marck Sharp & Dohme. A lista completa pode ser acessada no site do Procon.

A orientação do Procon é que o consumidor procure a lista de preços máximos dos medicamentos no site da Anvisa e conferir se o número do lote, prazo de validade e data de fabricação que constam no medicamento são iguais aos da cartela ou frasco.

Preço de antibiótico varia R$ 61 na capital

Fernanda Brigatti
do Agora

A diferença no preço do antibiótico amoxicilina chega a R$ 61,47 nas farmácias e drogarias da capital, segundo pesquisa do Procon-SP realizada em 15 farmácias nas cinco regiões da cidade.

Na Drogaria Walmart, o lugar com o melhor preço, a caixa com 21 cápsulas de Amoxil, o medicamento de referência, custava R$ 16,24.

No local mais caro, a Onofre, a mesma caixa foi encontrada por R$ 77,71, uma diferença de 378,51%.

O levantamento do Procon-SP mostra que o consumidor que quiser economizar terá de pesquisar muito.

Entre os medicamentos genéricos, a variação de preços é ainda maior.

De R$ 3,55, no Walmart, a amoxicilina chegou a R$ 37,05 na Onofre, um diferença de 943,66%.

Genérico continua sem imposto nesta sexta em Belo Horizonte

Drogaria Araujo vende com desconto pelo segundo dia

Maria Lúcia Gontijo

Consumidores belo-horizontinos aproveitaram essa quinta-feira (1°) a 11ª edição do Dia da Liberdade de Impostos para comprar vários produtos mais baratos, sem os tributos que incidem sobre eles. Cerca de 700 lojas venderam desde alimentos, como pão, chocolate e sanduíche, a itens de papelaria, ótica, vestuário, pet shop, medicamentos genéricos e aluguel de carros. Ao todo, foram 270 mil produtos. Como nos anos anteriores, o maior movimento foi no posto Pica Pau, que vendeu o litro de gasolina sem impostos por 2,116 (o preço normal é R$ 3,635). A fila chegou a 2 km de extensão.

Quem perdeu a chance ainda tem nesta sexta-feira (2) a oportunidade de comprar remédios genéricos sem imposto nas 170 lojas da Drogaria Araujo em Belo Horizonte e região. São cerca de 1.200 medicamentos com desconto de 30,5% – o equivalente à carga tributária calculada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), bem acima do praticado em outros países, que é de 7%, de acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Segundo o diretor financeiro da Abrafarma, Modesto Araújo Neto, a Araujo entrou na campanha para mostrar a importância da redução de impostos para que os mineiros tenham mais acesso aos medicamentos de que necessitam. “Queremos mostrar que imposto não é brincadeira, e que a atual carga tributária dificulta o acesso a itens indispensáveis”, ressaltou.

A técnica em podologia clínica Neidir Vieira de Souza, 53, esteve numa das farmácias e abasteceu o estoque da casa. “Estou levando 23 caixas de genéricos. São medicamentos para colesterol, tireoide e arritmia. O total da minha compra foi R$ 118. Se tivesse comprado todos esses remédios fora da promoção, sairia por R$ 278”, contou.

Para Bruno Falci, presidente da CDL-BH, o peso dos impostos limita o orçamento do cidadão e trava os negócios. “Por isso, temos que lutar juntos por um sistema tributário mais simples e menos oneroso, que seja sinônimo de desenvolvimento”, disse.

O empresário da loja Dog’s Shop, Matheus Ferraz, participou pela terceira vez do Dia da Liberdade de Impostos, com mais de 2.000 artigos. “É uma forma de o consumidor entender que os altos preços são, em sua maioria, decorrentes da alta tributação, e não por precificação do lojista ou da indústria”, afirma.

As 19 lojas da ótica Centro Visão venderam óculos e lentes mais baratos. “Além do que já pagamos no Imposto de Renda, no IPTU e no IPVA, por exemplo, todos os produtos que compramos diariamente também têm imposto. E o maior problema é não ver o retorno dessa arrecadação em melhorias na educação, saúde e segurança”, disse o proprietário Davidson Cardoso, que participou com toda a linha de óculos solares, para correção e lentes oftálmicas em suas 19 lojas na capital mineira. Cardoso acredita que o DLI é o momento de toda a população se conscientizar sobre o quanto de impostos pagamos no dia a dia.

Transparência

Esclarecedor. “Às vezes o cliente acha nosso produto caro, mas não sabe que por trás do preço tem imposto”, disse o sócio da loja de materiais de construção Casa Falci, Lucas Valadares Falci.

O fim do programa Farmácia Popular

Governo vai desativar as 393 farmácias que estão ativas, mas promete repassar os recursos que eram destinados ao programa para os municípios

Víctor Macário
victor.macario@associadospe.com.br

Publicação: 02/06/2017 03:00

Programa do governo em parceria com os municípios, o Farmácia Popular será cortado. Criado em 2004, ele disponibiliza uma série de medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto para a população. A liberação dos remédios é sujeita à receita médica. Também estão entre os produtos oferecidos fraldas geriátricas.
As 504 unidades farmacêuticas habilitadas, sendo 393 delas ativas, custam R$ 100 milhões ao ano aos cofres da União. Segundo o Ministério da Saúde, todo o valor continuará sendo repassado aos municípios com o propósito de “aumentar o número de medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica”. Além disso, “os estados e municípios possuem autonomia para dar continuidade às farmácias, provendo o financiamento completo ou com parte dos valores transferidos, caso julguem adequado”.
Ainda de acordo o Ministério da Saúde, hoje, todas as cidades do Brasil recebem R$ 5,18 por cidadão para compra de medicamentos de assistência básica. A partir de agora, com o “incremento” do valor que seria gasto com o programa Farmácia Popular, esse valor vai aumentar para R$ 5,58. “O custo administrativo para a manutenção das farmácias da rede própria chegava a 80% do orçamento do programa, que é de quase R$ 100 milhões por ano, e apenas cerca de R$ 18 milhões, de fato, estavam sendo utilizados na compra e distribuição de medicamentos”, argumenta o ministério através da assessoria.
Em Pernambuco, são 15 farmácias habilitadas, sendo Olinda e Petrolina as duas únicas cidades a acomodarem mais de uma unidade. O secretário de Saúde de Olinda, Eud Johnson, disse que “sempre que fala-se em fechamento na saúde não é bom, até por ser uma área que já tem um déficit grande de investimentos”, ele ainda ponderou sobre o aumento nos investimentos nos medicamentos, “é uma alternativa mas não compensar a perda de duas unidades, a população vai sentir”.
Diante da situação, o secretário falou que resta esperar para ver o que pode ser feito. “O município por si não tem condições de manter o programa. Vamos ver como vai ficar, e, se necessário, procurar recursos para um incremento na compra de medicações. Não vamos medir esforços para ajudar nossos cidadãos”.
Partilha da opinião dele o secretário de Saúde de Gravatá, Luiz Tito. “O ministério (da Saúde) disse que com essa mudança eles vão dar mais ênfase na atenção básica, mas é justamente a farmácia popular quem oferece a ajuda mais básica à população, não vejo a mudança como uma coisa boa não”, declarou. Luiz Tito ainda disse que não houve nenhuma notificação oficial dos cortes. “Estamos aguardando para saber se vai haver mesmo, não tem nada finalizado”.
Quem também ainda não recebeu notificação oficial foi a secretaria de Saúde da cidade do Recife. Através de sua assessoria, ela comunicou à equipe de reportagem que “sem receber comunicado oficial, o secretariado não vai se pronunciar”.
O corte na Farmácia Popular, no entanto, não interfere no programa Aqui Tem Farmácia Popular. Nele, a União faz um trabalho conjunto com as farmácias privadas cadastradas e arca com até 90% do custo de 25 tipos de medicamentos voltados para pressão alta, diabetes, produtos geriátricos e outros. De acordo com o Ministério da Saúde será aberta uma nova fase de cadastramento para as farmácias privadas interessadas em fazer parte do programa.

[ Distribuição

No Brasil
504 unidades

Estado Unidades
Acre 2
Alagoas 9
Amapá 1
Amazonas 13
Bahia 56
Ceará 27
DF 1
Espírito Santo 8
Goiás 18
Maranhão 28
Mato Grosso 6
Mato Grosso do Sul 5
Minas Gerais 41
Pará 50
Paraíba 21
Paraná 10
Piauí 10
Rio de Janeiro 44
Rio Grande do Norte 10
Rio Grande do Sul 28
Rondônia 3
Roraima 1
Santa Catarina 8
São Paulo 75
Sergipe 10
Tocantins 4

Em Pernambuco
15 unidades

Araripina
Bezerros
Camaragibe
Caruaru
Goiana
Gravatá
Igarassu
Moreno
Ouricuri
Petrolina (2)
Olinda (2)
Recife
Surubim

Drogaria Onofre faz ação de conscientização para o Dia Mundial de Luta contra o Tabaco

Ciência & Saúde / São Paulo, maio de 2017 – O Dia Mundial de Luta contra o Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é celebrado anualmente em 31 de maio, com o objetivo de conscientizar as pessoas dos inúmeros riscos que o tabagismo causa à vida.

De acordo com a OMS, o tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano. Destas, mais de 600 mil são fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes). Se nada for feito, estão previstas mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030. Ainda segundo a OMS, o tabaco mata mais que tuberculose, AIDS e malária juntas. Entre as mortes provocadas por câncer de pulmão, traqueia e brônquios, 72% deve-se ao tabagismo. Estima-se que no Brasil mais de 18 milhões de pessoas consumam tabaco diariamente (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens).

Durante esta semana, as 37 lojas da Drogaria Onofre, pertencente ao grupo CVS Health, maior empresa de saúde do mundo, estarão com uma campanha de combate ao tabagismo chamada #umaboarazao, onde o foco é estimular a pessoa a pensar numa boa razão para largar o hábito de fumar e, consequentemente, o cigarro e o vício. As redes sociais da Onofre, Facebook e Instagram (@drogariaonofre), contarão com posts reforçando a campanha e um vídeo "Dica do Atalla", onde o preparador físico Marcio Atalla reforça a importância da luta contra o tabagismo para o bem da saúde.

Numa página especial dedicada à campanha no site da Drogaria Onofre é possível simular as coisas que poderiam ter sido feitas se não tivesse gastado tanto dinheiro com cigarros.
O cálculo é baseado no número de cigarros consumidos/dia x anos de fumante, e inclui assistir um filme em 3D na sala VIP pelo menos uma vez por mês, com direito a acompanhante, pipoca e refrigerante; frequentar uma academia por 12 meses, considerando o valor médio de uma mensalidade de R$ 249,00; adquirir um dos últimos modelos de celular das marcas mais famosas do mercado; fazer uma viagem para Miami com acompanhante com hospedagem e passagens aéreas por 5 dias; e pagar a entrada de um financiamento de um carro popular.

Segmento farmacêutico cresce 9,26%

Dados são da Abrafarma

O grande varejo farmacêutico movimentou R$ 10,08 bilhões no primeiro trimestre do ano, crescendo 9,26% em relação ao mesmo período em 2016. Nos três primeiros meses do ano passado, as vendas foram 13,56% superiores a 2015, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

No total, as vendas de medicamentos foram de R$ 6,78 bilhões, aumento de 12,67% em comparação aos três meses anteriores, tendo a maior influência sobre o faturamento. Já a venda de não medicamentos (itens de higiene, cosméticos, perfumaria e conveniência) totalizou R$ 3,30 bilhões, alta de 3,73%.

Durante os três meses, o setor de genéricos movimentou R$ 1,17 bilhão, crescimento de 10,2% sobre o mesmo período de 2016. No trimestre, o segmento de genéricos movimentou R$ 1,17 bilhão, com alta de 10,28% sobre o mesmo período de 2016. Ao todo, foram vendidas mais de 72 milhões de unidades de genéricos. “O poder de compra reduzido da população leva à substituição dos medicamentos de referência pelos de menor valor”, explica o presidente executivo da entidade, Sergio Mena Barreto.

O número de lojas cresceu 5,35%, passando de 5.962 em março de 2016 para 6.281 unidades, no terceiro mês deste ano. Mais de 3.335 empregos formais foram gerados, cerca de 1.680 mil deles para o cargo de farmacêutico. Ao todo, as grandes redes empregam 109.699 profissionais, sendo mais de 19.815 mil farmacêuticos.

Fonte: Assessoria de Imprensa Abrafarma (Scritta)

Drogarias Pacheco cria novo conceito em campanha de doação de agasalhos

Ação tem como objetivo mobilizar colaboradores e clientes.

São Paulo, 2017 — A campanha de doação de agasalhos já é tradicional nas lojas do Grupo DPSP – Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo. Este ano a ação acontece de 29 de maio a 31 de julho, com o mote “Tem roupa para cada coisa. Só não tem para quem precisa”.

A ideia é levantar uma reflexão sobre alguns hábitos do dia a dia, como por exemplo, a prática de colocar roupas e proteções em objetos, como celulares, notebooks etc. Com o intuito de despertar a atenção das pessoas para proteger do frio aqueles que realmente precisam.

Sempre com um discurso diferente, o Grupo DPSP, que é um dos principais players do mercado de farmácias, já arrecadou mais de 100 mil sacos de 100l de agasalhos, contribuindo com um inverno melhor para muitas pessoas.

As doações realizadas para a campanha do agasalho serão destinadas para o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e para filiais da Cruz Vermelha distribuídas nos dez estados onde a companhia possui filiais.

Campanha so Agasalho 2017 | Agência: Talent Comunicação e Planejamento Ltda | Cliente: Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco | Título: Campanha do Agasalho 2017 | Chief Creative Officer: João Livi | Direção de Criação: Marcello Droopy / Rodrigo Lugato | Criação: Francine Ther / Paulo Almeida / Fillipe Abreu / Lucas Siqueira Cesar | Atendimento: Alex Isnenghi/ Carlos Barbieri/ Fernanda Faria/ Mayara Valadares / Carolina Carraretto | Mídia: Fabiana Maia / Marcela Ferreira / Daniela Rosa / Rose Silva | Art Buyer: Daniele Sampaio / Mario Coelho | Finalização: Ingo Santos/ Hadolpho Correa/ Michel Medeiros/ Rafael Leão | Aprovação do cliente: Thais Lima/ Tuca Sardinha/ Fabiana Oliveira/ Priscila Lira.

. Praças de atuação: Rio de Janeiro | Minas Gerais | Espírito Santo | Goiás | Paraná | Distrito Federal | Drogaria São Paulo | São Paulo | Minas Gerais | Rio de Janeiro | Bahia | Pernambuco | Alagoas | Paraíba.

Humberto Costa denuncia compra de medicamentos por altos preços

Da Redação | 01/06/2017, 13h22 – ATUALIZADO EM 01/06/2017, 15h35

O senador Humberto Costa (PT-PE), em pronunciamento nesta quinta-feira (1º), anunciou que pretende pedir explicações do ministro da Saúde, Ricardo Barros, sobre a denúncia de que a Pasta adquiriu, num pregão de emergência, medicamentos de um laboratório privado, em vez do laboratório Fiocruz/Farmanguinhos, por preços até 3.000% mais elevados, em "flagrante prejuízo" aos cofres públicos.

Segundo Humberto, o deputado Jorge Solla (PT-BA) descobriu que o ministério adquiriu os medicamentos Alfaepoetina, para transplantados e doentes renais, e Ribavirina, para hepatite C, junto ao laboratório Blau Farmacêutica a um custo de R$ 5,19 a unidade, bem superior aos R$ 0,17 cobrados pela Fiocruz, que é vinculada ao próprio Ministério da Saúde. O deputado apresentou denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) e a entregou também ao Tribunal de Contas da União (TCU), para investigar a aquisição.

Na opinião do senador, não há justificativa para o ministério ter deixado de encaminhar uma nova compra de Ribavirina em seis meses, prejudicando os estoques na rede pública, e ter ignorado um estoque expressivo da Alfaepoetina na Fiocruz e privilegiado a compra no laboratório privado e ainda dizer que tem gerado reduções de despesa à Pasta.

– O ministro Ricardo Barros vai ter que explicar ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União essa matemática bizarra que não sei em qual universidade foi aprendida. Quero ver mostrar os cálculos pouco ortodoxos aos procuradores da República e auditores do TCU – disse.

Agência Senado

SUS não pode ser obrigado a fornecer medicamentos sem respaldo científico

Publicado : 01/06/2017 – Atualizado às : 18:23:28

A Advocacia-Geral da União (AGU) demonstrou a impossibilidade de fornecimento de três medicamentos que não estão incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A falta de comprovação da eficácia das substâncias aos pacientes que ingressaram com ações para obter as doses prevaleceu nas decisões da Justiça Federal.

Uma das ações pleiteava o medicamento Soliris (Eculizumab) para tratamento da doença hemoglobinúria paroxística noturna (HPN). O custo de fornecimento a um único paciente gira em torno de R$ 1 milhão por ano. No entanto, a AGU afirmou que não havia evidência do impacto da droga no estado de saúde do autor da ação.

Os advogados da União informaram que o laudo pericial foi categórico ao afirmar que o Soliris não é indicado ao paciente. Além disso, ponderaram que o uso da substância se restringe a pacientes com sintomas significantes da doença, como dependência de hemotransfusão ou fadiga incapacitante, o que não era o caso do autor.

O pedido foi julgado pela 14 ª Seção Judiciária do Distrito Federal, que concluiu que, apesar da enfermidade do autor, o Soliris “não se mostra efetivamente eficiente para seu tratamento”.

Critério técnico-científico

Em outra demanda, o autor pretendia o fornecimento do Firazyr (Icatibanto) para tratamento de angiodema hereditário. O custo de aquisição de uma dose para atender a uma pessoa alcança os R$ 4 mil. A Advocacia-Geral apontou, contudo, a ausência de recomendação técnico-científica da medicação.

A contestação apresentada pela AGU tinha como fundamento a análise do Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) em relação à incorporação do Firazyr ao sistema. A instituição, no entanto, decidiu, por unanimidade, não adotar a medida, diante das limitações das evidências analisadas pelos seus membros, além da relação custo-benefício em relação ao tratamento já disponibilizado pelo SUS, por meio da medicação Danazol.

Os advogados da União ressaltaram que a Medicina Baseada em Evidências, conforme a legislação de regência da matéria (Lei nº 8.080/1990, art. 19-O, § 2º, I), exige que se reconheça “a prevalência técnico-científica de uma manifestação técnica proveniente do órgão competente para deliberar sobre a inclusão de tecnologias em saúde ao protocolo clínico do SUS (Conitec)”, ao qual não pode ser desconsiderada somente com base no laudo de médico particular apresentado pelo autor.

Concordando com a AGU, a 2ª Seção Judiciária do Distrito Federal julgou improcedente o pedido do autor, destacando que o Judiciário deve prestigiar o princípio constitucional da separação dos Poderes, assim como sua incapacidade de afastar decisões técnico-administrativas feitas dentro dos limites da Constituição Federal.

No caso, o paciente poderá se beneficiar do tratamento fornecido pelo SUS, por meio do Danazol, que a União consegue fornecer 40 caixas com o mesmo do valor de apenas uma dose do Firazyr.

Ausência de perícia

O outro caso envolveu recurso contra decisão da Justiça Federal de Minas Gerais que deferiu parcialmente o pedido para fornecimento do medicamento Alfibercept (Eylia). A AGU requereu a nulidade de sentença, proferida sem a realização de perícia médica no paciente. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público Federal contra a União, município de Uberlândia e o Estado de Minas Gerais.

Os advogados da União salientaram que a prova técnica imparcial é a única capaz de embasar as decisões judiciais com esclarecimentos para a resolução do caso. Segundo a AGU, a perícia médica demonstra se a parte é realmente portadora da doença que afirma ter, se o medicamento pleiteado possui eficácia comprovada em relação à enfermidade, e se outros medicamentos fornecidos pelo SUS não seriam aptos ao tratamento.

A AGU acrescentou que o laudo também atesta se já foram adotadas outras medicações para controle dos sintomas da doença pelo paciente, se foram analisados possíveis efeitos colaterais da substância nele, e também se já fez uso de outras terapias fornecidas pelo SUS.

A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso da AGU para anular a sentença, determinando o retorno dos autos à instância de origem para que se realize a perícia médica judicial.

Os advogados da União que atuaram no caso integram a Divisão Regional Especializada em Saúde Pública da Procuradoria-Regional da União na 1ª Região, unidade da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU.

Ref.: Processos nº 0086489-69.2017.4.01.3400 (14 ª Seção Judiciária do DF); nº 0073095-92.2014.4.01.3400 (2ª Seção Judiciária do DF); e 0002121-14.2016.4.01.3803 (TRF1).

Wilton Castro

Anvisa interdita lotes de remédios para depressão, bipolaridade e epilepsia

Ambos os medicamentos são fabricados pela empresa Laboratório Teuto Brasileiro

Por Weruska Goeking 01 jun, 2017 09h51

SÃO PAULO – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a suspensão de dois lotes de medicamentos após apresentarem resultados insatisfatórios em ensaios realizados no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

O lote 2444907 do antidepressivo Cloridrato de Amitriptilina, em comprimidos de 25 mg, teve resultados insatisfatórios em ensaios de "descrição da amostra" e "aspecto".

O lote 3122900 do medicamento para Carbamazepina, em comprimidos de 200 mg, indicado para o tratamento de epilepsia e bipolaridade foi suspenso por resultados insatisfatórios ensaios de "descrição da amostra"

Ambos os medicamentos são fabricados pela empresa Laboratório Teuto Brasileiro.